Chuvas

Busca por vítimas na BR-376 entra no terceiro dia com risco de desabamento de estrada

De acordo com a Arteris Litoral Sul, trecho onde ocorreu o deslizamento era monitorado e “não apresentava riscos”; duas pessoas morreram

30/11/2022

A busca por vítimas no deslizamento de terra que atingiu a BR-376, entre Santa Catarina e o Paraná, foi retomada nesta quarta-feira (30). Mais de vinte veículos foram atingidos pelo fenômeno, que ocorreu na noite de segunda-feira (28) no km 669 da rodovia, em Guaratuba. Até o momento, seis pessoas foram resgatadas com vida e duas morreram. Conforme a Defesa Civil do Paraná, há risco de desabamento da estrada. As informações são do g1 PR.

Conforme o órgão paranaense, o mau tempo dificulta as buscas na região. No fim da tarde desta terça-feira (29), o trabalho de resgate teve que ser interrompido por conta da chuva. O Coordenador da Defesa Civil do Paraná, coronel Fernando Shunig, explica que o local está totalmente instável.

— Essa terra tem um peso muito grande sobre a pista, e uma pista que está sobre uma região suspensa, correndo o risco, inclusive, de desabar a pista. É um cenário muito complexo de ser trabalhado — diz.

Além disso, o comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Manoel de Figueiredo Junior, afirma que há alto risco de novos deslizamentos na rodovia. Segundo o geólogo Renato Lima, o Centro de Apoio Científico em Desastres da Universidade Federal do Paraná (Cenacid/UFPR), a retirada de terra no local só deve engrenar quando parar de chover e que o monitoramento das encostas deve continuar.

 

Concessionária afirma que trecho não apresentava riscos

A Arteris Litoral Sul, concessionária que administra a via, afirmou nesta terça-feira (29) que o trecho onde ocorreu o deslizamento “não apresentava risco” e era monitorado periodicamente. Em nota, a empresa alegou que tem um programa permanente para o monitoramento de encostas e que a prioridade máxima no momento é o resgate de possíveis vítimas.

Equipes da concessionária estão mobilizadas para dar suporte aos órgãos de segurança. “Concluída essa etapa, que inclui a desobstrução total do trecho, será iniciado o trabalho de avaliação da rodovia para a futura liberação do tráfego em condições de segurança. Esse trabalho inclui a participação de profissionais geotécnicos”, diz a nota.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, a Defesa Civil do Paraná afirmou que a Arteris sabia que as chuvas apresentavam riscos para o tráfego na pista e da “vulnerabilidade técnica” do local.

— É uma área de bastante vulnerabilidade técnica e necessita obras de contenção disso aí. Tanto que a concessionária estava fazendo obras, trabalhando nesse local, prevendo e sabendo desse risco — explica o coronel Fernando Raimundo Schuning.

 

Relembre o caso

O deslizamento ocorreu no início da noite de segunda-feira, por volta das 18h40min, na pista sentido Santa Catarina. O mesmo local já havia registrado um outro deslizamento, de menor volume, durante o dia. Equipes trabalhavam no local e a pista havia acabado de ser liberada para tráfego. Conforme relatos, os veículos ainda estavam parados no local quando o deslizamento ocorreu. Parte dos veículos, inclusive, teria sido arrastada para fora da rodovia.

Segundo a Autopista Litoral Sul, concessionária responsável pelo trecho Norte da BR-101 em Santa Catarina e também pela BR-376 no Paraná, não há previsão de liberação da pista. Todas as faixas dos dois sentidos da rodovia precisaram ser interditadas.

Os bloqueios ocorrem na praça de pedágio de São José dos Pinhais, no Paraná, no km 635 da rodovia, na unidade da PRF em Tijucas do Sul, no km 662, e na praça de pedágio de Garuva, no Norte de Santa Catarina, no km 1,3 da BR-101.

Por isso, a recomendação é de que os motoristas retornem e sigam pelas seguintes vias:

  • BR-376/PR – interdição no km 635 sul: opções de retorno no km 617, 619, 625 e 633
  • BR-376/PR – Interdição no km 662 sul: opções de retorno no km 644, 648 e 654.
  • BR-376/PR – Interdição no km 669 sul: opções de retorno no km 663.
  • BR-101/SC – Interdição no km 1 norte: opções de retorno no km 27, 25, 20, 14, 10, 6 e 1,8.

Uma das rotas alternativas indicadas no momento para ligação entre os dois estados é pela BR-470 e BR-116.

Além do Corpo de Bombeiros de Garuva, Santa Catarina também enviou para auxiliar nas buscas duas equipes especializadas em atendimentos extremos, de Balneário Camboriú e Itajaí, que possuem equipamentos para acesso a áreas deslizadas e resgate veicular. O Estado disponibilizou, ainda, binômios — duplas entre bombeiro militar e cão de busca — para atuar na procura por pessoas desaparecidas.

Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, a previsão é que o resgate demore dias para ser realizado. Isto porque há dificuldades no acesso aos veículos. Segundo a pasta, há caminhões, por exemplo, que estão segurando a terra no local. Ao menos seis caminhões e entre dez e 15 veículos de passeio foram atingidos pelo deslizamento.

Veja o mapa que mostra o local do deslizamento

 


 

Conteúdo original publicado por NSC
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Editora, analista SEO e responsável pelo conteúdo que escreve. Atenta aos conteúdos mais pesquisados do país.

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