Economia | 06/09/2025 | Atualizado em: 06/09/25 ás 09:46

Tarifaço nos EUA derruba exportações de SC e já afeta indústrias

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Tarifaço nos EUA derruba exportações de SC e já afeta indústrias

Foto: Divulgação/Portonave

As exportações de Santa Catarina para os Estados Unidos caíram 19,5% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar da queda, os EUA continuam sendo o principal destino dos produtos catarinenses. No total, os embarques para o mercado norte-americano somaram US$ 119,2 milhões no período.

Impacto direto do tarifaço

Segundo Pablo Bittencourt, economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), a queda reflete dois fatores ligados à sobretaxa de 50% aplicada pelos EUA. Primeiro, houve uma antecipação de pedidos por parte dos clientes americanos antes da tarifa entrar em vigor. Depois disso, veio uma suspensão nos pedidos, com empresas evitando compras após o aumento de custo.

“Foi uma redução significativa em agosto, mas um movimento já esperado. Nos próximos meses, poderemos analisar melhor como o mercado vai reagir”, explica Bittencourt.

Exportações gerais cresceram

Mesmo com a retração para os EUA, as exportações globais catarinenses cresceram 1,54% em agosto, alcançando US$ 971,4 milhões. Esse desempenho foi puxado por aumentos nas vendas para países como México (+47,5%), Chile (+30,9%) e Argentina (+21,7%), conforme dados do Observatório FIESC.

Entre os produtos que registraram crescimento nas exportações estão: carne de aves (+9,9%), soja (+16,1%), motores elétricos (+4,2%), transformadores elétricos (+28,7%) e papel kraft não revestido (+34,4%).

Madeira e móveis em queda

O setor de madeira e móveis foi um dos mais prejudicados. As exportações de obras de carpintaria para construção caíram 34,9%, as de madeira compensada 30%, outros móveis recuaram 17,2% e a madeira serrada caiu 1%.

Bittencourt destaca que esse é um dos setores mais vulneráveis à sobretaxa, pois depende fortemente do mercado americano e produz itens sob medida para ele. A perspectiva de recuperação no curto prazo é considerada difícil.

Balanço do ano até agosto

No acumulado de janeiro a agosto, Santa Catarina exportou US$ 7,94 bilhões, crescimento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2024. O destaque ficou com as exportações de carne de aves (+8,1%) e carne suína (+12,7%), com forte demanda de países como México e Japão.

Mesmo com a queda de 1,3% nos embarques para os EUA no ano, o país segue como principal destino. Outros mercados em destaque foram a Argentina (+31,7%), Japão (+13,8%) e Chile (+39,2%).

Importações também sentiram oscilação

Em agosto, as importações caíram 10,6%, somando US$ 2,75 bilhões. Houve redução nas compras de peças para veículos (-12,6%) e pneus (-29,8%). Em contrapartida, cresceram as importações de fertilizantes nitrogenados (+150,9%) e cobre refinado (+12,9%).

Na análise acumulada do ano, as importações aumentaram 2,6%, totalizando US$ 22,48 bilhões, com a China liderando como principal origem.

Como isso impacta sua vida?

A oscilação nas exportações e importações afeta diretamente a economia catarinense, com reflexos no emprego, preços e investimentos. Regiões como o Vale do Itapocu, onde estão concentradas diversas indústrias de madeira e móveis, sentem mais intensamente os efeitos da queda nas vendas para os EUA. A atenção agora está voltada para os próximos meses, que serão decisivos para o equilíbrio comercial do estado.

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