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Coluna: Cuidar da Vida, ter atenção!

Quando alguém decide se matar, isso é consequência de um sofrimento que se vem prolongando há um tempo, mesmo que silenciosamente

01/06/2022

Como falar sobre suicídio na Educação?

De que forma abordar com crianças e adolescentes o tema da depressão e o ímpeto de tirar a própria vida? E, afinal, falar sobre suicídio incentiva ou previne uma tragédia?  No Brasil, a divulgação na mídia de casos de suicídio, pura e simplesmente, tem algumas restrições, já que se acredita que notícias desse tipo podem acabar funcionando como gatilho para que outras pessoas tirem a própria vida. Mas, por outro lado, não tocar no assunto acaba tornando esse um tabu ainda maior e impedindo que ele seja tratado com transparência e efetividade.

Assim como outros assuntos delicados – educação sexual, preconceitos, por exemplo –, a pior escolha é pela falta de informação. Por isso, desde 2015 o mês de setembro é dedicado a campanhas de prevenção ao suicídio, uma iniciativa do Centro de Valorização à Vida (CVV). Durante o mês, os locais públicos são iluminados com a cor amarela, e o debate acerca da saúde mental e do suicídio é incentivado em escolas, empresas, famílias e em outras instituições.

Tudo depende da forma como se fala

Quando alguém decide se matar, isso é consequência de um sofrimento que se vem prolongando há um tempo, mesmo que silenciosamente. Por essa razão, falar sobre suicídio nas escolas vai muito além de discorrer sobre morte pura e simplesmente. É importante que você, professor, sensibilize os estudantes, antes de mais nada, sobre o tema do sofrimento. Muitos casos de suicídio entre crianças e adolescentes têm em sua origem uma piada preconceituosa, o bullying entre colegas ou a não aceitação dos jovens dentro de um grupo. A pressão exacerbada em relação ao desempenho escolar e a cobrança dos pais também costumam ser apontadas como motivo para o sofrimento infantil e adolescente. E os números mostram que o trabalho de prevenção deve, sim, começar desde cedo: atualmente, os suicídios são a 4ª maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos, segundo o CVV.

Papel da escola na prevenção

A escola é um espaço extremamente importante de socialização e de formação da Inteligência Emocional dos estudantes, o que justifica ser um local de acolhimento. Na escola, os jovens devem se sentir tranquilos para ser vulneráveis em relação a suas inseguranças, medos e frustrações. O professor, principalmente, é um porto seguro para os estudantes, ouvindo-os e acolhendo-os. O olhar atento do educador ainda é capaz de perceber comportamentos fora do normal, distanciamento da turma ou demonstração de sofrimento e tristeza. Nesse sentido, as competências socioemocionais também são uma chave importante! Ao trabalhá-las em sala de aula, o docente abre espaço para que os alunos se expressem mais, sejam menos vulneráveis e mais abertos. Pensando nisso, selecionamos alguns conteúdos especiais para você, professor, mergulhar a fundo no tema da saúde mental relacionada às competências socioemocionais e à educação.

Por

Professor Pesquisador, Mestre em Educação, Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior, Historiador e Pedagogo. Entusiasta da Educação

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