Tanto faz | 17/11/2025 | Atualizado em: 27/11/25 ás 15:50

Você não vai acreditar nas 3 bandas internacionais que já tocaram em Jaraguá do Sul

Eu vi de perto, entrevistei e me emocionei. Veja como foi

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Você não vai acreditar nas 3 bandas internacionais que já tocaram em Jaraguá do Sul

Notre Dame em Jaraguá recebe show internacional com casa cheia - Foto: Acervo pessoal / Cesar Silva

Pode parecer mentira hoje, mas Jaraguá do Sul já foi palco de shows internacionais que marcaram época. Eu estive lá. Não ouvi dizer. Eu vi, vivi e registrei, com entrevista, bastidores e muito mais. Eram noites improváveis, quando a cidade se transformava sem avisar.

A seguir, compartilho três histórias que ficaram guardadas na memória de quem viu de perto essa fase quase secreta da nossa cultura local.

Information Society e o futuro no palco da Notre

Integrantes da banda Information Society em ensaio fotográfico dos anos 80
Information Society em visual icônico da época – Foto: Divulgação/Information Society

Foi no fim dos anos 90. Ainda lembro das luzes neon e do som eletrônico que parecia vir direto de uma pista de dança de Nova York. Era o Information Society, banda americana de synth-pop, se apresentando em Jaraguá do Sul.

O show foi uma aula de tecnologia e batida pop. “What’s on Your Mind (Pure Energy)” levantou a galera e, por uma noite, a cidade mergulhou em um universo que normalmente só víamos na TV. Para muitos ali, foi o primeiro contato com aquele tipo de som ao vivo.

Um detalhe curioso é que, na época, chamou muita atenção ver os integrantes da banda caminhando livremente pelo centro da cidade, praticamente anônimos. Alguns chegaram a andar de patins pelas ruas, misturados à paisagem urbana jaraguaense.

Jaraguá ainda tinha menos de 90 mil habitantes e ver músicos com fama internacional circulando como cidadãos comuns era surreal. Aquilo tudo dava a sensação de que o mundo tinha encostado por aqui, sem alarde.

Não teve entrevista nessa. Mas teve emoção, teve surpresa, teve impacto. E foi ali que muita gente descobriu que a música podia atravessar oceanos e aterrissar aqui, no meio do Vale, no coração de Jaraguá.

The Outfield em 2000: uma noite que parecia Londres

Integrantes da banda The Outfield ao lado de equipe local após show em Jaraguá do Sul
The Outfield posa com Cesar Silva nos bastidores de show em Jaraguá do Sul

Era 2000 e a Notre Dame estava lotada. Ninguém sabia muito o que esperar da banda inglesa The Outfield, famosa por “Your Love” e outros hits oitentistas. O público parecia contido no começo, talvez por não conhecer todo o repertório.

Mas bastaram alguns covers do The Police para o clima esquentar. Quando “Your Love” começou, foi impossível não cantar junto. O refrão ecoou alto, com um coral improvisado tomando conta da pista.

Eu estava lá junto com o jornalista Márcio Martins, cobrindo o evento para o antigo site O Leopoldo. Na passagem de som, conversamos com os integrantes John Spinks, Tony Lewis e Simon Dawson.

“Eles estavam bem-humorados, reclamando do sol, das queimaduras de praia e da turnê quente pela América Latina. Falamos sobre música eletrônica, sobre como preferiam instrumentos reais e até sobre Madonna, que eles juravam ser fã da banda”, relembra Márcio.

Comentaram que estavam lançando o disco “Rainbows End” e riram quando perguntamos sobre as Spice Girls e Oasis.

“Eles viraram vítimas da própria publicidade”, disseram. O show não era de multidões, mas foi íntimo, real e inesquecível. Aquela noite transformou Jaraguá em um pedacinho da Inglaterra por algumas horas.

Papa Winnie e o tributo que virou celebração

Papa Winnie, Andrew Tosh e jornalista nos bastidores de show em Jaraguá do Sul
Encontro de lendas do reggae em show histórico na Notre Dame

No mesmo ano, poucos meses depois, a Notre se encheu de novo, dessa vez com cheiro de reggae e espírito de celebração. Era a quarta vez que Papa Winnie se apresentava em Jaraguá, mas essa foi especial. Dividiu o palco com Andrew Tosh, filho de Peter Tosh, e com JR Marvin, da formação original dos Wailers. A banda Djambi, de Curitiba, completou o time com uma base instrumental forte e autêntica.

Também entrevistamos Winnie naquela noite. A energia era diferente. Ele falava com carinho do público brasileiro, “cheio de energia”, segundo ele. Disse que tinha músicas prontas para um novo disco e que amava Gilberto Gil, Skank, Cidade Negra, O Rappa. Estava ali para homenagear Bob Marley. Mas acabou homenageando também nossa cidade.


Dizem que Papa Winnie veio tantas vezes a Jaraguá do Sul que deixou mais do que boas lembranças. A história que corre pelos bastidores da noite jaraguaense é que ele teria um “filho perdido” por aqui. Ninguém confirma, ninguém desmente. Mas a lenda já virou folclore entre os frequentadores da Notre e fãs de reggae na cidade. Como toda boa história noturna, o mistério é parte do charme.

Como isso impacta sua vida?

Essas histórias não são só lembrança. São provas de que Jaraguá do Sul já viveu noites grandes, improváveis, marcantes. Relembrar é reconhecer que nossa cidade tem história, tem potência, tem memória. E, quem sabe, é um jeito de inspirar novas noites assim. Porque se já aconteceu uma vez, pode acontecer de novo.

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Max Pires

Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.

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