Presidente do BC diz que inflação deve apresentar piora “quantitativa e qualitativa”
Na avaliação Neto, além do problema de inflação interna, o Brasil está “importando inflação de outros países, o que torna o ambiente ainda mais desafiador”
16/11/2021
Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, diante de um cenário de piora “quantitativa e qualitativa” da inflação, a autoridade monetária do país terá um trabalho difícil e desafiador, em um cenário de alta nos preços de alimentos, combustíveis e de energia.
Na avaliação Neto, além do problema de inflação interna, o Brasil está “importando inflação de outros países, o que torna o ambiente ainda mais desafiador”. Ele ressaltou que para contornar essa situação, será necessário, ao Brasil, buscar o equilíbrio fiscal, além de “passar a mensagem de que o país tem condições de ter um crescimento sustentável mais alto”. As declarações foram dadas no IX Fórum Jurídico de Lisboa, em Lisboa.
O presidente do BC disse que, em parte, a inflação que vem sendo registrada em diversos países está relacionada à “maior injeção fiscal da história mundial”, medida adotada com o objetivo de amenizar os efeitos da pandemia na economia.
Neto disse que, com a pandemia, o cenário mundial ficou diferente do que se imaginava, “com uma rápida e volátil mudança de cenários, em termos de crescimento e de perspectiva de inflação”. Governos ficaram “em pânico”, sem saber, até então, a real dimensão do problema.
Diante da situação, segundo o presidente do Banco Central, foi feita “a maior injeção fiscal da história mundial, de US$ 9 trilhões, segundo informou na semana passada o FMI [Fundo Monetário Internacional], sendo que US$ 4,5 trilhões foram em transferências diretas. Pensando que o PIB mundial está entre US$ 84 [trilhões] e 85 trilhões, estamos falando de 10% de injeção fiscal em um espaço de tempo relativamente pequeno. Algo que nunca tínhamos visto”.
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