Coluna: Pacificação. Esta é a palavra de ordem no MDB
A pré-candidatura de Antídio Lunelli ao governo não agrada aqueles do partido que sempre se agarram ao poder

Esta é a palavra de ordem no MDB. A pré-candidatura de Antídio Lunelli ao governo não agrada aqueles do partido que sempre se agarram ao poder. Os do “jabuti”, como diz o Antídio. Ele sempre se mostrou favorável ao diálogo e a pacificação do partido, repetido várias vezes na entrevista que deu ao “JDV em Foco” na semana passada e para outros veículos de comunicação. A suspensão do lançamento da pré-candidatura foi um passo atrás nesse sentido, mas não significa que ele tenha desistido de concorrer. Por enquanto.
Pacificação 2
Esta hipótese, no entanto, não está descartada. O MDB está literalmente rachado, e não é de agora. Tem muitos interesses em jogo. Ficar com o governador é o que a maioria quer pelos recursos que vem distribuído a rodo em todo o Estado, o que agrada prefeitos e pré-candidatos à reeleição e também novos, que usam desse jogo para ficar em alta na cena do “eu consegui”. Mas, com a legislação eleitoral com muitas proibições à porta, o show do milhão deve cessar, pelo menos oficialmente.
Pacificação 3
As bases do MDB, de todos os cantos do Estado, querem candidatura própria. Já se especula muita coisa, como o recuo definitivo de Antídio por falta de sustentação, ou manter a pré-candidatura até o final para que o nome seja homologado em agosto. Com a capilaridade que tem, o MDB deve ir para o jogo. As velhas raposas querem se abraçar com Moisés e oferecem o Senado para Antídio e o vice para Moacir Sopelsa, que já anunciou a disposição de não concorrer mais a deputado.
Pacificação 4
Caso a composição se efetive, é preciso combinar com o eleitor, que sempre pergunta sobre os R$ 33 milhões dos respiradores. Esse fato não foi engolido. Vai sair à tona com grande força durante a campanha. O dinheiro foi e não voltou para os cofres do Estado. E continua mal explicado pelo Moisés. O eleitor pode esperar todos os dias uma história diferente dos bastidores. Na verdade, a última cartada das negociações, para todos os partidos, sairá somente na noite de 5 de agosto, quando as convenções estiverem encerradas.
Com Amin
A relação dos pré-candidatos a deputado deve aumentar. O ex-diretor do Samae, Ademir Izidoro, que fechou-se em copas depois que deixou o cargo, vai conversar na próxima semana com o cacique maior do PP, o senador Amin, sobre uma possível candidatura. Está se assanhando para concorrer. Pode ser para a Assembleia Legislativa, ou para a Câmara Federal. No encontro será analisado o cenário político no plano estadual e regional. Ademir deve retornar da Capital do Estado com a decisão tomada. Se concorre, ou não.
Fundão 1
Para as eleições deste ano, os partidos políticos terão R$ 4,9 bilhões disponíveis para campanha por meio do fundo eleitoral. É a cifra mais alta já determinada para o recurso, que será distribuído a partir de junho para os candidatos. O dinheiro do fundo eleitoral é repartido entre as legendas com base nos votos recebidos nas eleições gerais mais recentes e o tamanho das bancadas na Câmara e no Senado. Cabe a cada legenda decidir como o dinheiro deve ser distribuído. O Novo rejeitou e vai devolver R$ 87,7 milhões.
Fundão 2
O União Brasil, que nasceu da fusão entre o Democratas e o Partido Social Liberal (PSL), chegou a 81 deputados e sete senadores a partir do agrupamento e lidera a lista de recursos, com mais de R$ 770 milhões disponíveis. É 15,73% do total. O PT vai receber R$ 484,61 milhões, MDB R$ 356,72 milhões, PP R$ 338,59 milhões, PSD R$ 334,18 milhões, PSDB R$ 314,09 milhões, PL R$ 283,22 milhões, PSB R$ 263,62 milhões e PDT R$ 248,43 milhões. Além desses, mais 11 partidos serão beneficiados.
Fundão 3
O Fundo Eleitoral foi criado pelo Congresso Nacional para democratizar o acesso dos recursos das campanhas eleitorais, ou seja, para permitir que candidatos que ganham pouco pudessem ser competitivos. Mas, sabe-se, que para os candidatos “bagrinhos” deve chegar – se chegar -, uma micharia. Certamente os candidatos de maior patrimônio serão os que mais ganharão dinheiro do Fundo. Alguém sabe como os partidos fazem a divisão?
Flávio José
Jornalista a 47 anos escrevendo a história de Jaraguá do Sul e do Vale do Itapocu, com credibilidade.