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Coluna: Quem são nossos heróis nacionais?

Numa época em que astros de cinema, jogadores de futebol e influenciadores digitais arregimentam milhões de seguidores, com atitudes e falas questionáveis e reprováveis, o que é ser “herói”? Quantas vezes enaltecemos pessoas que estão longe de primar pela ética e são péssimos exemplos para as novas gerações?

18/04/2021

Por Sônia Pillon

Quarta-feira teremos o feriado de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira e herói nacional, que morreu enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792.  Consta nos livros da História do Brasil que o alferes Joaquim José da Silva Xavier integrou um movimento de conspiração contra a então Coroa Portuguesa. O levante republicano, encabeçado por intelectuais da elite de Minas Gerais, recaiu apenas sobre Tiradentes, que hoje nomeia praças e escolas, com tributo em estátuas e documentários que exaltam o seu heroísmo.

Mas apesar da importância desse episódio histórico no calendário nacional, será que a maioria da população “se liga” nisso? Ou será que apenas a palavra “feriado” soa como música para os ouvidos, independente do que a data significa?

Nunca me esqueço de uma vez em que fui às ruas entrevistar pessoas para uma enquete sobre o 21 de abril. Na época, atuava como repórter de um jornal de circulação estadual e, para minha surpresa e do repórter fotográfico que me acompanhava, grande parte dos entrevistados dizia não se lembrar do que se tratava. Na verdade, “pouco se lixavam” se o homenageado foi esse ou aquele, mas comemoravam o fato de não ter aula naquele dia, nem ter que trabalhar no dia…

Triste é o país que não valoriza seus heróis de verdade! Numa época em que astros de cinema, jogadores de futebol e influenciadores digitais arregimentam milhões de seguidores, com atitudes e falas questionáveis e reprováveis, o que é ser “herói”? Quantas vezes enaltecemos pessoas que estão longe de primar pela ética e são péssimos exemplos para as novas gerações? Alguém aí lembrou de alguma “celebridade” que aglomerou em festa clandestina e “passaram pano”?

Mas afinal, o que é ser herói? A definição clássica é de alguém que se sacrifica por muitos em detrimento de si próprio, não raro, com a própria vida, certo? Querem exemplos? Os pracinhas brasileiros que tombaram na 2ª Guerra Mundial, os valorosos bombeiros, os cientistas e os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus. Fica o registro.

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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