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Coluna: Política & Políticos – Mauro de Nadal “Ocupando Espaços”

Fique por dentro dos principais acontecimentos da política catarinense

07/11/2022

Enquanto famílias tradicionais da política catarinense foram detonadas pelo voto dos eleitores (Amin, Berger, Maldaner), outra começa a ocupar espaços. Mauro de Nadal (MDB), deputado estadual eleito em 2 de outubro, é cotado para presidir a Assembleia Legislativa em 2023. Cargo que já ocupou entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022. O ex-deputado estadual Herneus de Nadal (MDB), que também já presidiu a Alesc, é primo de Mauro e foi eleito recentemente presidente do Tribunal de Contas do Estado para 2023.

 

Veteranos na Assembleia

Herneus foi deputado estadual por quatro mandatos e nomeado para o TCE em 2009, pelo então governador Luiz Henrique da Silveira (MDB). O primo Mauro assumiu (era suplente) mandato de deputado estadual em 2012, no lugar de Valdir Cobalchini (MDB), nomeado como secretário da Infraestrutura pelo então governador Raimundo Colombo (PSD).  Foi eleito em 2014 (54.110) e reeleito em 2018 (42 mil votos) e em 2022 (67.065 votos). Também já foi prefeito de Cunha Porã (2005/2009), na região de Chapecó.

 

Vaga no Tribunal

No atual Quinto Constitucional da OAB/SC, João de Nadal, filho de Herneus, aparece como favorito a uma vaga de desembargador no Tribunal de Justiça do Estado. Foi o segundo mais votado entre os conselheiros estaduais da OAB. Agora, associados vão definir (pelo voto) uma lista com os seis mais votados. A escolha final será do governador Carlos Moisés (Republicanos).

 

CURTAS

* Presidente Jair Bolsonaro dá sinais de que poderá disputar a presidência da República em 2026. Para isso terá total amparo da direção do PL, com cargo de destaque no diretório nacional do partido e um gabinete exclusivo para se manter em evidência através suas redes sociais.

*Senadora Simone Tebet (MDB) deve ocupar um ministério neste terceiro governo de Lula da Silva (PT). Não porque declarou apoio ao petista no segundo turno- o que causou surpresa zero no meio político- mas porque o novo governo precisará de muitos aliados no Congresso Nacional. Candidata à presidência da República, Tebet fez 4 milhões de votos.

*Mesmo à época filiado ao PSD (partido então aliado ao PT), Henrique Meireles (MDB) presidiu o Banco do Brasil nos governos de Lula da Silva, além de ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB). Agora é cotado para a área de economia. Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), apoiador de Lula, também está na parada.

*Candidato a presidente da República em 2018, ano em que se filiou ao MDB, Meireles fez 1,2 milhão de votos.  Como o MDB, à época, decidiu repassar recursos do Fundo Eleitoral apenas para os candidatos a deputado federal e senador (R$ 234 milhões), Meireles, que é milionário, bancou R$ 54 milhões do próprio bolso para sua campanha.

*A cantora Daniela Mercury, que fez campanha para Lula na Bahia, é vista como possível ministra da Cultura. Fernando Haddad (PT), derrotado por Jair Bolsonaro em 2018 e, agora, ao governo de São Paulo por Tarcísio Freitas (PL), ex-ministro da Infraestrutura de JB, é cotado para a Educação. Pasta que já ocupou entre 2005 2011 (governo Lula da Silva).

*O vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB) deve ocupar um a cargo de relevância: Ministério da Defesa ou uma pasta voltada às pequenas e médias empresas. Ou seja, tanto faz como tanto fez. A presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann é cotada para o Planejamento.

*Reconciliada com o PT com quem havia rompido em 2009, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), ex-ministra do Meio Ambiente no governo de Lula da Silva e por ele demitida do cargo, pode voltar a ocupar a mesma pasta. Pérsio Arida, amigo de Geraldo Alckmin e um dos mentores do Plano Real, é nome ventilado para o Ministério da Fazenda.

 

E agora, Jorginho?

*Na campanha, Jorginho Mello (PL), governador eleito, prometeu por várias vezes manter os recursos do Plano 1000 quando questionado por prefeitos que já haviam encaminhado projetos para análise da área técnica do governo estadual. Ocorre que no orçamento do Estado para 2023 (R$ 43,4 bilhões) encaminhado por Moisés à Assembleia Legislativa, não há recursos reservados.

O MP desaprova

*Além do que, o Ministério Público vê “inconstitucionalidade formal” no Plano 1000 (mil reais por habitante), criado pelo governo do estado no ano passado para financiar obras estruturantes nos 295 municípios catarinenses. Ao todo, R$ 7,3 bilhões em cinco anos. Segundo o MP, que já recomendou ao governador Carlos Moisés (Republicanos) a suspensão dos repasses, o procedimento contraria regra de transferências voluntárias.

Sem critérios

“A inexistência de critério para estabelecer qual município receberia os repasses pode dar prazo ao favorecimento das bases político-partidárias em detrimento de outras prefeituras, uma vez que não há necessidade de programa prévio de investimento relativo às transferências, ou qualquer outro instrumento capaz de controlar a indicação desses gastos”, diz o MP.

 

 

 

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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