Piloto relata últimos momentos antes de tragédia com balão em SC

Em depoimento à Polícia Civil, o piloto do balão que caiu em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, detalhou os momentos de desespero vividos pouco antes da tragédia ocorrida no sábado (21). O acidente deixou oito mortos e 13 sobreviventes — entre eles, o próprio piloto, Elves de Bem Crescêncio, de 38 anos.

Segundo ele, cerca de dois minutos após a decolagem, um cheiro de queimado chamou sua atenção. Ao verificar, percebeu que havia fogo próximo ao tanque de gás. “Quando eu olho para baixo, a capa do tanque de gás tinha um início de incêndio”, relatou. O piloto ainda tentou conter as chamas com um extintor de incêndio presente no cesto, mas o equipamento falhou: “Na hora que eu apertei, ele não saiu”.

Diante da situação fora de controle, Elves admitiu ter orientado os passageiros a pularem do balão. “Já não tinha mais comando”, declarou, emocionado.

O relato foi exibido em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (22), um dia após a tragédia.

Entenda o que aconteceu

O balão transportava 21 pessoas e realizava um passeio turístico em Praia Grande. Segundo o piloto, o incêndio teria começado ainda com o balão próximo ao solo, após uma falha no maçarico.

Com o fogo se alastrando rapidamente, 13 passageiros conseguiram saltar do cesto logo no início. No entanto, com a redução do peso, o balão subiu novamente, dificultando a fuga dos demais ocupantes.

Quatro vítimas morreram carbonizadas. Outras quatro perderam a vida após pularem de grandes alturas em uma tentativa desesperada de escapar das chamas.

Quem são as vítimas

As oito pessoas que morreram na queda do balão foram identificadas como:

• Leandro Luzzi
• Leane Elizabeth Herrmann
• Leise Herrmann Parizotto
• Everaldo da Rocha
• Janaina Moreira Soares da Rocha
• Fábio Luiz Izycki
• Juliane Jacinta Sawicki
• Andrei Gabriel de Melo

Leise Herrmann Parizotto era médica em um posto de saúde em Blumenau. Ela estava acompanhada da mãe, Leane. As vítimas vieram de diferentes cidades para participar do voo.

Investigação e luto oficial

A empresa responsável pelo balão, a Sobrevoar, afirmou em nota que seguia todas as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que não tinha registros de acidentes anteriores.

A Polícia Civil de Santa Catarina segue investigando as causas do incêndio e se houve falha técnica ou negligência. Enquanto isso, o governo estadual decretou luto oficial de três dias em memória das vítimas.

A tragédia causou grande comoção em todo o país, com imagens fortes circulando nas redes sociais e noticiários mostrando passageiros pulando do balão em chamas. A repercussão nacional acendeu alertas sobre a segurança em passeios turísticos com balões.