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Coluna: Política & Políticos – Quem aposta?

Celso Machado comenta os principais acontecimentos da política catarinense

06/04/2023

Senador Jorge Seif (PL), nada modesto, projeta a eleição de pelo menos 100 prefeitos do partido em 2024. Hoje o PL tem 27, mas nenhum nos principais colégios eleitorais de Santa Catarina. O senador, eleito pela “onda Bolsonaro”, que o apadrinhou (sem o que seria só mais um), não inclui parcerias com aliados do governador Jorginho Mello (PL). A aposta tem mais é a crença de que Bolsonaro, por si só, bastará para o PL na eleição municipal.

 

A força dos aliados

O MDB é um dos principais aliados de Mello, com 97 prefeitos e 65 vices. No governo e na Assembleia. Além de mais de 800 vereadores. Outro forte aliado do governador é o PP, com 57 prefeituras e que na Assembleia vota com Mello. A ingerência do PL com chapas puras poderá gerar perigoso conflito territorial. No frigir dos ovos, Mello terá de bater o martelo, até porque quem manda no PL é ele.

 

CURTAS

*Governador Jorginho Mello (PL) e secretários mais chegados ainda não arriscam encomendar pesquisa para refletir a opinião pública sobre seu governo. No plano nacional, toda hora sai pesquisa do DataFolha sobre Lula em entrevistas com eleitores do Centro-Oeste “para cima”. Mesmo com índices negativos, a imprensa atrelada trata de suavizar as manchetes.

* Aliás, nos dois casos- Lula e Jorginho-, avaliar o quê? A narrativa de ambos, que ainda não desceram do palanque? O que se vê, todo dia, é Lula jogando pedras em Bolsonaro e Jorginho em Carlos Moisés. De ações concretas dos dois governos, o que temos até agora é quase nada.

*Deputado Valdir Cobalchini (MDB) disse que o Ministro dos Transporte, Renan Filho (MDB), garantiu a ele que o governo federal investirá mais de R$ 1 bilhão em 2023 em obras de rodovias federais que cortam Santa Catarina. Há poucos dias, Renan disse a uma comitiva liderada pelo governador Jorginho Mello (PL) que serão R$ 800 milhões.

* Na quarta-feira (5) o superintendente regional do DNIT, Alysson Rodrigo de Andrade, afirmou ao presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina, Sérgio Rodrigues Alves, que serão R$ 400 milhões. É o velho e carcomido “enroleixons”, muito próprio dos que não têm nada para dizer.

*Deputado federal Carlos Chiodini, também presidente estadual do MDB, em andanças por todo o estado visando reorganizar o partido para as eleições municipais de 2024. O MDB, apesar dos solavancos e derrotas nas eleições majoritárias de 2018 e 2022, numericamente ainda é o maior partido de Santa Catarina (veja números acima).

*PDT de Santa Catarina tem novo presidente. É o deputado Rodrigo Minotto (Criciúma) que fica no cargo até 11 de maio, quando expira o mandato da atual diretoria. Depois, que pelo que se sabe, será eleito. Ex-deputado Manoel Dias, o “eterno” presidente do PDT de SC, pediu licença, para se dedicar à Fundação Leonel Brizola, em Brasília.

 

Ampliando a licença

Deputado federal Jorge Goetten (PL/Mirim Doce) quer ampliar a licença maternidade, de quatro para oito meses. E já levou a proposta para o Ministério do Trabalho. Em resumo, a gestante poderá optar por 4 meses e salário integral ou 8 meses com até 50%. Isso não onera nem a Previdência e nem os empregadores, já que o valor final do benefício será o mesmo em ambas as hipóteses, diz o deputado. Que é dono da empresa Minister (segurança), com cerca de cinco mil funcionários. “A gravidez não pode ser encarada como um problema para os empresários, a maternidade muito menos”, defende o parlamentar.

 

VIA BRASIL

*Depois da tragédia ocorrida em Blumenau, com  repercussão mundial e quatro crianças assassinadas dentro de uma creche, do Oiapoque ao Chuí autoridades públicas e a imprensa “especializada” no assunto se arvoram em propor medidas de segurança para escolas de todo o país. Coisa com o quê nunca se preocuparam muito, mesmo com manifestações recorrentes de comunidades escolares.

*Ministros da Educação, Camilo Santana (PT) e Flávio Dino (PT), da Justiça e Segurança, anunciaram estudos com prazo de 90 dias para reforçar a segurança nas escolas. E a liberação de R$ 150 milhões para o mesmo fim. Um plano de segurança com modelo único para todo o país? E a verba anunciada, também? Soa como desconhecimento de uma realidade brutal.

*Ora, as soluções são locais, pontuais. Cada escola tem suas características próprias. Só em Santa Catarina são cerca de 6.500 mil, públicas e privadas. Então, voltando aos arroubos de Brasília, a verba prometida vira migalhas. Em anos passados as escolas públicas tinham, ao menos, um vigia para evitar a ação de vândalos. Hoje, nem mesmo isso.

*Resta à população, como regra geral e que a tudo sustenta, cobrar, pressionar e acreditar que as ditas “autoridades públicas” tomem, finalmente, atitudes que o caso requer. De resto, há algum tempo já estamos todos reféns da bandidagem, escancaradamente protegida por uma legislação obsoleta.

*A Assembleia Legislativa aprovou projeto de instalação de câmaras de monitoramento externo. Isso evitará novas tragédias? Não, exceto se um servidor muito bem treinado vigiar, via vídeo, o pátio da escola ou creche o tempo todo- as crianças estavam na parte externa. Como faz a PM com as câmeras instaladas em vias públicas. Em tempo: interesses político partidários impedem a nomeação do secretário de Segurança Pública de SC.

 

“Falhamos miseravelmente”

*Uma frase do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida, resume a tragédia de Blumenau:  “nós (o governo) estamos falhando miseravelmente com as crianças e com os adolescentes. Nós estamos falhando miseravelmente com as pessoas que mais precisam de nós nesse país. Temos que admitir isso para poder dar um passo à frente”. E arrematou: “um país que mata crianças é tudo, menos democracia. É tudo, menos um mundo decente”.

 

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Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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