Cotidiano | 24/09/2025 | Atualizado em: 24/09/25 ás 21:56

Jaraguá do Sul registra parto raro de gêmeos com placenta única

Raridade em Jaraguá: gêmeos que dividiam placenta e bolsa nasceram em cesárea rara. Esse tipo de gestação ocorre em menos de 2% dos casos.

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Jaraguá do Sul registra parto raro de gêmeos com placenta única

Foto: Divulgação/Arquivo pessoal de Érica Marques

Um caso raro marcou Jaraguá do Sul nesta terça-feira (24): gêmeos que compartilhavam a mesma placenta e a mesma bolsa de líquido nasceram em cesariana realizada no hospital da cidade. Esse tipo de gestação é considerado de alto risco e muito incomum.

O que significa gêmeos com placenta única

Segundo a Érica Marques, médica generalista em processo de especialização em ginecologia e obstetrícia, que participou do parto, gestações desse tipo acontecem quando os bebês vêm do mesmo óvulo que se divide após a fecundação, tornando-os idênticos.

No caso registrado em Jaraguá do Sul, os bebês eram monocoriônicos monoamnióticos (MCMA) — ou seja, além de compartilharem a mesma placenta, também dividiam a mesma bolsa de líquido.

Essa condição é a mais rara entre as gestações gemelares e também a que apresenta maior risco, já que os bebês ficam ainda mais próximos, podendo até ter os cordões umbilicais entrelaçados.

Tipos de placentação de gêmeos

A raridade do caso

De acordo com entidades médicas como a FEBRASGO e o ACOG, cerca de 70% a 80% das gestações gemelares apresentam duas placentas. Aproximadamente 20% a 30% são monocoriônicas, ou seja, compartilham uma única placenta. Dentro desse grupo, apenas 1% a 2% são monoamnióticas, como o caso de Jaraguá do Sul.

Riscos e desafios

Entre os principais riscos desse tipo de gestação estão:

  • Síndrome de transfusão feto-fetal (STFF): desequilíbrio no fluxo de sangue entre os bebês;
  • Restrição de crescimento fetal seletiva: um bebê pode receber menos nutrientes que o outro;
  • Entrelaçamento dos cordões umbilicais: risco elevado de complicações;
  • Prematuridade: mais frequente em gestações múltiplas.

“Conduzir um parto de gêmeos com placenta única é sempre um grande desafio para a equipe médica. Exige monitoramento intensivo, decisões rápidas e muito preparo. Por outro lado, é também emocionante participar de um momento tão raro e especial, sabendo que cada detalhe da assistência faz diferença para a segurança da mãe e dos bebês”, explicou a médica Érica Marques.

Érica Marques segura nos braços os gêmeos nascidos em parto raro em Jaraguá do Sul
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal de Érica Marques

Estrutura local faz a diferença

Para Érica Marques, o fato de Jaraguá do Sul conseguir atender um caso tão complexo mostra a qualidade da rede local de saúde:

  • Segurança: evita transferências de emergência para outros centros.
  • Confiança: garante às famílias que podem contar com estrutura adequada na cidade, quando há leitos disponíveis.
  • Valorização: fortalece o hospital como referência regional.

Um momento inesquecível

O nascimento foi marcado pela emoção da equipe e da família. “Após todo o preparo, o sentimento que fica, com os olhinhos marejados, é de dever cumprido: ver os dois bebês chegarem bem ao mundo, ouvir o primeiro choro, acompanhar a emoção da família. É um momento que marca não só os pais, mas também toda a equipe”, destacou Érica Marques.

Como isso impacta sua vida?

Casos como este reforçam a importância do pré-natal regular e mostram que Jaraguá do Sul conta com profissionais preparados e estrutura adequada para lidar até mesmo com gestações raras e de alto risco.

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Max Pires

Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.

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