Tokenização de imóveis? Nova regra pode abrir mercado imobiliário digital em SC
Imagem: Ilustração digital sobre tokenização imobiliária
O mercado imobiliário de Santa Catarina pode estar prestes a viver uma verdadeira transformação com a regulamentação da tokenização de imóveis no Brasil. Publicada em 15 de agosto no Diário Oficial da União, a Resolução nº 1.551 do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI) estabelece as primeiras normas oficiais para o uso de blockchain no setor.
A proposta é simples na teoria, mas revolucionária na prática: transformar imóveis ou parte deles em “tokens”, pedaços digitais representativos de valor ou de direito sobre um bem físico. Com isso, qualquer pessoa pode investir em frações de um imóvel de forma segura, acessível e com transações registradas em blockchain.
Como funciona a tokenização imobiliária?
Na tokenização, o imóvel é dividido em cotas digitais chamadas de tokens. Cada token representa uma pequena parte daquele ativo. Pode ser uma fração do valor do imóvel, dos aluguéis gerados ou da valorização futura.
Esses tokens podem ser negociados em plataformas digitais, permitindo que investidores comprem, vendam ou troquem suas cotas com facilidade. Um exemplo: um prédio avaliado em R$ 10 milhões pode ser dividido em 10 mil tokens de R$ 1.000 cada. Investidores adquirem os tokens e participam proporcionalmente dos lucros.
Apesar da digitalização, a nova regulação não exclui o trabalho dos corretores de imóveis. Pelo contrário: eles ganham um papel estratégico na intermediação, validação documental, análise de risco e cumprimento das normas de prevenção à lavagem de dinheiro.
A resolução também incentiva o uso de contratos inteligentes (smart contracts), que automatizam os processos, reduzem custos e tornam as transações ainda mais seguras.
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Um mercado promissor, mas ainda em formação
Apesar do potencial, o mercado de tokenização no Brasil ainda é incipiente. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já regula alguns formatos, mas o ambiente segue em constante construção. A resolução do COFECI traz um fôlego importante e oferece um “sandbox regulatório” – ambiente experimental – para testar novas soluções por 12 meses.
Para Luiz Sérgio de Assis Pereira Júnior, consultor do setor de alto padrão, o impacto vai além da tecnologia. “A tokenização democratiza o acesso ao mercado imobiliário, atrai novos investidores e aumenta a transparência. Isso fortalece a confiança no setor, inclusive em regiões como Santa Catarina, que já têm forte apelo no mercado de luxo”, afirma.
Como isso impacta sua vida?
A tokenização imobiliária pode abrir portas para quem sonha em investir em imóveis, mas não tem capital para grandes compras. Com valores fracionados, é possível participar de empreendimentos relevantes com aportes menores, aumentando a inclusão financeira. Em Santa Catarina, onde o mercado imobiliário segue aquecido, essa novidade pode gerar novas oportunidades para investidores locais e estimular inovação no setor.
Gabriela Bubniak
Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.