Caropreso: atestado médico é um direito legítimo e devemos evitar generalizações
Atestados médicos devem ser tratados com seriedade. Caropreso alerta sobre os riscos de desconfiança e defende critério técnico nas decisões. Foto: Pixabay
O deputado estadual e médico neurologista Vicente Caropreso (PSDB) se manifestou sobre o debate recente envolvendo a emissão de atestados médicos em algumas cidades, reforçando que o problema não está no instrumento em si, mas no risco de descrédito causado por casos isolados e discursos generalizados.
“O problema não é o direito, é o abuso, é a mentira.”
Para Caropreso, o atestado médico é um direito sério, que tem como função proteger o trabalhador, o empregador e toda a sociedade. Ele destaca que afastar uma pessoa doente do ambiente de trabalho é uma medida de proteção coletiva e de saúde pública.
“Imagina alguém gripado, com uma doença contagiosa, indo trabalhar porque não teve respaldo médico. Isso pode virar um problema muito maior lá na frente, inclusive pra quem emprega.”
O deputado defende que o respeito a esse direito exige responsabilidade de todas as partes envolvidas. Quando há desconfiança generalizada, os maiores prejudicados são justamente os profissionais éticos e os trabalhadores que realmente necessitam do afastamento.
“O trabalhador honesto vira suspeito, o servidor comprometido é colocado no mesmo saco, e a confiança entre população e médicos se abala.”
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Na visão de Caropreso, garantir o atestado a quem realmente precisa é uma forma de preservar vidas. Por outro lado, ele alerta que emitir documentos sem critério é uma infração grave:
“Emitir [atestado] sem responsabilidade é trair a confiança da sociedade. É crime.”
Câmara de Jaraguá do Sul teve debate polêmico sobre “epidemia de atestados”
O tema dos atestados também foi destaque na sessão da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, realizada na quinta-feira (30), quando o vereador Rodrigo Livramento (Novo) utilizou a palavra livre para afirmar que o município vive uma “epidemia de atestados”, principalmente nas manhãs de segunda-feira.
“Existe um elefante embaixo do tapete aqui em Jaraguá do Sul, especialmente quando a gente fala de UBSs e pronto atendimentos. Eu tô falando dos atestados. […] Infelizmente nós vivemos uma epidemia de atestados.”
Livramento sugeriu que a Prefeitura, junto ao Conselho Regional de Medicina, adote medidas para restringir o que considera um uso indevido do sistema, como a emissão de declarações de comparecimento em vez de atestados, nos casos em que o afastamento não for clinicamente necessário.
A fala que mais repercutiu foi a seguinte:
“Nós precisamos de uma postura firme para dar um basta nessa vagabundagem de trabalhadores que se dizem trabalhadores, mas semana sim, semana não, estão lá sofrendo da epidemia de falta de vontade de trabalhar. […] Jaraguá do Sul é uma cidade de gente trabalhadora e não merece essa epidemia de atestado.”
Como isso impacta sua vida?
Em Jaraguá do Sul, o debate sobre atestados médicos envolve não só a gestão da saúde pública, mas também o respeito aos trabalhadores e à atuação médica. A manifestação do deputado Vicente Caropreso oferece uma perspectiva técnica e equilibrada, ao lembrar que o atestado é uma ferramenta legítima de proteção social — e que generalizações podem minar a confiança no sistema de saúde. Já as falas na Câmara refletem a necessidade de discutir o assunto com cuidado, sem deslegitimar quem realmente precisa de afastamento por motivo de saúde.
Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão
