Coluna: A conta da gratuidade

Como medida compensatória à gratuidade da passagem em ônibus urbanos para maiores de 65 anos, o Senado aprovou e mandou para a Câmara dos Deputados projeto de lei prevendo repasse de R$ 15 bilhões de recursos federais às empresas concessionárias pelo período de três anos- R$ 5 bilhões/ano. Segundo a Frente Nacional de Prefeitos, o Programa Nacional de Assistência à Mobilidade dos Idosos em Áreas Urbanas destina esse valor para financiar as gratuidades.

Divisão do subsídio

Dividido por 15.609.996 de idosos, ou 75% dos 20.813.328 desse contingente da população, segundo o Ministério da Saúde, isso representa R$ 320,31 (anuais) por idoso. Mas, para se saber quanto cada município terá, é preciso multiplicar R$ 320,31 pela estimativa da população beneficiada. Segundo o IBGE, Jaraguá do Sul tem 184 mil habitantes e dez por cento disso de idosos acima de 65 anos. Na divisão do bolo, em torno de R$ 59,00/ano por idoso.

É uma piada?

Dá para levar a sério manifestação de seis, dos 45 membros do diretório municipal do PSDB de Balneário Camboriú (maioria mulheres) apoiando uma pré-candidatura do ex-prefeito de BC, Leonel Pavan, a governador? Até porque, pelo andar da carruagem, os tucanos podem nem ter candidato, priorizando a disputa proporcional (deputados) sob pena de o partido virar pó em SC.

Zero à esquerda

O Cidadania vai apoiar João Dória Jr. à presidência da República. Sem isso, talvez o tucano não teria palanque em Santa Catarina. É a primeira federação de partidos (PSDB/Cidadania), sistema aprovado na reforma eleitoral de 2021. Em 2018, o Cidadania sequer lançou candidatos às eleições em SC. Nem mesmo coligou com candidaturas majoritárias.

Pendurando as chuteiras

“Vou fazer 70 anos. Lulinha (ex-presidente Lula) vem com aquela de ‘corpinho de 30 e tesão de 20’. Isso é com ele. Não tenho condições físicas e emocionais”. De Ideli Salvatti (PT), ex-senadora e ex-ministra de Dilma Rousseff (PT), justificando sua ausência nas eleições de outubro próximo. Na verdade, a ordem “vem de cima” para que o PT se desvincule de quem serviu Lula e Dilma. Ideli não é citada nem mesmo às eleições proporcionais. Ela e e tantos outros cresceram politicamente nos bons tempos do PT nas urnas.

Convulsões internas

Os maiores partidos políticos de Santa Catarina vivem um inferno estral a poucos meses da eleição de outubro. No PSD, o ex-governador Raimundo Colombo tenta emplacar uma terceira candidatura a governador, porém dissidências internas atravessam seu caminho. Uma ala do partido defende apoio à reeleição de Carlos Moisés (sem partido) e outra vai se alinhando à candidatura do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (União Brasil).

Resistências no MDB­

No MDB, aclamado pré-candidato a governador, o prefeito Antidio Lunelli adota o discurso “paz e amor” mas enfrenta resistências internas e tudo fica para a convenção estadual do partido, entre julho e agosto, resolver. PSDB e PP tentam sobreviver, ora anunciando candidaturas próprias, ora abrindo o balcão de negócios para levar vantagem. Depois do Carnaval, Moisés deve anunciar seu novo partido e, aí, a cobra vai fumar. Ah se vai!