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Coluna: Veio, viu e voltou

Depois da demissão do engenheiro Ronaldo Carioni Barbosa do cargo de superintendente do DNIT em Santa Catarina na segunda-feira, o diretor-geral órgão, Antônio Leite dos Santos Filho, desembarcou na quarta-feira no aeroporto de Navegantes

13/05/2022

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Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

Depois da demissão do engenheiro Ronaldo Carioni Barbosa do cargo de superintendente do DNIT em Santa Catarina na segunda-feira (9), o diretor-geral órgão, Antônio Leite dos Santos Filho, desembarcou na quarta-feira (11) no aeroporto de Navegantes. Uma visita sem anúncio. Na companhia do novo superintendente, Alysson Andrade, ele percorreu a BR-470 até Indaial, não disse nada, deu meia volta e veio para Jaraguá do Sul. Ontem (12) vistoriou as obras (?) de duplicação da BR-280, entre a BR-101 e Guaramirim e voou para Brasília.

Reação em cadeia

Ao saberem da presença anônima de Santos Filho no Estado, dirigentes de 12 associações empresariais do Vale do Itajaí produziram um manifesto esculachando o DNIT pela lerdeza das obras na BR-470, mesmo com R$ 300 milhões disponibilizados pelo governo estadual para o trecho entre Navegantes a Gaspar. Com promessa (não cumprida) de conclusão no primeiro semestre desse ano. Do governo federal, em 2022, só R$ 8,5 milhões foram empenhados, mas exclusivamente para desapropriações. No mais, segue o baile!

Eleições

  • Três pré-candidatos a governador de Santa Catarina usam como mote de campanha suas origens na “roça”, na agricultura familiar. Mas o que há de relevante nisso? Explica-se: é que uma penca de eleitores ainda acredita que isso seja um diploma de competência para o cargo. Estranhamente, não priorizam as obras em rodovias estaduais ou federais.
  • Gostem ou não do governador Carlos Moisés (Republicanos), a duplicação das Brs-470 e 280 ainda não parou de vez por conta dos R$ 560 milhões disponibilizados para o Ministério da Infraestrutura. E mais R$ 160 milhões para o trecho urbano da BR-280, de Guaramirim a Jaraguá do Sul, uma obra federal que o Estado assumiu.
  • Há que se registrar os inúteis protestos isolados de deputados federais, estaduais, senadores e empresários cobrando agilidade nas obras de duplicação de rodovias federais. Há alguma razão para que não se faça um protesto coletivo, que ganhe força, de fato? Ciumeira?
  • Justiça seja feita. Não fosse movimento encabeçado pelo então Grupo RBS, fretando avião lotado com políticos e empresários à Brasília para pressionar o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é provável que o trecho Norte da BR-101 estivesse em obras até hoje.
  • As ordens de serviço da 470 e 280 foram assinadas por Dilma Rousseff (PT) em 3 de dezembro de 2013. Com três anos para concluir. A 280, de São Francisco do Sul a Jaraguá do Sul, com 74,6kms, orçada em R$ 972 milhões. Vai custar o dobro! E isso com o trajeto encurtado em nove quilômetros, já que o trecho urbano em Guaramirim o Estado assumiu.
  • O projeto original da 280 prevê quatro pontes, dois túneis e 31 viadutos. Mas, passados nove anos, não chegamos nem à metade das obras. A se manter o andar da carruagem, não é de duvidar que a demora ultrapasse os 14 anos das obras da BR-101 Sul, de Palhoça a Passo de Torres.
  • Raimundo Colombo, então governador, acreditou que os prazos de duplicação das BRs-470 e 280, anunciados em 2013 por Dilma Rousseff (PT) seriam cumpridos. Como “gratidão”, ele deputados e secretários do DEM migraram para o PSD, reinventado por Gilberto Kassab, o atual chefe nacional do partido. Para apoiar o governo. Colombo pagou para ver. E não viu.

Servidores públicos

A cada mil pessoas vivendo em Santa Catarina, 5,21% são trabalhadores do serviço público (municipal, estadual ou federal). O menor índice dos três estados do Sul e abaixo da taxa nacional, de 5,54%. Em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a taxa é de 9,5%. Os números são do Atlas do Serviço Público elaborado pelo Dieese/SC.

“Inchaço é mito”

Isso derruba, segundo o deputado Fabiano da Luz (PT), o mito de que o funcionalismo público está inchado. Ao contrário, argumenta o parlamentar, há uma sobrecarga de serviço por falta de servidores.  Deputados e representantes de 30 entidades integram a Frente Parlamentar em Defesa do Servidor Público instalada na Assembleia Legislativa.

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