Coluna: Política & Políticos – “A fila nunca vai zerar”

Em entrevista à NDTV, o governador Jorginho Mello (PL) mudou o tom do discurso afirmativo sobre zerar a fila de cirurgias eletivas, umas das grandes promessas feitas nos palanques da campanha eleitoral. Abre aspas para o governador, que não perdeu a chance de culpar seu antecessor: “Não zerou porque a saúde pública de Santa Catarina estava podre. O surto de dengue agravou. Ainda teve a Covid-19, bronquiolite e isso nos dificultou. Isso não é justificativa, porque a intenção era zerar e zeramos o câncer e o cateterismo infantil. A fila nunca vai terminar, a gente quer zerar a espera velha”. Sim, é óbvio, a fila nunca vai zerar.

CURTAS

*Está na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado um projeto de lei do senador Esperidião Amin (PP) que reverte as informações sobre veículos contidas atualmente na Placa de Identificação Veicular. Um modelo que dificulta saber visualmente a origem do veículo para posterior consulta sobre infrações, se foi roubado e por aí vai.

*Isso porque o lacre de segurança, a bandeira do estado, o brasão do município e a inscrição com efeito refrativo foram suprimidos.  Além disso, qualquer pessoa pode fabricar a placa, bastando credenciar-se num Detran. Muita gente ganhou e continua ganhando muito dinheiro com isso. Inclusive com placas falsas, mais baratas.

*Voltar ao que era antes, diga-se, seria, também, uma espécie de autodefesa contra motoristas de outros países do Mercosul que, não raro, causam acidentes graves por desconhecerem a sinalização de trânsito brasileira.

*Adotada a partir de 2015, à época a proposta era a de dificultar falsificações e padronizar as placas dos países do bloco econômico Mercosul. Ao contrário, há centenas de clonagens rodando pelo país. O Uruguai adotou em 2015, Argentina em 2016, Brasil  em 2018 e Paraguai em 2019.

*Tribunal de Contas da União investiga a baixa eficiência em cursos a distância oferecidos pela Universidade Federal de Santa Catarina, além de irregularidades no pagamento de R$ 2,8 milhões para 2.195 bolsas de estudo da modalidade entre os anos de 2008 e 2017. Segundo a auditoria, dos 9.365 alunos cadastrados, apenas 1.928 foram formados.

* “Não dá mais para pedir esmola em Brasília”. A frase é do governador Jorginho Mello (PL) ao defender a concessão de rodovias estaduais à iniciativa privada. Mello espera levantar R$ 1,5 bilhão em empréstimo junto ao Banco Interamericano de Fomento via BNDES para consertar as 27 piores estradas estaduais, todas conurbadas com rodovias federais.

CARLOS MOISÉS

Três anos depois de ser apontado por adversários políticos como mentor da trama que resultou na compra fraudulenta de 200 respiradores pulmonares por R$ 33 milhões pagos adiantados e nunca entregues, o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) ‘respira’ aliviado. É que o Ministério Público de Santa Catarina concluiu que não há indícios da participação de Moisés. E que, por causa disso, enfrentou um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa, gerando, obviamente, prejuízo político na campanha à reeleição. Mas, em Ação Civil Pública o MP enquadrou seis agentes públicos (servidores do Estado) e oito empresários, pedindo o ressarcimento integral, além de uma multa e indenização de valor igual por danos morais coletivos e danos sociais. Em suma, são ladrões do dinheiro público. Ou de omissão na guarda dele. E por isso merecedores de uma boa temporada na cadeia, também!

VIA BRASIL

*Um consórcio das empresas Adrimar e Infrasul venceu licitação pública já homologada pelo governo do Estado para as obras de restauração da SC-418 no trecho entre Joinville e Campo Alegre, incluindo a Serra Dona Francisca. Custará R$ 86 milhões. Já a duplicação da rodovia entre a BR-101 e o Distrito de Pirabeiraba, de 12 quilômetros, enfrenta resistência de moradores. Que não querem mais trânsito por lá do que já tem. Melhorias, sim. E só!

*Ora com o MDB, ora com o PSDB são as conversas do ex-senador Dario Berger para trocar de partido, mas ainda filiado ao PSB de Geraldo Alckmin. Berger embarcou em canoa furada em 2022 ao deixar o MDB e apoiar Décio Lima (PT) a governador, cargo que ele pretendia disputar pelo antigo partido. Amargou um terceiro lugar, com metade dos 1,3 milhão de votos obtidos em 2018.

*Membros do Comitê de Operações Integradas de Segurança Escolar embarcam domingo (23) para Medellin, na Colômbia. Vão conhecer ações de segurança que deram certo em escolas e no entorno delas. Medellin, nos anos 1990, foi considerada como uma das cidades mais violentas do mundo por conta do tráfico internacional de drogas.

*Segundo o relatório anual da Organização das Nações Unidas, em 2021 a  Colômbia atingiu um novo recorde histórico para o cultivo de drogas, com cerca de 204 mil hectares de coca plantados. Um aumento de 43% na área plantada com a droga no país, até então de 143 mil hectares.

Mudando a secretária

Maria Helena Zimmermann, até então no comando interino da secretaria estadual de Ação Social, Mulher e Família deve ser oficializada como titular da pasta. Alice Kuerten, mãe do tenista Guga Kuerten, não volta ao cargo depois de licença solicitada em maio. Do governo vem a informação de que não havia mais como conciliar a agenda de compromissos dela com projetos da Fundação Guga Kuerten com o trabalho na secretaria. Mas, na verdade, dona Alice não escondia sua decepção com a falta de recursos, de estrutura, de apoio a novos projetos. E até mesmo com a nomeação de alguns auxiliares a revelia ela.