Tecnologia

O retorno dos celulares Nokia

A HMD Global afirma que busca trazer para os novos aparelhos as mesmas qualidades da Nokia de antigamente

05/08/2022

Depois de perder o trem da modernidade, morrer para o público e ressuscitar com ajuda da Microsoft apenas para falecer novamente, a Nokia finalmente voltou ao mercado, em 2020 — dessa vez com aparelhos Android. Se você é um dos fãs saudosistas da marca e está curioso para saber se essa volta realmente tem chances de dar certo, continue a leitura.

Por que a Nokia deixou tanta saudade?

Antes de tudo, é interessante explicar o que aconteceu com a Nokia desde seus tempos de glória, nos anos 2000 — até porque muitos leitores mais jovens talvez nem se lembrem dessa marca… Em uma época remota, quando celulares eram apenas celulares e não smartphones, a finlandesa Nokia era uma das marcas mais procuradas pelos usuários brasileiros. Quem tem mais de 25 ou 30 anos provavelmente teve um desses como seu primeiro celular.

Os aparelhos eram relativamente acessíveis e reconhecidos por qualidades como a robustez (se um Nokia caísse no chão, era mais fácil quebrar o piso do que o celular) e duração da bateria (nada de ter que recarregar o celular todos os dias). Além disso, os saudosos celulares Nokia tinham funções super úteis para os anos 2000, como lanterna (que não era o flash da câmera, mas sim uma pequena lâmpada de verdade no topo do aparelho) e rádio FM, além do famigerado “jogo da cobrinha”.

Mesmo em aparelhos mais caros, a Nokia era líder em inovação na época, com aparelhos como o N95 — que tinha uma das melhores câmeras do mercado e botões dedicados para o consumo de músicas ou vídeos. Tudo isso mudou com a chegada do iPhone, em 2007, e dos smartphones com sistema Android, nos anos seguintes: de repente, todo mundo queria aparelhos com touchscreen e possibilidade de baixar aplicativos.

A empresa finlandesa até tentou “correr atrás do prejuízo”, com sua linha XpressMusic — mas seu sistema Symbian oferecia muito menos recursos que os concorrentes, fazendo com que a marca caísse na preferência do público em queda livre, sem paraquedas. A Nokia só entrou no mundo dos smartphones em 2012, quando lançou seus primeiros aparelhos com Windows Phone. Mas já era tarde demais: o sistema não era páreo para a concorrência já estabelecida, de modo que a Nokia vendeu sua divisão de fabricação de celulares para a Microsoft e sumiu do mercado de vez, poucos anos depois.

Como a Nokia ressurgiu — e voltou ao Brasil?

Depois que a própria Microsoft desistiu do mercado de dispositivos móveis — e acabou com seu sistema Windows Phone —, os direitos sobre a marca Nokia foram vendidos. Uma nova empresa, a HMD Global, foi criada por vários ex-funcionários da antiga Nokia para lançar mais celulares com a marca.

A partir de 2017, alguns lançamentos começaram a chegar em países europeus e asiáticos, com reedições de modelos clássicos, como o 3310 “tijolão” e o 8110, do filme Matrix. Mas o que realmente trouxe a Nokia para os tempos modernos foi a adoção do sistema Android, em modelos com especificações técnicas semelhantes à concorrência.

Desde então, já era possível comprar aparelhos Nokia no Brasil via importação independente, embora a empresa ainda não estivesse oficialmente no país. Isso mudou em 2020, quando a HMD Global anunciou uma parceria com a Multilaser. Desde o segundo trimestre deste ano é possível adquirir um celular com a marca Nokia novamente em nosso país.

Como são os novos celulares Nokia?

A HMD Global afirma que busca trazer para os novos aparelhos as mesmas qualidades da Nokia de antigamente — até por ser formada por ex-funcionários daquela empresa.

Entre esses atributos estão a robustez, boa duração de bateria e confiabilidade — a Nokia é uma das únicas fabricantes de celulares Android que promete três anos de atualizações, por exemplo. Também vale destacar que a Nokia usa uma versão “pura” do sistema, sem todos aqueles aplicativos e modificações das marcas, que só costumam deixar o celular mais lento.

Até o início de 2021, três modelos da “nova Nokia” já foram lançados no Brasil. Eles são produzidos em fábricas da Multilaser e distribuídos por essa empresa, podendo ser comprados tanto em seu site quanto em outras redes de varejo por todo o país.

Nokia C2: o mais acessível

O C2 é o aparelho de entrada da marca, com a versão simplificada do Android (Go), apenas uma câmera e tela de 5,7 polegadas. Seu hardware conta com um 1 GB de RAM e 16 GB para armazenamento de dados. Assim, ele atende apenas aos usuários menos exigentes — como segundo aparelho ou celular para idosos —, que não precisam usar tantos aplicativos.

Embora todos os eletrônicos estejam mais caros após a pandemia, o Nokia C2 tem preços bastante competitivos: R$ 799, no site oficial, com valores menores em outras redes.

Nokia 2.3: aposta no custo-benefício

O 2.3 ainda é um aparelho básico, mas com algumas funcionalidades a mais que seu irmão menor: o sistema é o Android 10 completo, há duas câmeras traseiras e tela de 6,2 polegadas. O processador é um MediaTek A22, com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento — que pode ser expandido para 512 GB, com cartão de memória.

Ele custa pouca coisa a mais: R$ 899 no site oficial, com preços menores em outras lojas. Desse modo, também é indicado para usuários menos exigentes, que queiram economizar.

Nokia 5.3: um bom intermediário

O melhor celular entre os novos lançamentos da Nokia no Brasil é o 5.3: ele tem sensor de digitais para desbloqueio na traseira, um conjunto com quatro câmeras e tela de 6,5 polegadas. O processador é o conhecido Snapdragon 665, com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, também expansíveis com cartão de memória.

As configurações são intermediárias — mais do que o suficiente para a maioria dos usuários comuns, mas sem grande performance em aplicações mais pesadas. Desse modo, o Nokia 5.3 compete com aparelhos como o Moto G9, LG K62 e Samsung Galaxy A51. Seu preço oficial é de R$ 1.899, podendo ser encontrado por até 1.500 em outros locais.

Se você se interessou pelo Nokia 5.3, vale a pena dar uma olhada na parceria que a marca finlandesa firmou com a operadora Claro. O aparelho está com descontos especiais para quem adquiri-lo em um dos planos controle ou pós-pagos da operadora. O desconto pode chegar a mil reais!

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