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Coluna: Dia “D” no MDB

Maldaner estabeleceu prazo mínimo de seis meses de filiação, o que inviabiliza a candidatura de Carlos Moisés pelo MDB como o querem os deputados

09/02/2022

Termina amanhã (10), sob protestos dos deputados estaduais, o prazo estipulado em resolução monocrática do presidente do diretório estadual do MDB, Celso Maldaner, para que pretendentes à disputa pelo governo do Estado se inscrevam.  Maldaner estabeleceu prazo mínimo de seis meses de filiação, o que inviabiliza a candidatura de Carlos Moisés pelo MDB como o querem os deputados. Também o senador Dario Berger deverá dizer se mantém a pré-candidatura. Sua cogitada filiação no PSB agora é incerta, visto que a frente de esquerda que apoiará o petista Décio Lima, inclui este partido.

 Ou vai ou racha de vez

Contagem regressiva, também, para o MDB definir seu próprio destino nas urnas de outubro. Se mantida a data, dia 19 acontece a eleição prévia interna. Ou vai para o tudo ou nada com candidato próprio- e seja lá quem for, com alto risco de se esfarelar de vez- ou se agarra a uma chapa majoritária de outro partido indicando o vice ou, então, como cabo eleitoral de candidatura consistente, negociando espaços no futuro governo como é peculiar depois dos acertos no balcão de negócios das coligações.

Os donos dos partidos

O MDB é um exemplo clássico de que novas lideranças, ao longo de décadas, não se criam à sombra dos caciques que se adonaram do partido há mais de 50 anos. Já o PP vive à sombra do senador Esperidião Amin; o PT também tem dono, é o ex-deputado Décio Lima; o PDT é de Manoel Dias; Raimundo Colombo ainda tem boa influência no PSD; e o recém ressuscitado PTB, agora presidido pelo deputado Kennedy Nunes, passou 11 anos nas mãos do ex-deputado Narciso Parisoto, hoje no DEM.  E por aí vai.

A janela partidária

Entre os dias 3 de março e 1º de abril acontece a chamada “janela partidária”. A exemplo do futebol, onde há prazos legais para a transferência de jogadores, no Brasil, sempre que há uma nova eleição, isso também acontece na política. Neste ano, deputados eleitos em 2018 e que estão no último ano do mandato podem se filiar a outros partidos sem risco de perder o diploma.  Pelo andar da carruagem, na Assembleia Legislativa o PSL deve virar pó. Incluindo a bancada federal, por conta da fusão DEM/PSL que originou o União Brasil.

A esquerda em 2018

Em 2018, PDT, PSB, Psol, PCdoB e Solidariedade, todos partidos de esquerda, estavam coligados no primeiro turno com a candidatura a governador do ex-deputado Gelson Merísio pelo PSD. O Podemos também apoiou. Hoje, PDT, PSB, PT, Psol, PV, PCdoB, Rede Sustentabilidade e Solidariedade apoiam o ex-deputado Décio Lima (PT) pré-candidato a governador.

Uma dupla derrota

À época, eram cinco partidos de esquerda contra o candidato do PT, Décio Lima, que concorreu em chapa pura e acabou como quarto colocado entre oito pretendentes, fazendo 460.889 votos. Na “onda Bolsonaro”, Merisio foi massacrado em segundo turno por Carlos Moisés, então no PSL: 2.644.179 votos contra 1.075.242 votos. Dupla derrota da esquerda em uma mesma eleição.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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