Saúde

Acne em diferentes fases da vida: entenda como a doença afeta bebês, adolescentes e adultos

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06/12/2023

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 56% dos brasileiros sofrem com acne em diferentes níveis de gravidade. Apesar de ser uma condição de pele bastante comum na adolescência devido às alterações hormonais, os cravos e espinhas também aparecem em outras fases da vida.

Acne em diferentes fases da vida: entenda como a doença afeta bebês, adolescentes e adultos

A dermatologista Maria Paula Del Nero explica as principais causas para o surgimento da acne em recém-nascidos, bebês, adolescentes e adultos, além de destacar os tratamentos e cuidados mais recomendados de acordo com cada grau de intensidade.

  • Em recém-nascidos e bebês (ou acne neonatorum e infantil): a primeira ocorre logo nas primeiras semanas após o nascimento e desaparece sozinha, sem necessidade de tratamento. Já a segunda, só se desenvolve a partir do terceiro mês de vida e, em muitos casos, deve ser tratada dermatologicamente.
    A principal causa não está relacionada à alimentação da mãe, mas aos hormônios maternos liberados durante a gestação e o parto, ou até uma predisposição genética.”
  • Na adolescência: segundo a médica, este é o caso de 85% dos jovens entre 12 e 18 anos. As fortes oscilações hormonais deste período são as grandes responsáveis pelo quadro, mas se manifestam de maneiras distintas entre meninas e meninos. Para elas, as espinhas podem aparecer no período pré-menstrual e, neles, no auge da puberdade — quando há um pico de testosterona.
    “Mesmo com sintomas leves, pode ser importante procurar a orientação de um dermatologista para que uma possível deterioração seja neutralizada ou para evitar a disseminação dos sintomas em um estágio inicial”, recomenda.
  • Na idade adulta: em muitos casos, os sintomas regridem após a puberdade, mas em outros eles podem se manter ou até aparecerem pela primeira vez. Isso, inclusive, é muito comum acontecer entre mulheres adultas. Maria Paula explica que, ao contrário de outras fases da vida do homem, é na idade adulta que elas apresentam maiores oscilações hormonais e, assim, mais probabilidade de terem acne.
    “A gravidez, a menstruação, a menopausa ou a interrupção no uso do anticoncepcional têm um impacto significativo no equilíbrio hormonal e podem ser um gatilho para esse tipo de acne.”

 

Pessoas com mais 50 anos podem ter acne?

 

Sim. A dermatologista afirma que não é comum, já que a quantidade de hormônio é menor, mas alguns pacientes podem apresentar a chamada acne cosmética, ou seja, uma irritação causada por produtos de beleza.

Ela também reforça que, nessa fase, a acne também pode ser resultado de um quadro de estresse ou ansiedade. Isso acontece porque os hormônios andrógenos são produzidos em maior quantidade, estimulando produção excessiva de sebo e que resulta no surgimento de cravos e espinhas.

“Nesse caso, os cuidados podem ser o uso tanto de antibiótico via oral ou tópico, uso da isotretinoína, que é a vitamina A, ou até um controle feito com lasers e com o skincare adequado”, orienta.

 

Acne e o uso prolongado de anticoncepcionais

 

É muito comum que médicos receitem esse tipo de remédio para meninas no combate à acne, mas a dermatologista defende que sua recomendação só deve ser feita para pacientes “com ovário policístico ou uma alteração hormonal ovariana, senão, realmente, não funciona”. Já a isotretinoína, comercialmente conhecida como Roacutan, é mais usada no tratamento dos meninos.

Além disso, a dermatologista afirma que, a longo prazo, a ingestão de anticoncepcionais apresenta uma série de efeitos colaterais como AVC, infarto e trombose. Portanto, é essencial ter um acompanhamento médico:

“Para analisar se há algum fenômeno tromboembólico ou retenção de líquido, tem que ser muito bem prescrito pelo ginecologista, juntamente com o dermatologista, para saber se isso é realmente necessário para o controle da acne”, alerta.

 

Classificações da doença e tratamentos

 

  • Acne grau 1: sintomas leves, mas sem inflamações.
  • Acne grau 2: presença de espinhas e comedões, que são os cravos tanto aberto, quanto fechados.
  • Acne grau 3: sintomas moderados, com cravos, espinhas, lesões mais profundas e inflamadas, como as pústulas.
  • Acne grau 4: é mais grave, que inclui todos os tipos anteriores, mas também as formações de cistos que podem ter intercomunicações entre eles e formar até fístulas.

 

Para o tratamento dos graus 1 e 2, a indicação é começar pelo procedimento de maneira tópica, com um sabonete específico para cada tipo de pele: “O ideal é que também se use hidratante, mesmo para pele oleosa. E o protetor errado pode ser um fator agravante da acne”, destaca a especialista.

Já naquelas acnes que têm lesões inflamatórias, “existe a possibilidade de associar todo o tratamento tópico com os orais e o uso de lasers em consultório”.

Maria Paula finaliza reforçando que os cuidados com a acne não são questão de vaidade e trata-se de uma doença que afeta a qualidade de vida, por isso, é essencial um acompanhamento profissional: além do grau, ele irá considerar outros fatores que vão encaminhar o paciente para o tratamento mais adequado.

“O diagnóstico precoce faz toda a diferença, porque pode reduzir o sofrimento de uma vida, é capaz de devolver a autoestima e, muitas vezes, a felicidade de uma pessoa.”

Fonte: Gshow

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Por

Estudante da 5ª fase de Design, curiosa por natureza e apaixonada pelo que faz.

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