Universidade alemã repara injustiça histórica contra Fritz Müller após 174 anos
Fritz queria, na verdade, provar que não havia liberdade religiosa na Prússia — hoje território alemão
02/02/2023
Uma injustiça histórica contra o naturalista Fritz Müller será reparada pela Universidade de Greifswald, na Alemanha, após 174 anos. No dia 10 de janeiro, o Instituto Histórico de Blumenau e a prefeitura receberam a confirmação de que Fritz terá o diploma em Medicina reconhecido pela instituição. A colação de grau póstuma reverte decisão de 1849, quando o então acadêmico recusou-se a mencionar um trecho de cunho religioso do juramento da formatura.
A notícia da decisão do reconhecimento é uma reparação histórica a quem tanto contribuiu com a ciência — comemorou o presidente do IHB, Marcos Schroeder.
Ateu convicto, ele pediu formalmente à universidade dispensa da frase em que os novos médicos juravam a deus. Para a época, quando a Europa ainda vivia as consequências da revolução de 1848, o ato tinha também caráter político. Fritz queria, na verdade, provar que não havia liberdade religiosa na Prússia — hoje território alemão.
Por fim, sem o diploma e perspectiva profissional, o naturalista acabou decidindo emigrar para o Brasil. Instalou-se na então colônia Blumenau, em 1852. Em território catarinense, ele fez descobertas científicas que ajudaram a revolucionar a ciência. Foi um dos principais colaboradores do britânico Charles Darwin na confirmação da Teoria da Seleção Natural das Espécies.
Uma comitiva de Greifswald deve visitar Blumenau em data a confirmar, ainda no primeiro semestre deste ano, para a entrega do título. Segundo o presidente da Secretaria de Cultura e Relações Institucionais, Rodrigo Ramos, a cerimônia deve servir como um encerramento simbólico da programação dos 200 anos de Fritz Müller, iniciada em março de 2022.
Conteúdo original publicado por NSC
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