Quem foi o primeiro técnico estrangeiro do Palmeiras?
Foto de Gabriel Ramos na Unsplash
Quem vê a história vitoriosa que o português Abel Ferreira vem construindo no futebol brasileiro desde 2020 nem imagina que ele está longe de ser o primeiro técnico estrangeiro do Palmeiras. Pelo contrário, ele é o 23º da história do clube.
O time de origem italiana, mas que ostenta em seu hino que “sabe ser brasileiro”, contou com o trabalho de treinadores de seis nacionalidades diferentes ao longo dos seus mais de 110 anos.
Bem conhecido por quem faz bet no Brasil, Abel é o primeiro português dessa história, em um momento em que os treinadores lusitanos são bem requisitados pelos times brasileiros. Seis italianos já comandaram o Palestra Itália, mas não são os líderes desta lista.
Além do Brasil, obviamente, a nacionalidade que mais comandou o Verdão foi a uruguaia. Oito técnicos do país vizinho já passaram pelo Palmeiras. Os argentinos vêm em seguida, com 5. Houve também 2 húngaros e um paraguaio.
Conheça abaixo quem foi o primeiro técnico estrangeiro do Palmeiras e também alguns dos treinadores que trocaram seu país de origem para se destacar à frente do Alviverde.
Adriano Merlo (Itália)
Adriano Merlo foi o primeiro técnico estrangeiro do Palmeiras, ele comandou o time em 1920, ano do primeiro Paulistão conquistado pelo Palestra Itália, que na época tinha apenas seis anos de existência.
Conteúdos em alta
Merlo comandou o time em apenas um jogo naquela edição. Ele voltou ao clube em 1926, quando o Palestra foi bicampeão, e em 1929. De acordo com reportagem do Estado de S.Paulo de 2021, Marco carrega a marca de ser o primeiro técnico palestrino a ser demitido após um dérbi contra o Corinthians, em 1926.
Eugênio Medgyessy (Hungria)
Foi o segundo húngaro da história alviverde e campeão paulista em 1932. Ele dirigiu o clube também nos anos de 1929 e 1930. Além do Palestra Itália, Medgyessy (também conhecido como Marinetti) dirigiu também o Botafogo, o Fluminense, o Atlético-MG e o São Paulo.
Antes de Abel Ferreira e Vitor Pereira se enfrentarem pelo Paulistão de 2022, o último dérbi em que Palmeiras e Corinthians contaram com ambos com técnicos europeus foi em 1929. Enquanto Marinetti estava à frente do Palestra Itália, o italiano Virgílio Montarini comandava o Alvinegro.
Humberto Cabelli (Uruguai)
Cabelli foi técnico do tricampeonato paulista do Palestra Itália nos anos de 1932 (invicto), 1933 e 1934. O feito foi repetido somente 90 anos depois, justamente com Abel Ferreira, campeão paulista nos anos de 2022, 2023 e 2024. Ele foi o segundo uruguaio da história palestrina.
Ventura Cambon (Uruguai)
Cambon é um dos técnicos mais longevos, vitoriosos e importantes do Verdão. A primeira passagem dele pelo Parque Antártica foi em 1935 e foram diversas idas e vindas ao clube até 1957, sendo protagonista de vários momentos cruciais da história palmeirense.
Ele esteve à frente do time no período mais difícil do Palestra Itália — a transição para Sociedade Esportiva Palmeiras —, e também na maior glória do clube até então: a conquista da Copa Rio Internacional de 1951.
Ventura Cambon reinou como o estrangeiro que mais comandou o Palmeiras por mais de 70 anos. Foram 294 jogos. Ele foi superado por Abel Ferreira, que até agosto de 2025 soma 338 partidas à frente do time. Somente Osvaldo Brandão, Felipão e Luxemburgo possuem mais jogos que eles no clube.
Caetano De Domenico (Itália)
Último europeu a comandar o Palmeiras antes de Abel Ferreira, De Domenico foi campeão paulista em 1940, o último do clube sob o nome de Palestra Itália.
Ele desembarcou no Brasil aos 15 anos de idade após sobreviver a um terremoto que devastou sua cidade-natal na Itália. Tinha fama de retranqueiro, mas deixou o Palmeiras com um aproveitamento de apenas 10 derrotas em 80 jogos. Faleceu em 1995, dias depois de completar 100 anos de idade.
Armando Renganeschi e Alfredo González (Argentina)
Antes de ser dominante na maior competição da América do Sul, como quem faz apostas na Libertadores bem sabe, o Palmeiras foi duas vezes vice-campeão na década de 1960. E em ambas as finais, com um argentino em seu comando.
O primeiro vice-campeonato foi em 1961, na segunda edição da história da Libertadores, com Armando Renganeschi à frente do time. Deixou o clube no mesmo ano, com 32 vitórias em 57 jogos.
O segundo vice foi em 1968, sob o comando de Alfredo González. Apesar de não ter sido campeão no Palmeiras como técnico, ele possui conquistas como ponta direita do time. Trata-se do Paulistão de 1944 e a extinta Taça Cidade de São Paulo de 1945 e 1946. González foi o último técnico estrangeiro do Palmeiras no Século XX.
Ricardo Gareca (Argentina)
Após um hiato de quase 50 anos, o Palmeiras voltou a apostar em um técnico estrangeiro para o time. Estamos falando do argentino Ricardo Gareca, que chegou ao time em 2014.
Apesar da grande expectativa que havia sobre ele, Gareca ficou no clube por somente 48 dias. Foram 13 jogos, quatro vitórias, um empate e oito derrotas, o segundo pior aproveitamento de um técnico palmeirense no Século XXI. Desde 2024, Gareca comanda a seleção chilena.
Abel Ferreira (Portugal)
Abel Ferreira pode não ser o primeiro técnico estrangeiro do Palmeiras, mas ele é o primeiro, e até então único, português a comandar o clube. Abel desembarcou no Brasil em outubro de 2020 e caminha para a marca de cinco anos à frente do Verdão.
Ele é o quarto técnico com mais jogos na história do clube e empatado com Oswaldo Brandão como o mais vitorioso, com 10 títulos. São duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, três Campeonatos Paulistas e uma Recopa, uma Copa do Brasil e uma Supercopa do Brasil.
Como dito anteriormente, Abel Ferreira está longe de ser o primeiro técnico estrangeiro do Palmeiras e com certeza não será o último, porém os próximos terão que se esforçar muito para chegar ao status que o português alcançou no clube.
