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Soma de votos brancos e nulos foi maior que a votação total da maioria das câmaras

É bom que se diga: o eleitor é livre para escolher seu candidato ou até mesmo não optar por nenhum deles.

15/11/2020

Nas eleições municipais de 2016 em Jaraguá do Sul, os 7.159 votos nulos e outros 4.667 mil em branco, se somados aos votos do segundo colocado na corrida pela Prefeitura, não fariam diferença no resultado final que deu a vitória ao prefeito Antídio Lunelli (MDB).

Com diferença de 13 mil votos sobre Ivo Konnel, então o segundo mais votado. Mas bastaria um quinto destes votos (exceto em Massaranduba) para mudar o resultado final da disputa em Corupá, Guaramirim, Schroeder e Barra Velha, elegendo com sobras os segundos mais votados nestes municípios.

No caso e pela ordem, Luiz Carlos Tamanini (MDB), Nilson Bylaardt (MDB) e Felipe Voigt (MDB) seriam os prefeitos atuais. Por coincidência, todos do MDB. Aliás, em Schroeder e com estes 2.360 votos (um quinto dos brancos e nulos de Jaraguá), até o terceiro colocado na disputa majoritária seria eleito prefeito.

Há quatro anos, as únicas eleições tranquilas foram as de Antídio Lunelli (Jaraguá do Sul) e de Sesar Tassi ( Massaranduba).

Em Schroeder, Osvaldo Jurck (PSDB) se reelegeu com diferença de 206 votos sobre Felipe Voigt (MDB), na mais apertada disputa majoritária da região. Em Corupá, João Carlos Gottardi (então no PP), venceu o tucano Nininho Eipper por diferença 388 votos.

Em Guaramirim, em outra disputa voto a voto, Luís Antônio Chiodini (PP) derrotou Nilson Bayllardt (MDB) com 215 votos sobre o opositor. Já em Massaranduba, eleição tranquila de Sesar Tassi (MDB) que somou 6.506 votos contra 3.519 dados a Davio Leu (PP), uma vantagem de 2.987 votos.

Esse mesmo percentual de votos nulos e brancos de eleitores de Jaraguá do Sul em 2016 (11.826) seria suficiente para eleger os nove atuais vereadores de São João do Itaperiu por seis vezes. À época, somaram juntos 1.816 votos.

Ou, ainda, duas vezes o total de votos dos eleitos em Barra Velha (6.047 votos juntos). Representam, também, mais de três vezes os votos dos vereadores eleitos em Corupá, que somaram, juntos, 3.907 votos; mais de duas vezes o total de votos recebidos pelos eleitos em Massaranduba, 5.467; mais de quatro vezes a votação total dos eleitos em Schroeder, com 2.813 votos e quase duas vezes a soma dos votos dos vereadores eleitos em Guaramirim: 6.648 votos. As câmaras municípios têm nove vereadores cada uma.

Os votos nulos e brancos

A cada ano de ele3ições ainda há quem acredite, mesmo com toda a divulgação dos tribunais regionais eleitorais, que o percentual de votos nulos e brancos são com siderados como válidos e que se a metade disso forem nulos a eleição é anulada. É bom que se diga: o eleitor é livre para escolher seu candidato ou até mesmo não optar por nenhum deles. Assim, se preferir invalidar o voto, o eleitor tem duas opções: votar em branco ou anular.

Diferenças

O voto em branco demonstra que o eleitor pretende não optar por nenhum candidato e que, ao mesmo tempo, quer anular o voto. O voto nulo ocorre quando o eleitor tecla um número qualquer que não pertence a nenhum candidato ou partido político, de forma intencional ou não.

A diferença está na forma de invalidar o voto porque, na prática, possuem a mesma função. O único reflexo que podem trazer é reduzir a quantidade de votos que um candidato precisa para ser eleito, pois só os que forem válidos serão computados.

Por Celso Machado, Jornalista e Colunista JDV

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