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Coluna: O voluntariado que salva vidas

Para os que sofrem com as perdas e as incertezas do amanhã, essas pessoas, parte delas vindo de todos os cantos do país, e que se mostram incansáveis no acolhimento aos desalojados

20/05/2024

Até bem pouco tempo, o voluntariado era visto por muitos como uma atividade realizada em dias e horários pré-estabelecidos, ou pontuais, exercida principalmente por aposentados, pessoas que não trabalham e doam parte do tempo a uma instituição, ou organização não governamental.

 

Com a tragédia climática no Rio Grande do Sul, a dedicação e o zelo dos voluntários passou a ter um peso social infinitamente maior, em que arregaçar as mangas significa salvar vidas, levar conforto e esperança de um recomeço.

 

Coluna: O voluntariado que salva vidas

 

 

O voluntariado faz toda a diferença e se soma às ações governamentais e de instituições. Foto: Cristine-Rochol/PMPA

 

Coluna: O voluntariado que salva vidas

 

 

Voluntários na força-tarefa coordenada pela Defesa Civil RS. Foto: Lauro Alves/Secom

 

Para os que sofrem com as perdas e as incertezas do amanhã, essas pessoas, parte delas vindo de todos os cantos do país, e que se mostram incansáveis no acolhimento aos desalojados, são imprescindíveis. Juntamente com os servidores públicos e corporações enviadas de outros estados, esses voluntários das mais variadas profissões fazem toda a diferença, também, no resgate e atendimento a animais. E o que dizer dos que perderam tudo e mesmo assim se comprometem em socorrer, sem medir esforços para estender a mão a quem precisa?

 

A corrente de solidariedade que se formou une os brasileiros na destinação de recursos e na ajuda humanitária. Cada um faz a sua parte, e com isso se ameniza a dor dos que tiveram de deixar tudo para trás, correndo contra o tempo, e salvar as próprias vidas. E constatar os esforços feitos para abraçar o Rio Grande do Sul emociona e traz alento aos que precisam superar esse momento tão delicado quanto desafiador. Ainda bem que em meio a tanto sofrimento também existem desfechos emocionantes, de reencontros entre familiares e até de pets com os tutores.

 

É preciso reforçar que a ajuda humanitária com alimentos, água, rações pra animais, produtos de higiene e limpeza, mais roupas, cobertores e artigos de inverno são muito bem-vindas e há várias instituições e empresas que estão se encarregando da logística para garantir o recebimento dos donativos.

 

Os números da tragédia

 

Dados parciais divulgados domingo (19) apontavam que as enchentes inundaram 463 dos 497 municípios gaúchos e a atingiram de 2,3 milhões de pessoas. Destas, em torno de 617 mil estão fora de casa, das quais 77 mil estão em abrigos. Já são 157 mortes confirmadas e aproximadamente 100 desaparecidos.

 

As imagens que visualizamos na mídia e nas redes sociais são estarrecedoras. Passadas duas semanas do início das inundações, a cada dia conhecemos novas histórias que reforçam a dimensão da tragédia, com cidades submersas e completamente destruídas que terão de ser realocadas.

 

Cidades fantasmas?

 

A possibilidade do Rio Grande do Sul ter cidades fantasmas era algo inconcebível, até então. Será o segundo êxodo rural no Estado, com a diferença de que desta vez não será motivado pela busca dos jovens por novas oportunidades “na cidade grande”, mas sim, pela impossibilidade de voltar a habitar aquele lugar… Uma triste realidade que exigirá muita resiliência do povo gaúcho.

 

Mercado de aromas e lembranças

 

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Edificação abriga mais de 100 bancas e teve o piso térreo inundado. Imagem: Reuters

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Mercado Público, no centro histórico, o mais antigo do Brasil, é tombado pelo patrimônio de Porto Alegre

 

Para quem, como eu, nasceu e cresceu na capital gaúcha, se dirigir ao Mercado Público de Porto Alegre sempre foi um momento especial, que transcendia a ideia de ir às compras. Aquele prédio centenário e imponente, no coração do Centro Histórico, sempre me causou encantamento. E ver hoje aquela edificação magnífica toda alagada, com altura acima da enchente de 1941, é muito triste!

 

O vai e vem incessante de pessoas pelo espaço, os comerciantes que anunciam seus produtos, a infinita variedade de itens nacionais e importados da melhor qualidade, as peixarias, as lojas de especiarias, os restaurantes, o café, a banca de sorvete de morango com nata… É lá que a gente encontra tudo o que procura e pode sair carregado de sacolas. Impossível percorrer o Mercado e não se inebriar com aqueles aromas que exala!

 

Inaugurado em 3 de outubro de 1869, é o mais antigo do Brasil, tombado da cidade de Porto Alegre. Referência na tradição e na cultura do Rio Grande do Sul, é um centro de abastecimento e atração turística. Soma mais de 100 bancas e até o transbordamento do Lago Guaíba, o Mercado Público era operado por aproximadamente 760 pessoas. Agora é torcer para que as águas baixem logo e o Mercado Público volte com força total, o mais rápido possível!

 

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Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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