Tanto faz | 13/05/2025 | Atualizado em: 13/05/25 ás 13:37

Spoiler: Femusc 2026 já tem novidades confirmadas!

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Spoiler: Femusc 2026 já tem novidades confirmadas!

O Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc) já está afinando os detalhes da edição de 2026 e, olha… vem novidade boa por aí. Em visita a Jaraguá do Sul, na primeira semana de maio, o diretor artístico Alex Klein contou ao Jornal do Vale – nosso parceiro – algumas das coisas incríveis que podemos esperar para o ano que vem.

Dá um confere no que vem por aí!

“Onheama”: uma ópera com alma amazônica

A grande novidade da edição 2026 atende pelo nome de Onheama — e promete mexer com o público. Composta pelo renomado João Guilherme Ripper, a obra se inspira em uma lenda indígena sobre um eclipse solar, onde uma onça engole o sol (!) e um herói precisa restaurar a luz no mundo.

“Como toda lenda, é uma metáfora poderosa. Todos nós vivemos momentos de escuridão e precisamos encontrar dentro de nós o herói ou heroína capaz de trazer de volta o brilho”, explica Alex Klein.

Além do enredo marcante, a ópera ganha ainda mais força por ser toda cantada em português — algo inédito no festival. Um passo importante para dar mais identidade brasileira ao repertório do Femusc.

Nova geração em cena: direção de Matheus Sabbá

A montagem também traz um frescor na direção cênica. Quem assume é Matheus Sabbá, jovem diretor amazonense de 29 anos que, em 2025, trabalhou como assistente do experiente Harry Silverstein — nome já tradicional nas produções líricas do festival.

“O Mateus é um talento da nova geração, tem intimidade com as raízes amazônicas e uma visão moderna da ópera. Queremos dar espaço a essa renovação”, comenta Klein.

Divulgação/Femusc

E como montar uma ópera dessas em apenas duas semanas? A resposta está em meses de preparação: os cantores começam a decorar suas partes em setembro, e os ensaios presenciais, que chegam a 200 horas, são concentrados durante o festival.

A única ópera completa montada em festival no Brasil

A grandiosidade de Onheama não para na história. A estrutura envolvida é de gente grande: orquestra no fosso, iluminação cênica, cenário completo, figurinos e até o chamado urdimento de teatro — uma engenharia de bastidores que permite trocar elementos de cena com agilidade.

Tudo isso só é possível por causa do investimento em tecnologia de ponta no teatro da Scar e o apoio constante da iniciativa privada de Jaraguá do Sul.

“A gente consegue brincar com luzes, trocar cores de cena, fazer mágica no palco porque alguém lá atrás decidiu colocar o que há de melhor em equipamento técnico. Isso virou parte do diferencial do festival – e motivo de orgulho para a cidade”, afirma Klein.

Divulgação/Femusc

Professores russos e conexões internacionais

A edição 2026 também traz reforços de peso no time de professores. Serão quatro novos nomes, entre eles dois russos — parte do esforço do festival em ampliar rotas de intercâmbio para os alunos da América Latina, agora com foco também em países como Rússia e, futuramente, China.

Entre os confirmados estão o renomado Erkin Yusoupov, professor do Conservatório Tchaikovsky de Moscou e solista do Teatro Bolshoi, e a violinista Ksenia Dubrovskaya. “Queremos abrir novas rotas para nossos alunos, fora dos caminhos tradicionais que hoje estão mais difíceis, como os Estados Unidos”, destaca Klein.

Além das estreias, o festival recebe novamente Craig Mumm, Violista Principal Associado da Metropolitan Opera Orchestra de Nova York, e apresenta outra novidade: a violoncelista coreana Minna Chung, professora no Canadá e referência no ensino moderno de seu instrumento.

Ao todo, o Femusc contará com 39 professores e nove assistentes — consolidando o evento como um dos centros de formação musical mais prestigiados da América Latina.

Femusc como movimento de transformação

Para Alex Klein, o Femusc já transcendeu o conceito de festival musical: é um movimento educacional, cultural e social. “É como se fosse uma fazenda onde a gente planta e colhe ao longo das gerações. Hoje temos alunos cujos professores já foram alunos aqui”, relata com orgulho.

Na edição de 2025, foram 1.700 inscrições vindas de 33 países, dos quais 27 estiveram representados presencialmente em Jaraguá do Sul.

Maria Eduarda Günther/JDV

E o impacto vai além do palco: o Femusc realiza apresentações em hospitais, praças, centros sociais e até dentro de uma penitenciária. “Nossa música precisa ser inclusiva. A desigualdade na América Latina é gritante. Queremos que nossos alunos levem o modelo de Jaraguá para suas cidades e voltem transformados”, completa.

Música como salvação (literalmente)

Para Klein, a arte é mais que estética — é sobrevivência. Ele compartilha que, na infância, enfrentou dificuldades de aprendizagem e encontrou na música um caminho de superação.

“A música literalmente salvou minha vida. E é com ela que tento resolver os problemas que não entendo na sociedade; com harmonia, criatividade e beleza”.

Como isso impacta sua vida?

O Femusc é gratuito, acessível e acontece bem no coração de Jaraguá do Sul. Ele não só forma músicos de alto nível, como leva arte a quem muitas vezes não tem acesso. É um evento que conecta talentos do mundo todo, valoriza a cultura brasileira e mostra como a música pode ser uma ferramenta real de educação, inclusão e transformação.

Gabriela Bubniak

Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.

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