Santa Catarina | 30/06/2025 | Atualizado em: 30/06/25 ás 14:33

SC é o estado que mais consome ultraprocessados no país; veja ranking

PUBLICIDADE
SC é o estado que mais consome ultraprocessados no país; veja ranking

Foto: Freepik

Bolacha recheada, refrigerante, embutidos, salgadinhos… As chamadas junk foods viraram companheiras inseparáveis da rotina de milhares de catarinenses. Rápidas, baratas e acessíveis, elas parecem resolver o problema da fome no meio do corre-corre do dia. Mas um novo estudo da USP mostra que essa “solução” tem um custo alto para a saúde.

Notícias de Jaraguá no seu WhatsApp

Fique por dentro de tudo o que acontece na cidade e região.

Entrar no canal

Apesar dos muitos índices altos de qualidade de vida no estado, este é um dado que não orgulha. Santa Catarina lidera o ranking nacional de consumo de alimentos ultraprocessados, com todas as cidades do estado superando 20% da dieta composta por esse tipo de produto.

Florianópolis encabeça a lista, com o maior índice entre todos os municípios brasileiros: 30,5%. Os dados foram divulgados pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens/USP) em estudo publicado na Revista de Saúde Pública.

O levantamento se baseia em informações do Censo Demográfico e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, cruzadas com dados socioeconômicos e corrigidas por fatores de atualização.

Mapa do Brasil mostra estimativa de consumo de alimentos ultraprocessados por município
Imagem: Reprodução/Nupens USP

Foram considerados os hábitos alimentares de mais de 46 mil brasileiros com idade a partir dos 10 anos. Entre os 5.570 municípios avaliados, todas as cidades de Santa Catarina apresentaram participação calórica de ultraprocessados superior a 20%.

Florianópolis lidera, mas não está sozinha

A capital catarinense é a campeã nacional de consumo de ultraprocessados: quase um terço das calorias ingeridas em Florianópolis (30,5%) vem desse tipo de produto. O estudo também mostra que outras cidades do estado estão logo atrás no ranking: São José (28,3%) e Balneário Camboriú (27,8%) ocupam as posições seguintes.

Na região do Vale do Itapocu, os números também impressionam: Jaraguá do Sul registra 27,1% da dieta composta por ultraprocessados; Schroeder, 26,5%; Guaramirim, 25,5%; Corupá, 25,1%; Massaranduba, 24,3%; e São João do Itaperiú, 24%. Todas acima da média estadual.

As 10 cidades de SC que mais consomem ultraprocessados

  • Guaramirim – 25,56%
  • Florianópolis – 30,50%
  • São José – 28,30%
  • Balneário Camboriú – 27,80%
  • Jaraguá do Sul – 27,13%
  • Itapema – 26,78%
  • Schroeder – 26,55%
  • Itajaí – 26,37%
  • Blumenau – 26,35%
  • Joinville – 25,97%

As 5 capitais brasileiras que mais consomem ultraprocessados

  1. Florianópolis (SC) – 30,50%
  2. Porto Alegre (RS) – 26,62%
  3. Curitiba (PR) – 26,30%
  4. Salvador (BA) – 25,72%
  5. São Paulo (SP) – 25,54%

Clique aqui para acessar as estimativas de todas as cidades do país.

O que explica esse alto consumo

Segundo os pesquisadores, o acesso a maior renda, níveis mais altos de escolaridade e a urbanização são fatores determinantes para o aumento do consumo de ultraprocessados. Em cidades onde mais de 15% da população tem renda per capita superior a cinco salários mínimos, a parcela de calorias diárias oriundas desses produtos ultrapassa os 20%.

Mas o que exatamente são os ultraprocessados?

Os ultraprocessados incluem refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos, macarrão instantâneo, salgadinhos e outros alimentos prontos produzidos em larga escala. Eles contêm ingredientes como gordura vegetal hidrogenada, xarope de frutose, emulsificantes, maltodextrina, corantes e realçadores de sabor.

Pessoa comendo salgadinhos e tomando refrigerante diante de uma mesa cheia de junk food
Foto: Tim Samuel/Pexels

Esses produtos são desenhados para ter sabor acentuado, longa durabilidade e consumo fácil, mas são pobres em fibras, vitaminas e nutrientes essenciais. Uma revisão de 45 estudos publicada na revista The BMJ revelou que o consumo frequente de ultraprocessados está associado a pelo menos 32 problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, depressão e câncer.

Nutricionistas recomendam medidas simples, mas eficazes: substituir o biscoito recheado por frutas, evitar refrigerantes, planejar refeições com antecedência e sempre verificar a lista de ingredientes dos produtos. Quanto mais curta e com nomes conhecidos, melhor.

Diante dos dados, cresce o debate sobre a implementação de um imposto seletivo sobre os ultraprocessados, nos moldes do que já existe para tabaco e bebidas alcoólicas. A medida, em discussão no contexto da Reforma Tributária, visa desestimular o consumo desses produtos.

Como isso impacta sua vida?

Santa Catarina está no centro de um problema alimentar silencioso. A praticidade dos ultraprocessados vem acompanhada de riscos concretos à saúde. Reduzir o consumo, planejar melhor as refeições e buscar alimentos minimamente processados é um passo essencial para mudar esse cenário.

Gabriela Bubniak

Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Hospedagem por ServerDo.in
©️ JDV - Notícias de Jaraguá do Sul e região - Todos os direitos reservados.
guiwes.com.br