Superlotação nas UTIs de Santa Catarina faz estado decretar emergência

Foto: Arquivo/Secom
Diante do aumento expressivo na ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Santa Catarina, o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública. A medida foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (12) e tem como objetivo garantir agilidade nas ações administrativas diante do cenário de superlotação, principalmente nos hospitais públicos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o decreto permite “acelerar processos como contratação de leitos, serviços e insumos necessários para dar resposta à situação”. A rede hospitalar enfrenta um cenário crítico de demanda, impulsionado por casos graves de doenças respiratórias, politraumas e outras emergências médicas.
Mais de 90% de ocupação nos principais hospitais
Dados do painel estadual de leitos da SES indicam que diversos hospitais já ultrapassaram os 90% de ocupação nas UTIs adultas. Em algumas regiões, a taxa chegou a atingir 100%, dificultando o atendimento imediato de novos pacientes em estado grave. A situação também impacta o serviço de regulação de leitos, responsável por encaminhar os pacientes para unidades com disponibilidade.
A secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, explicou que o decreto de emergência vai “permitir à Saúde ampliar a resolutividade com celeridade e, acima de tudo, salvar vidas”.
Contratações emergenciais e reforço na rede
Com a situação oficializada como emergência, o governo estadual pode agilizar processos administrativos que, em condições normais, exigiriam trâmites mais burocráticos. Isso inclui:
- Contratação de leitos extras na rede privada para absorver a demanda;
- Compra emergencial de insumos e medicamentos;
- Reforço nas equipes médicas e assistenciais, especialmente nas unidades mais sobrecarregadas.
Além disso, a medida permite que o estado estabeleça convênios ou cooperações com municípios e instituições privadas com maior flexibilidade jurídica e orçamentária.
Doenças respiratórias pressionam sistema
A superlotação das UTIs em Santa Catarina ocorre em meio a um aumento significativo de doenças respiratórias, como gripe, pneumonia e complicações por vírus respiratórios sazonais. O cenário se repete em outras unidades da federação, mas tem se mostrado mais grave no Sul do Brasil, onde as baixas temperaturas intensificam os quadros clínicos.
Segundo especialistas, a sazonalidade, somada à alta demanda de acidentes e casos graves de outras enfermidades, tem levado o sistema ao limite.
Monitoramento e recomendações à população
O Governo de Santa Catarina informou que segue monitorando diariamente a situação hospitalar por meio da Superintendência de Serviços Especializados e Regulação. A pasta também reforça a importância de medidas preventivas por parte da população, como:
- Atualização da carteira vacinal, especialmente contra gripe e Covid-19;
- Busca por atendimento primário em casos leves, evitando sobrecarga nas emergências;
- Respeito às orientações médicas e uso responsável da rede hospitalar.