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BC lança nota de R$ 200 enquanto o varejo sente a falta de troco

Em 2018, o BC fez estudo no qual estimou que 96% dos brasileiros ainda usam o dinheiro em espécie para pagamentos, contudo, gestão e logística em frações ainda onera o comércio que busca soluções alternativas como a Super Troco

01/09/2020

No final de julho, o Banco Central do Brasil anunciou oficialmente que o Real contará com mais uma cédula, a de R$ 200, que terá como personagem o lobo-guará. O que estimulou a decisão foi a crescente demanda pelas pessoas por dinheiro em espécie para guardar em casa durante a pandemia.

Contudo, a movimentação desse dinheiro, principalmente em notas altas, caminha ao lado de um problema antigo no varejo brasileiro: a falta de troco nos caixas do comércio.

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A logística e a gestão do dinheiro em frações pelo varejo ainda absorve altos investimentos e gera atrito com o consumidor final quando utiliza o pagamento em espécie.

Por isso, variadas e criativas são as alternativas que empresários adotam, desde simples promoções de incentivo até a implantação de tecnologias inovadoras como a ferramenta oferecida pela Super Troco. Uma startup que encontrou uma solução para transformar o troco em uma carteira de pontos, para resgate de benefícios, gerando oportunidade para todas as pessoas.

De acordo com um estudo do Banco Central do Brasil, publicado em 2018, 96% dos brasileiros ainda utilizam o dinheiro em pagamentos no dia-a-dia. Sendo que, destes, 60% afirmaram que o dinheiro é a forma que utilizam com maior frequência em suas compras.

Reflexo da nota de R$ 200 vai depender do comportamento do consumidor

Para Rodrigo Doria, CEO e fundador da startup Super Troco e que acompanha de perto esse setor, a nota de R$ 200 não deve potencializar o problema atual de falta de notas pequenas e moedas.

“A nota de maior valor não necessariamente agravará a falta de troco no varejo, porque elas são muito pouco usadas. Por exemplo, estima-se que apenas 10% da população use notas de cem reais para fazer pagamentos.

Contudo, isso não significa que o momento não mereça também nossa atenção aos valores inferiores. O brasileiro ainda tem uma cultura de não carregar consigo moedas e notas baixas, cerca de 30% de todas as moedas estão represadas nas casas ou no fundo das bolsas, fora circulação”.

Porém, o executivo também faz uma reflexão sobre um possível comportamento dos consumidores, que podem inserir estas novas notas de valores maiores no varejo. “Ainda não é possível prever o real comportamento das pessoas em posse das notas de R$ 200, se vão guardar a cédula com medo de uma crise financeira, como o governo imagina, ou se vão colocá-la em circulação no mercado.

No entanto, se elas forem usadas em pagamentos do dia-a-dia, aí sim teríamos um novo desafio pela frente. Além da falta de moedas e cédulas de baixo valor, o lojista pode passar a sofrer também com a falta de cédulas mais altas de R$ 10, R$ 20, R$ 50 e até R$ 100”.

 

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