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Pesquisa diagnóstica do idoso mostra que 72% não nasceram em Jaraguá

Doenças cardiovasculares têm índices elevados em todos os bairros

02/02/2022

Foi apresentada na sexta-feira (28), na Unisociesc Jaraguá do Sul, a Pesquisa Diagnóstica do Perfil dos Idosos no município. A pesquisa envolveu 1.732 idosos e foi desenvolvida desde 2020, coordenada pelo professor de fisioterapia da Unisociesc e doutor em Neurociências, Tiago Souza dos Santos. O diagnóstico foi financiado pelo Conselho Municipal dos Direitos do Idoso e realizado por alunos bolsistas da Unisociesc, por telefone.

Assistiram à apresentação o prefeito em exercício Jair Franzner, a chefe de Gabinete Emanuela Wolff, o secretário de Assistência Social e Habitação André Ferreira, o secretário de Saúde Alceu Moretti e membros do CMDI, da Câmara de Vereadores, além de profissionais da imprensa e da Unisociesc.

Entre os dados apresentados, a informação de que 72% dos entrevistados não nasceram em Jaraguá do Sul, mas vieram em busca de emprego e de uma vida melhor. A maioria dos entrevistados são casados e, entre os homens, a renda média é de um a três salários mínimos. Entre as mulheres, a renda média é menor, até um salário mínimo.

Os idosos com menos renda se concentram entre os bairros Rio Molha, João Pessoa, Jaraguá 99 e Jaraguá 84. Aqueles com renda mais alta, no Centro, Czerniewicz e Amizade. A maioria não é dependente financeiramente, mas um em cada cinco entrevistados não sai sozinho de casa. Cerca de 90% relatou alguma doença crônica, em sua maioria, cardiovascular. Os idosos que menos relataram doenças foram os idosos que tinham maior renda.

A pesquisa completa está disponível no site da prefeitura, em https://www.jaraguadosul.sc.gov.br/downloads.php?id=24820. A partir dela, as políticas públicas, principalmente nas áreas social e de saúde, poderão ser elaboradas com mais assertividade.

Doenças cardiovasculares têm índices elevados em todos os bairros

Os dados do diagnóstico foram divulgados na sexta-feira, 28 de janeiro, pela Unisociesc/Ânima, CMDI e Secretaria de Assistência Social. Durante a pesquisa aplicada, foram entrevistados 1.645 idosos de 37 bairros de Jaraguá do Sul. Tal conjunto de dados, permitiram criar mapeamentos de diferentes variáveis de interesse, na tentativa de demonstrar o perfil preponderante de idosos para cada bairro. A conta feita foi a seguinte: se do bairro Ilha da Figueira foram entrevistados 100 idosos e 70 deles relataram doenças, isso significa que 70% dos idosos deste bairro apresentam doenças. E assim foi feito para todos os demais bairros.

A partir disso, para cada variável, foi criado um mapa para verificar a distribuição de tal variável pelos bairros do município. Para cada gráfico, foi criada uma legenda de cores baseadas nas diferentes proporções encontradas. Como base neste sistema, conseguiu-se constatar diversas informações importantes generalizadas ou específicas a um ou outro bairro da cidade.

Um dos recortes colhidos pelo JDV, mostra que os problemas cardiovasculares, que representam a maior causa de morte de idosos do município, estão presentes em níveis alarmantes em todos os bairros. Os com menor proporção foram o Água Verde e a Vila Baependi, onde 40% dos idosos apresentam este tipo de problema.

Os maiores índices foram encontrados nos bairros Nereu Ramos, Amizade, Centro, Rio Molha, Chico de Paulo e Santa Luzia: em todos estes bairros, entre 70 a 79% dos idosos apresentam problemas cardiovasculares.

Níveis altos de obesidade estão relacionados com a presença de problemas cardiovasculares parecem estar limitados a certos bairros. O mapa aponta os bairros Três Rios do Norte, Centro, Tifa Martins e Barra do Rio Molha com 10 a 20% de idosos obesos e somente o bairro Nereu Ramos com 20 a 29% de idosos que relataram obesidade. Para os demais bairros, a proporção chegou no máximo a 9%.

Foto: Ilustrativa.

Pouca atividade física e sintomas de depressão

O mapa da atividade física, indica que os bairros com menor proporção de idosos praticantes são os bairros Rio Molha e Braço do Ribeirão Cavalo, onde, no máximo, apenas 9% dos idosos entrevistados relataram praticar atividade física. Nos demais bairros, os níveis sobem, chegando a passar de 50% em vários bairros. Especial destaque para os idosos da Vila Baependi, onde de 70 a 79% são praticantes de atividade física. Já os bairros Vieira e Chico de Paulo, onde estão localizadas as academias e saúde e o bairro Vila Lenzi, onde fica o CEU, não são os bairros com maior proporção de idosos adeptos à atividade física. O diagnóstico mapeou também os idosos que relataram apresentar sintomas de depressão. A proporção de idosos com depressão entre os bairros é bastante variada. Mas, os bairros que apresentam baixos índices, até 9%, são poucos. A maioria dos bairros possuem entre 10 a 19% de idosos com depressão. Os bairros Centenário, Tifa Martins, Ribeirão e Braço do Ribeirão Cavalo e Centro, 20 a 29% dos seus idosos apresentam depressão. O caso mais agravado, é do bairro Barra do Rio Molha, o único onde 30 a 39% dos idosos relataram depressão.

Levantamento mostra também bairros com menor e maior renda

O alentado estudo sobre o perfil dos idosos jaraguaenses, mostra, também, as proporções de idosos que se sentem solitários entre os diferentes bairros do município. A proporção que domina, está na casa de 10 a 19%. Entretanto, tem vários bairros entre 20 a 29%. O bairro Água Verde, especificamente, apresenta de 30 a 39% de idosos solitários.

Observou-se igualmente que em alguns bairros, os níveis altos de solidão, batem com níveis elevados de depressão, como é o caso do Ribeirão e Braço do Ribeirão Cavalo, Santo Antônio, Três Rios do Norte, Rio da Luz.

Outro recorte da pesquisa relaciona-se com a concentração de idosos com menor e maior renda. Os bairros que concentram idosos mais pobres, que ganham até um salário-mínimo, são os bairros Rio Molha, que contém entre 70 a 79% de idosos que ganham até este valor, o Jaraguá 99, com 60 a 69% de idosos recebendo até um salário, e João pessoa, Nereu Ramos e Jaraguá 84, onde entre 50 a 59% dos idosos ganham até este valor.

Nos demais bairros, verificou-se uma grande variedade de proporções de idosos que ganham somente um salário de aposentadoria ou pensão, mas são poucos bairros onde este teto representa a menor proporção.

No outro extremo, mas em proporção muito menor, existem idosos que ganham acima de seis salários. Os bairros que concentram maior proporção de idosos de alta renda são o Centro (9 a 10%), principalmente, o Czerniewicz (7 a 8%) e o Amizade (5 a 6%). Os demais, também apresentam idosos que ganham nesta faixa, mas em proporção muito menor.

Foto: Ilustrativa.

Perfil do idoso mostra diferentes realidades nos 37 bairros da cidade

O Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, Prefeitura e Secretaria de Assistência Social e Habitação, acabam de divulgar o “Diagnóstico da População Idosa do Município de Jaraguá do Sul”, pesquisa feita pelo Instituto Ânima, trazendo uma nova perspectiva de atuação frente às demandas que estão presentes na vida das pessoas da terceira idade. O objetivo foi a obtenção de dados e informações confiáveis que possibilita o aprimoramento e implementação de ações planejadas em consonância com as reais necessidades dessa faixa etária de Jaraguá do Sul.

Ao longo dos últimos cinco meses, em 2020, foram entrevistados, por telefone 1.645 idosos, entre homens e mulheres, de todas as faixas etárias, religiões, cor de pele, nível de renda e escolaridade, abrangendo 36 bairros de Jaraguá do Sul. A amostra corresponde a mais de 10% dos idosos do município, dando aos dados uma representatividade bastante robusta.

É um retrato momentâneo da realidade do idoso de Jaraguá do Sul. “Ao final de todo este período, a pesquisa conseguiu enxergar mais que um perfil de idoso. E isto, para além do recorte geracional, possui relação direta com suas características individuais e sociais, possuindo influência se o idoso é homem ou mulher, se é branco ou negro, se nunca estudou, foi só até a quarta série ou se teve oportunidade de estudar mais”, registra o preâmbulo do diagnóstico.

“Muitos outros fatores também interferem na construção deste perfil. Estes fatores dizem respeito à prática de atividade física, nível de interação social e religiosa, hábitos alimentares e acesso a serviços e instrumentos públicos”, registra.

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