Com tecnologia da WEG, comunidade amazônica troca o diesel pelo sol e aumenta renda em 60%

Em meio às águas do Rio Amazonas, acessível apenas por barco, a comunidade da Ilha das Cinzas, no arquipélago do Marajó (PA), está passando por uma revolução silenciosa. Em maio, 470 famílias agroextrativistas começaram a operar uma agroindústria movida por energia solar com armazenamento em baterias. Dessa forma, os poluentes geradores a diesel foram substituídos por uma fonte limpa e renovável.

Primeira agroindústria com energia solar em área de várzea da Amazônia

Essa é a primeira vez que um sistema fotovoltaico off-grid com armazenamento (BESS – Battery Energy Storage System) é instalado em uma agroindústria localizada em área de várzea da Amazônia, região onde o solo é periodicamente alagado. A tecnologia garante energia elétrica mesmo à noite ou em dias de baixa insolação, tornando o processo produtivo contínuo e confiável.

Sustentabilidade na Ilha das Cinzas: aumento de renda e menor impacto ambiental

Com a nova estrutura energética, a comunidade deixa de comercializar apenas sementes e amêndoas e passa a vender óleos e manteigas vegetais, como os de murumuru, ucuuba e patauá. Os produtos têm maior valor agregado, o que representa um aumento de aproximadamente 60% na renda das famílias locais.

A mudança também reduz significativamente o impacto ambiental, ao diminuir o uso de combustíveis fósseis e valorizar práticas sustentáveis no coração da floresta.

WEG e Natura juntas pela bioeconomia na Amazônia

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a WEG, a Natura e a Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (ATAIC). A WEG forneceu o sistema fotovoltaico com armazenamento de energia, e a instalação foi realizada com o apoio técnico da W-Energy. Já a Natura atuou na estruturação da agroindústria, articulando parceiros e oferecendo suporte técnico-operacional.

“A implementação deste sistema fotovoltaico na Ilha das Cinzas reafirma o nosso compromisso com a sustentabilidade. Com esta iniciativa, a WEG demonstra na prática como suas soluções contribuem para a transição energética, oferecendo um modelo replicável para outras regiões da Amazônia e comunidades isoladas”, afirma Daniel Marteleto Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG.

Capacitação e geração de valor para a comunidade amazônica

Moradores da Ilha das Cinzas foram capacitados por equipes da WEG e da Natura para operar o novo sistema, o que proporciona maior autonomia e promove o engajamento dos jovens na atividade agroextrativista — elemento essencial para a sucessão geracional.

Segundo Angela Pinhati, Diretora de Sustentabilidade da Natura, a iniciativa está alinhada com as metas ambientais da empresa. “A inauguração da agroindústria operada com energia solar concretiza nossa estratégia de impulsionar negócios, de menor impacto ambiental, alinhados às metas de zerar emissões líquidas de carbono até 2030 e de transformar toda a operação da Natura em regenerativa até 2050.”

ATAIC fortalece liderança em tecnologias sustentáveis na Amazônia

A ATAIC, que já possui um histórico de adoção de práticas sustentáveis como tratamento de água, gestão de resíduos e geração de biometano, consolida com essa nova agroindústria seu papel de liderança em soluções de baixo impacto na Amazônia.

“O complexo funciona como um laboratório de tecnologias sociais. Além disso, contribui diretamente para o empoderamento das mulheres da comunidade, ampliando sua participação nas atividades produtivas e na geração de renda local”, afirma Francisco Malheiros, presidente da associação.

Modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia

Com ganhos ambientais, econômicos e sociais, a iniciativa se apresenta como um modelo de desenvolvimento sustentável para outras regiões da Amazônia e do Brasil. A parceria entre empresas brasileiras de grande porte e comunidades tradicionais demonstra, na prática, o potencial da bioeconomia como ferramenta para conservar a floresta e melhorar a qualidade de vida de quem vive nela.