Do Sacra para a vida: histórias de amor que nasceram no lendário pub de Jaraguá
O Sacramentum Pub deixou saudades, mas também legou histórias reais de casais que se conheceram ali e construíram suas vidas juntos.
O Sacramentum Pub marcou uma geração em Jaraguá do Sul. Ele foi mais do que um bar de rock, cervejas importadas e noites que pareciam não ter hora para acabar, o Sacra foi cenário de encontros que mudaram vidas para sempre.
Entre riffs de guitarra e brindes apressados, histórias de amor começaram ali e seguem firmes até hoje.
Patrícia Machado Pivatto e César Augusto Pivatto | do balcão ao altar
Foi numa sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012, que Patrícia e César se encontraram pela primeira vez no Sacra. Patrícia tinha acabado de sair de um curso e pensava em encontrar os amigos. A fila estava enorme, e por pouco ela teria desistido se não fosse por duas amigas que apareceram bem na hora.
Lá dentro, uma amiga em comum fez as apresentações, e a afinidade surgiu de imediato. Era a primeira vez dela no pub, enquanto César já frequentava para experimentar cervejas e curtir a música. Naquela noite, quem tocava era a Banda Deserta, a preferida deles até hoje.
As “Sacras-Feiras” viraram rotina, sempre acompanhadas de amigos. Foi nesses encontros que César apresentou a Patrícia ao hábito de experimentar cervejas diferentes, algo que se tornou marca da relação. O gosto musical, por sua vez, passou a ser um legado que hoje também é compartilhado com os filhos, fortalecendo ainda mais o vínculo da família com aquela fase da vida.
Cerca de dois meses depois, já não havia dúvida de que aquele encontro era o início de algo maior: César pediu Patrícia em namoro e os dois começaram a escrever uma história que contrariou até as apostas dos amigos.
Conteúdos em alta
“Meus amigos não acreditavam que fosse durar, porque eu tinha acabado de sair de um relacionamento longo e não queria compromisso. Uma das primeiras frases que o César disse foi que só pensava em casar depois dos 30… mas aconteceu antes”, lembra Patrícia, rindo. Hoje, Patrícia Machado Pivatto e César Augusto Pivatto são casados e pais de dois filhos: Emanuel, de 12 anos, e Valentina, de 9.
Se pudessem viver mais uma noite no Sacra, gostariam de reviver exatamente aquilo que os uniu: a boa música, as cervejas especiais e os amigos que fizeram parte dessa caminhada.
Rodrigo Carvalho Müller e Gisele Dagnoni Notari | quando o bar contrariou o destino
Rodrigo lembra bem da primeira vez: chegou sozinho ao Sacra e encontrou Gisele com uma amiga em comum. O encontro foi simples, quase casual, mas suficiente para despertar uma conexão.
Entre risadas, conversa fácil e aquele charme de um autêntico pub de rock, os dois descobriram que havia algo especial. “O jeito, a conversa, a beleza… foi isso que chamou atenção naquela noite”, recorda Rodrigo.
As quintas-feiras logo viraram rotina. Era o dia preferido deles para estar no Sacra, junto dos amigos, entre jogos de sinuca, cervejas e shows de rock ao vivo. O pub se tornou cenário de encontros semanais e também de momentos marcantes, como assistir lutas do UFC no telão ou simplesmente dividir porções entre uma música e outra. Aos poucos, ficou claro que aquilo não era apenas um romance de bar: era o começo de uma história maior.
Desde o início de 2014, Rodrigo Carvalho Müller e Gisele Dagnoni Notar estão juntos, e em dezembro de 2017 oficializaram o casamento. Hoje, são pais de dois filhos, Lorenzo, de quase 7 anos, e Benício, de 3 anos e meio, e guardam o Sacra como ponto de partida da vida em família. “Começamos a namorar sério e ainda continuamos frequentando o Sacra com os amigos. O lugar traz boas lembranças, desde o início do namoro até os encontros com a galera”, conta Rodrigo.
Se tivessem a chance de voltar no tempo e viver uma noite no pub, o desejo seria o mesmo, “rolar um baita show de rock”, como nos velhos tempos.
Cristine Zimmermann Otto e Ivã Willi Otto | a tatuagem que eternizou o Sacra
Cristine e Ivã têm até tatuado na pele a importância do Sacra na história deles. As datas gravadas em japonês, escolhidas por Cris após viver alguns anos no Japão, marcam momentos decisivos da relação: 19 de outubro de 2014, quando Ivã a viu pela primeira vez no pub; 6 de abril de 2015, o dia em que ele a pediu em namoro; e 19 de setembro de 2015, quando foi ela quem pediu Ivã em casamento.
Eles nunca chegaram a ficar no Sacra, as conversas eram rápidas, geralmente às quartas-feiras, quando Cris ia com a amiga Laís e Ivã com o amigo Paulo. Foi Laís, aliás, que apresentou um ao outro, depois de uma amizade que começou na fila do banheiro e dura até hoje.
“Ele sempre ia e pedia água, eu e minha amiga ríamos disso. Mas o que me chamou atenção era que ele era sempre gentil e atencioso”, lembra Cris. Para Ivã, foi a beleza das pernas de Cris que primeiro roubou a cena.
Com o tempo, a relação saiu das paredes do Sacra e ganhou o mundo. Hoje, Cristine Zimmermann Otto e Ivã Willi Otto são casados e pais de duas meninas: Aurora, de 4 anos, e Letícia, de 2. Ainda assim, o bar segue vivo na memória deles, tanto pela história de amor quanto pelas amizades que nasceram ali. “O Sacra tinha esse clima aconchegante. Por ser pequeno, as pessoas eram obrigadas a se misturar. Isso tornava tudo mais próximo”, explicam. Se pudessem reviver uma noite, fariam o simples: “sentar nas mesinhas, beber uma boa cerveja e escutar um rockzinho”.
Casal bônus: Jaqueline Daniel e André Lagedo – do altar para o bar
Enquanto os casais anteriores conheceram o amor dentro do Sacra, Jaqueline e André fizeram o caminho inverso: foram do altar direto para o bar. Em novembro de 2011, depois de uma cerimônia simples na igreja — apenas com pais e padrinhos — o destino do casal estava traçado. “Depois da janta, fomos pra onde?! Pro Sacra, claro!”, conta Jaqueline, rindo.
O pub, que já fazia parte da rotina deles, acabou se tornando o cenário da primeira noite de casados. O brinde com os amigos, as risadas e o som do rock preencheram o lugar de um simbolismo especial: o de celebrar a vida exatamente onde tantas outras histórias começaram. “Tenho a foto até hoje”, lembra Jaqueline, com carinho.
Para o casal, o Sacra representa o espírito leve e autêntico de Jaraguá do Sul — aquele lugar onde o amor, a amizade e a boa música se encontravam como se fosse o mais natural dos destinos.
Um bar que fazia parte da cidade
Essas três histórias mostram que o Sacramentum Pub ultrapassou a função de casa noturna. Ele foi palco de encontros, amizades e, para muitos, o início de uma nova vida. Mesmo fechado, o Sacra continua presente na memória coletiva de Jaraguá do Sul, seja no sorriso de um casal que se formou entre suas paredes, seja na tatuagem que eternizou o símbolo de uma época.
O Sacramentum pode ter apagado suas luzes em 2016, mas segue vivo em cada brinde, em cada música lembrada e, sobretudo, nas famílias que nasceram sob seu teto.
Perfeito, Max. Aqui vai um bloco de encerramento que integra naturalmente o Sacra Fest ao artigo das histórias de amor, mantendo o mesmo tom nostálgico e emocional, sem quebrar o ritmo do texto:
O reencontro com o passado: Sacra Fest
Depois de tantos encontros e histórias que nasceram dentro do Sacramentum Pub, uma nova oportunidade de reviver essa energia está prestes a acontecer. O Sacra Fest promete trazer de volta o clima do lendário bar que marcou Jaraguá do Sul.
O evento acontece no dia 6 de dezembro, na Old River Art Music, com abertura dos portões às 14h e entrada permitida até as 23h. No palco, as bandas Patifaria, Teoria do Caos, Código de Bar e Deserta garantem a trilha sonora da nostalgia. O público vai reencontrar o tradicional bolinho de carne do Sacra, drinks clássicos como o Bin Laden e o Sacra em Chamas, além dos antigos garçons que também voltarão para a noite.
Mais do que uma festa, o Sacra Fest será uma celebração de memórias — um reencontro entre amigos, amores e histórias que resistiram ao tempo. Para quem viveu o Sacramentum, é como abrir uma porta do passado e brindar tudo o que ele representou.
Max Pires
Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.
