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Coluna: Política & Políticos – A Celesc pública

Celso Machado comenta os principais acontecimentos da política catarinense

01/02/2023


Promessa de campanha feita pelo governador Jorginho Mello (PL), presencialmente, para representantes dos funcionários da Celesc: em seu governo a empresa continuará sendo pública, jamais privatizada. Dia destes, com aval de Mello, Tarcísio Rosa, sócio diretor da TCE Energia Consultoria e Serviços em Energia, com sede em Florianópolis, foi indicado para diretor-presidente da Celesc.

A Celesc privatizada?

Rosa, que já trabalhou na Eletrobras, vendida pelo governo federal em junho de 2022, é um defensor de carteirinha da privatização de empresas públicas federais ou estaduais. E já há quem veja na nomeação dele uma janela para a privatização da Celesc. Aliás, privatização é o que também quer o empresário gaúcho Lirio Albino Parisotto, maior acionista da empresa.

Quem é Parisotto?

A fortuna de Lirio Parisotto é estimada em US$ 2,4 bilhões. Médico por formação, tem ações da Celesc, Banco do Brasil, Eletrobrás, CSN, Usiminas, Braskem, Vale, Light, Cielo, Eternit. Também foi um dos donos da antiga RBS TV em Santa Catarina. E é o dono da Portugal Energia, com sede em Lisboa, empresa parceira da Celesc na construção de 449 kms de linhas de transmissão de energia (incluindo Jaraguá do Sul e região).

 

CURTAS

  • Se serve como consolo pelos quase dez anos do início da duplicação da BR-280 em 74 quilômetros, entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul, o contorno viário de Florianópolis, com 50 quilômetros de extensão para desafogar o trânsito pela BR-101 na região da Capital, começou em 2008. Com conclusão da obra anunciada para 2012. Mais recentemente, o prazo foi esticado, pela enésima vez, para dezembro de 2023.
  • Considerada como a maior obra do gênero em andamento no país, pela longevidade de execução do projeto, uma marca registrada de Brasília, poderia se imaginar que a responsabilidade fosse do governo federal. Mas é da concessionária Arteris Sul, que cobra pedágios na BR-101 Norte há 14 anos. O contrato, de 25 anos, vai até fevereiro de 2033. A Arteris até hoje deve investimentos complementares na BR-101 Norte.
  • Em Brasília na semana passada o governador Jorginho Melllo (PL) disse que vai cobrar do governo federal uma compensação pelos R$ 465 milhões que o Estado investiu no governo de Carlos Moisés (Republicanos) em rodovias federais que cortam SC. Abatendo o valor da dívida que SC tem com a União, algo ao redor de R$ 9,8 bilhões.
  • Mas é só jogo de cena. No acordo firmado entre Santa Catarina e o Ministério da Infraestrutura, no governo de Moisés, essa compensação não consta. O ex-governador bem que tentou, mas ouviu um sonoro “não” à época. E não há indícios de que essa exceção seja feita agora, o que abriria uma avalanche de queixas de outros estados.
  • Secretária da Saúde, Carmen Zanotto, esteve em Brasília. Foi saber dos R$ 20 milhões que o Ministério da Saúde diz ter para Santa Catarina implantar o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas. Quando, não se sabe. Oficialmente, são 60 mil são encaminhados entre 2017 e 2021 e outros 40 mil em 2023. Mas Zanotto eu que é o dobro disso. E isso porque foram 108 mil procedimentos em 2021 e outros 98 mil no ano passado.
  • A expectativa na eleição de hoje do novo presidente da Assembleia Legislativa é a de que Mauro de Nadal (MDB) leve ao mesmo 35 votos dos 40 deputados. Visto assim, o governador Jorginho Mello (PL) teria respaldo do partido com seis deputados na Casa. E no governo dele via secretaria da Infraestrutura e outra de relevância que vai entrar no negócio. O problema está nos outros cargos da Mesa. Só para lembrar, a votação é individual.

De olho em Brasília

Primeiro suplente de deputado federal, Ricardo Alba (União Brasil/Blumenau/48.904 votos)) está de olho no mandato do deputado reeleito Fábio Schiochet (União Brasil/Jaraguá do Sul). Isso porque o Procurador Regional Eleitoral, Claudio Valentim Cristani, do Ministério Público Eleitoral, pediu a desaprovação de todas as contas de Schiochet (51.824 votos) relativas a campanha eleitoral de 2022. E a consequente devolução de R$ 1,2 milhão- R$ 194 mil do Fundo Partidário e mais R$ 965.400,00 do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.

Citações sem comprovação

São valores, disse Cristani, citados “genericamente” a título de serviços prestados por cabos eleitorais entre 16 de agosto e 1º de outubro de 2022, sem apresentar locais de trabalho, horários e justificativa dos preços contratados. Os pagamentos variavam de R$ 1.000,00 a R$ 40.000,00 por cabo eleitoral. Sobre o que incide Imposto de Renda não recolhido. A Gráfica Ipiranga (Jaraguá do Sul) também cobra notas fiscais de R$ 34.888,00, R$ 55.860,00 e 13.700,00, por serviços não pagos. Tudo isso pode desaguar na cassação do mandato.

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Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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