Cotidiano | 11/11/2025 | Atualizado em: 11/11/25 ás 14:17

Unidas pela fé: igrejas Católica Romana e Católica Ucraniana convivem no mesmo espaço em Guaramirim

A convivência entre as tradições católicas reflete união, fé e preservação da cultura ucraniana.

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Unidas pela fé: igrejas Católica Romana e Católica Ucraniana convivem no mesmo espaço em Guaramirim

O cristianismo se dividiu oficialmente em 1054, com o chamado Cisma do Oriente, que separou a Igreja Católica Apostólica Romana, no Ocidente, das Igrejas Ortodoxas, no Oriente.
Séculos depois, parte das comunidades cristãs do Leste Europeu voltou a se unir a Roma, dando origem às igrejas católicas orientais, entre elas a Igreja Católica Ucraniana, que preserva o rito bizantino, mas reconhece a autoridade do Papa.

Essa aproximação histórica entre as tradições cristãs também se reflete em Guaramirim. Na cidade, fiéis da Igreja Católica Ucraniana celebram suas missas no mesmo espaço da comunidade católica romana Nossa Senhora de Fátima, no bairro Ilha da Figueira — um gesto que simboliza a comunhão e o respeito entre duas expressões da mesma fé.

Tradição de fé e raízes ucranianas

A comunidade católica ucraniana de Guaramirim foi fundada em 2006 pelo padre Arcenio Krefer, quando um grupo de fiéis decidiu organizar as celebrações de fé no município. Com o passar dos anos, o grupo cresceu e se estruturou, mantendo viva a tradição e a espiritualidade de origem ucraniana. Atualmente, 37 famílias participam ativamente da comunidade, que se tornou um ponto de encontro e convivência religiosa na cidade.

Mesmo sem sede própria, a comunidade mantém suas atividades com dedicação e organização. As celebrações acontecem na comunidade Nossa Senhora de Fátima, no bairro Ilha da Figueira, onde o grupo paga aluguel para realizar as missas duas vezes por mês — no segundo domingo e no quarto sábado.
“Além do aluguel, também ajudamos com o plano de saúde e as despesas de viagem do padre que nos atende, e contribuímos anualmente com a mitra, conforme o valor estipulado pelos superiores”, explica Adriano Martiniuk, coordenador administrativo da comunidade.

As missas são celebradas pelo padre Antonio Nazarko, que vem de Mafra para atender as comunidades de Guaramirim, Joinville e Timbó. Aos sábados, ele ministra em Guaramirim e depois segue para Joinville, onde celebra novamente no domingo. Todas essas comunidades estão ligadas à Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, com sede em Mafra (SC) .

Paróquia de Mafra Foto: Metropolia Católica São João Batista

A comunidade se mantém financeiramente com o dízimo dos fiéis e com o esforço coletivo em rifas realizadas duas vezes por ano — uma no Dia das Mães e outra no Dia dos Pais. Até 2019, o grupo também promovia eventos com comidas típicas ucranianas, que reuniam a comunidade e ajudavam na arrecadação de recursos, mas as atividades foram interrompidas com a pandemia e ainda não foram retomadas.

O terreno originalmente destinado à construção da igreja fica localizado nos fundos da rua Emílio Manke Júnior, na Rodovia SC-413, atrás da empresa Nevasca Alimentos, no bairro Beira Rio, em Guaramirim. Segundo Martiniuk, o imóvel está à venda, pois, após as fortes chuvas de 2010 que comprometeram parte do terreno, o bispo da comunidade decidiu encerrar o projeto de construção naquele local, devido ao alto custo de execução. A intenção é adquirir uma nova área para, enfim, iniciar a construção da sede própria.

A administração da comunidade é formada por uma comissão de doze membros, entre coordenadores, tesoureiros, secretários e conselheiros, que se revezam nas atividades e na organização das celebrações.
Para Adriano, o mais importante é manter a união e a acolhida:

“Quem desejar participar será bem recebido. A nossa comunidade é a casa do Pai, onde todos são bem-vindos, sem distinção. Não há critérios — somos todos filhos de um só Pai.”

Como isso afeta a sua vida

A convivência entre as igrejas Católica Romana e Católica Ucraniana em Guaramirim reforça o espírito comunitário e amplia o acesso às celebrações no bairro Ilha da Figueira. Além de preservar a tradição e a fé, a comunidade acolhe novos fiéis, promove ações solidárias e mantém viva a cultura ucraniana na cidade.

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Marcio Martins

Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão

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