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Coluna: Política & Políticos – Uma mão lava a outra

Celso Machado comenta os principais acontecimentos da política catarinense

08/05/2023

Ex-deputado estadual com três mandatos (2011/2022), Kennedy Nunes (PTB) é o novo diretor do Detran de Santa Catarina. Em 2022 concorreu a senador (não eleito). Um defensor ferrenho das candidaturas de Jorginho Mello (PL) e Jair Bolsonaro (PL). Também vereador em Joinville, foi secretário de Desenvolvimento Comunitário do ex-prefeito Wittich Freitag (MDB). Por três vezes disputou a prefeitura de Joinville pelo PP e PSD, sem sucesso.

 

“Aquilo lá transparente”

“É um privilégio ter no governo só pessoas com um bom conceito, ficha limpa, com serviço prestado e isso é algo que a gente não abre mão nunca”, disse o governador Mello. “Não é só um convite, é uma convocação do nosso governador para um setor muito importante, que cuida de todos os veículos e condutores catarinenses. E o governador me deu a missão de tornar aquilo lá (o Detran) transparente com um único objetivo: atender as pessoas”, disse Nunes.

 

CURTAS

*Deputado reeleito, José Milton Scheffer trabalha para antecipar a convenção estadual do PP que elegerá a nova diretoria executiva. Por enquanto, marcada para outubro. Scheffer se apresenta para comandar a sigla, hoje na UTI e respirando por aparelhos.

*No dia 22 próximo o diretório nacional do União Brasil vai decidir os rumos do partido em Santa Catarina, onde a comissão provisória foi destituída com a assinatura do vice-presidente nacional da sigla, o advogado Antônio Rueda. Que nunca teve um voto e nem é da política.

*A redução do orçamento (Senac e Sesc) pode acarretar o encerramento das atividades do Sesc e do Senac em mais de 100 cidades brasileiras. Seriam fechadas 36 unidades do Sesc, com corte de 1.994 empregos e deixariam de ser investidos R$ 121 milhões em atendimentos gratuitos.

*Também haveria diminuição de 2,6 milhões de toneladas de alimentos distribuídos em programas como o premiado internacionalmente “Mesa Brasil Sesc”, supressão de 2,6 mil exames de saúde e de 37 mil atendimentos em atividades físicas e recreativas.

*E, mais, corte de duas mil apresentações culturais, com público de 14 milhões de pessoas. No caso do Senac, seria o fechamento de 29 centros de formação profissional, o fim de 31.115  matrículas gratuitas e mais de 7 milhões de horas-aula de cursos reduzidas. O projeto original foi alterado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), que propôs a “sangria”.

*A gritaria é da Federação do Comércio de Santa Catarina contra projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados (que ainda precisa passar pelo Senado) retirando 5% dos recursos do Sesc e Senac, que não são públicos, diga-se, para a Embratur, órgão do governo federal. Algo ao redor de R$ 400 milhões/ano.  Uma ideia de “jerico”.

 

 

Infraestrutura em risco?

A meta, até 2026, é a compra de todas as vagas da Associação Catarinense das Fundações Educacionais, 30 mil delas já no segundo semestre, para o programa “Universidade Gratuita”. A conta chegará a R$ 1,2 bilhão/ano, alcançando os 75 mil alunos matriculados na Acafe. “Administrar o mundo público é fazer escolhas e o governo fez uma escolha pela educação”, disse o secretário da Fazenda, Cleverson Siewert. “Para a Infraestrutura, vamos buscar outra fonte de financiamento (?)”, acrescentou Siewert. Então, para pagar uma promessa eleitoral, vão mexer em outra, nos R$ 2,5 bilhões orçados para a Secretaria de Infraestrutura? As rodovias estaduais, na maioria feito uma “carniça”, podem esperar, não é mesmo?

 

VIA BRASIL

*Governistas estão atrasando a composição da CPMI que vai investigar o quebra-quebra de 8 de janeiro no Distrito Federal. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), excluiu o único representante do Novo. O lugar dele será tomado por senadores do bloco PSD, PT e PSB, todos aliados de Lula da Silva (PT).

* A oposição reage, reclama na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e no Supremo Tribunal Federal. Mesmo assim está mantida a previsão de a CPMI funcionar já na semana que vem, mais de duas semanas depois de sua criação.

*Líderes regionais do Movimento dos Sem Terra que assumiram a invasão de propriedades e que também são os controladores do caixa e do sistema de logística serão os alvos principais da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados.

*A investigação inclui, também, o volume de verbas públicas federais já repassadas ao MST e que financiam boa parte dos crimes praticados pelo movimento. Num segundo momento, líderes do MST deverão ser convocados a depor.

*Com dívidas de R$ 44 bilhões e em seu segundo processo de recuperação judicial, a Oi corre risco de intervenção do governo. Nesse sentido, a Agência Nacional de Telecomunicações já está estudando um plano para assumir a empresa que atua em 16 estados.

 

Fechem suas bocas! 

Os ministros de Lula da Silva (PT) estão proibidos de ter ideias depois de reuniões para lançamento de projetos do governo. Ele próprio o disse em entrevista logo após a coroação do rei Charles III, ainda em Londres. A proibição é do próprio Lula (vale até 2026), ofuscado, desde a posse, por entrevistas de conteúdo concedidas por ministros até muito mais importantes- e, por isso, os espaços na mídia- do que ele próprio. Que, vez por outra, profere discursos que vão da tolice a absurdos. “Os ministros têm de trabalhar para executar o que nós (ele) já decidimos”, disse Lula. Traduzindo, engulam o sapo ou caiam fora.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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