Saúde

Campanha reforça importância da prevenção sobre o suicídio

Alguns sinais podem servir de alerta à família e amigos. Confira a reportagem especial!

09/09/2020

Este mês é marcado pela campanha Setembro Amarelo, que busca conscientizar sobre a prevenção ao suicídio e propõe um diálogo aberto sobre o tema para reduzir o número de casos. Saber reconhecer os sinais de alerta, procurar auxílio profissional e adotar hábitos saudáveis pode salvar vidas.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que nove em cada 10 mortes por suicídio podem ser evitadas.

Em Santa Catarina, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) realizam atendimentos com profissionais capacitados e há iniciativas de prevenção do Governo do Estado, como ações voltadas aos estudantes na rede pública estadual de ensino.

Alguns sinais podem servir de alerta à família e amigos. “O isolamento, o abuso de álcool e outras drogas, mudanças bruscas de humor, a diminuição do autocuidado e até a automutilação.

Esses sinais, especialmente quando se manifestam constantemente, requerem atenção especial”, afirma Libiana Bez, enfermeira da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Crônicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC).

Até 25 de agosto deste ano, foram registradas 400 mortes por suicídio no Estado, sendo o maior número de casos (78) entre 50 e 59 anos. Em 2019, foram 807 óbitos.

Já em relação às tentativas, foram 2.678 até agosto deste ano e 6.118 em 2019. A faixa etária com maior número de tentativas é a de 20 a 29 anos, conforme informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde.

Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostram que no Brasil cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos e, conforme o Ministério da Saúde, mais de 96% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, depressão, transtorno bipolar e/ou abuso de substâncias.

 

CAPS e CVV são importantes aliados para ajuda aos suicidas

Para prevenir o suicídio uma das principais medidas é procurar ajuda profissional. No sistema público, a porta de entrada para o acolhimento de pessoas com algum transtorno mental são as unidades básicas de saúde.

Os serviços públicos de saúde mental de Santa Catarina contam com 110 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em diversos municípios e diferentes modalidades.

Nessas estruturas são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo as que têm distúrbio psiquiátrico, pensamento suicida e tentativa de suicídio.

Outro importante aliado na prevenção do suicídio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, por telefone 188, e-mail ou chat pelo site da instituição. Jaraguá do Sul conta com uma unidade, instalada no segundo piso da rodoviária.

Testes genéticos podem ser aliados contra os transtornos depressivos

Setembro é conhecido mundialmente como o mês de prevenção ao suicídio, também chamado de “Setembro Amarelo”. No Brasil, a campanha teve início oficialmente no ano de 2015, com esforços do Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria.

A origem da cor amarela vem da história que inspirou a campanha: um jovem norte americano de apenas 17 anos que tirou a própria vida dirigindo seu Mustang 68, um carro que ele próprio restaurou e pintou de amarelo.

No dia do funeral, os familiares e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas presas a eles com a mensagem: se você precisar, peça ajuda!

No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem aumentado assustadoramente entre jovens. Entre 2000 e 2016, as taxas de suicídio aumentaram 73%, passando de 6.780 para 11.736, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde.

Hoje, é de conhecimento de todos que os transtornos depressivos se devem a fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais, sendo uma doença como outra doença qualquer, que merece atenção e deve ser tratada. Porém, durante muito tempo o assunto não era abordado devido ao preconceito e ao estigma.

Dentre os transtornos psiquiátricos, ansiedade, depressão, psicose e epilepsia destacam-se por possuírem elevada incidência na população, além de causarem grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados por estes problemas.

Apesar da variedade de terapias medicamentosas disponíveis, muitos pacientes apresentam falta de efetividade do fármaco ou efeitos adversos graves, que podem fazer com que o paciente pare o tratamento sem a recomendação médica.

AGU lança cartilha sobre Saúde Mental

A Advocacia-Geral da União (AGU) deu início à campanha Setembro Amarelo – Sua Vida tem Valor.

Combater o estigma relacionado ao adoecimento mental, conscientizar as pessoas de que o suicídio existe e é um problema de todos e divulgar informações sobre os fatores de risco e de proteção relacionados a esse problema de saúde pública são os objetivos da campanha.

A Cartilha de Orientações de Atenção à Saúde Mental tem a finalidade de orientar sobre os procedimentos que deverão ser adotados pelo apoiador ao identificar sofrimento mental e emocional de membros, servidores e demais pessoas no ambiente de trabalho.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados. A partir da década de 1990, a OMS passou a considerar o suicídio um problema de saúde pública e incentivou a criação de planos nacionais para sua prevenção.

A OMS estima que cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. E o suicídio é apontado como a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

No Brasil, são registrados aproximadamente 12 mil suicídios por ano. Desde 2015, o dia 10 de setembro é lembrado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

 

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