Sueli Maria Schiochet: uma trajetória ítalo-brasileira de serviço e superação em Jaraguá do Sul

Em 2025, Santa Catarina celebra os 150 anos da imigração italiana, marco que moldou a identidade cultural, econômica e social do estado. Nesse contexto, a vida de Sueli Maria Schiochet emerge como um testemunho vivo desse legado – uma história de trabalho, perseverança e amor à comunidade, enraizada na tradição ítalo-brasileira.

Raízes italianas e a vida no campo

Nascida em 28 de setembro de 1965, no território rural da Estrada Ribeirão Grande do Norte, Sueli descende de famílias que, como tantas outras, chegaram a Santa Catarina em busca de novas oportunidades. Sua infância, marcada pelos afazeres da roça, reflete a ética de trabalho trazida pelos imigrantes italianos – valor que permeou sua formação ao lado dos pais, Hilário e Vali Gorisch Schiochet.

O modo de vida agrícola, comum nas colônias italianas, foi sua primeira escola: plantio, colheita e senso de comunidade moldaram seu caráter. Até os 18 anos, trabalhou na lavoura, mantendo viva uma tradição que remonta aos primeiros colonos do Vale do Itapocu.

Serviço público: continuando o legado de construção coletiva

Assim como os imigrantes italianos contribuíram para o desenvolvimento de Santa Catarina, Sueli dedicou 22 anos ao serviço público, atuando na Câmara Municipal e na Prefeitura de Jaraguá do Sul. Seu trabalho na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) reflete o mesmo espírito comunitário que levou os italianos a erguerem escolas, igrejas e associações em terras catarinenses.

Sua formação técnica em saúde e sua participação em cursos como “Ética na Administração Pública” e “Excelência no Atendimento” demonstram seu compromisso com o bem comum – princípio que ecoa a coesão social cultivada pelos imigrantes.

O esporte como herança de vitalidade

Aos 54 anos, Sueli descobriu na corrida uma paixão que a conecta à tradição italiana de celebração da vida. Assim como as festas coloniais e os jogos tradicionais mantiveram viva a cultura italiana em SC, sua participação nos Jogos Abertos da Terceira Idade (JASTI) – onde conquistou medalha de ouro no salto em distância – simboliza a alegria e a resistência herdadas de seus antepassados.

Para ela, assim como para os imigrantes, o coletivo importa mais do que o individual: “A competição é um incentivo, mas o mais importante é a participação e a confraternização.”

Uma história que honra 150 anos de imigração italiana

A trajetória de Sueli Maria Schiochet não é apenas pessoal – é parte da grande narrativa da imigração italiana em Santa Catarina. Seus valores, seu trabalho e sua paixão pelo esporte são heranças vivas de um povo que transformou o estado com suas mãos, sua cultura e sua determinação.

Neste ano de celebração, sua vida serve como homenagem a todos os ítalo-brasileiros que, como ela, seguem construindo um legado de união, trabalho e alegria.