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Coluna: Correndo atrás de Moisés

Enquanto o PP corre atrás do governador Carlos Moisés para tê-lo no partido como candidato em 2022, em Brasília o senador Esperidião Amin torce para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decida pela filiação no Progressista

21/10/2021

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Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

Enquanto o PP corre atrás do governador Carlos Moisés para tê-lo no partido como candidato em 2022, em Brasília o senador Esperidião Amin torce para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decida pela filiação no Progressista. Isso provocaria uma candidatura própria do PP. E, em tese, abrindo respeitável rombo no presumido universo de eleitores de outros pré-candidatos, como Jorginho Mello (PL), Gelson Merisio (PSDB), Gean Loureiro (União Brasil) e João Rodrigues (PSD), por exemplo. O convite a Moisés foi, novamente, confirmado pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, José Milton Scheffer.

A lista cresce

Além do deputado Vicente Caropreso (PSDB), atrás de um terceiro mandato em 2022, a lista de pretendentes a uma das 40 cadeiras da Assembleia Legislativa, só cresce. Apenas de Jaraguá do Sul, incluindo Caropreso, já são seis pré-candidatos: o ex-vereador Marcelindo Carlos Gruner (PTB), os vereadores Anderson Kassner (PP), Jeferson Cardozo (PSL) e Onésimo Sell (MDB), além de Leandro Schmöckel (Novo). Mais o vereador Ezequiel de Souza (DEM), de Guaramirim.

De 11, só um

Em 2018, nada menos que 12 candidatos da região do Vale do Itapocu (11 de Jaraguá do Sul) disputaram vaga à Assembleia Legislativa. Mas, nem de longe garantiram votação suficiente na própria base eleitoral. O tucano Vicente Caropreso, por exemplo, foi o mais votado em Jaraguá naquele ano, com 17.545 votos, mas foi buscar mais 23 mil votos em outros municípios. Depois dele os mais votados e não eleitos foram Dieter Jansen (PP) com 15.237 votos e Fedra Konell (PSB) com 8.995 votos.

Indignados, é?

Somente em 2021 e até agora, os impostos arrecadados em Santa Catarina para o governo federal já passam dos R$ 61 bilhões. Com retorno de R$ 8,5 bilhões. No contexto, uma esmola e, para piorar, nem dez por cento para obras de infraestrutura rodoviária. Alguns deputados e senadores se dizem indignados. De fato, e não é para menos. Mas, não se mostram indignados, nunca, com o custo do Congresso Nacional: R$ 10,2 bilhões/ano (valores de 2020). Algo parecido com R$ 30 milhões/dia.

São 25 mil servidores

Só na Câmara dos Deputados são 2.894 servidores concursados, 1.456 em “cargos especiais”, 8.949 secretários parlamentares e 3.260 terceirizados, um total de 16.559 (dados de março 2019). Já no Senado são cerca de 9.000 servidores. Ou seja, no Congresso Nacional trabalham mais de 25 mil pessoas. É muito mais gente que a população de 115 dos 295 de SC. Detalhe: o orçamento da União para 2021 vai consolidar um déficit de R$ 247 bilhões por conta de gastos extraordinários com a pandemia.

PSB e PT

“Somos oposição a Bolsonaro e o que ele representa. E temos consciência do papel que o PSB cumprirá em 2022, sobretudo aqui (em SC), onde o próprio Bolsonaro e a extrema-direita obtiveram expressiva votação. Um partido do porte e da história do PSB não pode se furtar de apresentar aos catarinenses um programa de governança”. O discurso é do ex-deputado federal (2003/2010) Claudio Antônio Vignatti, que militou no PT durante 26 anos e à frente do diretório estadual do PSB desde 2019.

Esquerdas juntas

O PSB não tem estrutura para eleger um governador e, por isso, a manifestação de Vignatti sinaliza para provável apoio do partido à candidatura de Décio Lima (PT). Que na terça-feira (19) esteve em São Paulo com o compadre Lula da Silva e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleise Hoffmann. “Namorem bastante, mas deixem o casamento para o ano que vem “, disse Lula, sobre a formação de uma frente de esquerda.  Em 2018, Lima fez 460.889 votos para governador, menos que os 534.196 votos de Vignatti quatro anos antes, em 2014.

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