Combate ao capacitismo discutido em seminário sobre Síndrome de Down

Combate ao capacitismo – O Centro Empresarial de Jaraguá do Sul recebeu na quarta-feira (20) o Seminário Regional sobre Síndrome de Down, realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de SC.

Com a temática “Chega de Rótulos! Abaixo o Capacitismo”, o evento promoveu palestras que abordaram diferentes aspectos da vida com Síndrome de Down.

Combate ao capacitismo discutido em seminário sobre Síndrome de Down

Mais de 200 pessoas inscreveram-se para o evento, que tratou dos temas: Nutrição na Síndrome de Down; Educação Especial – Plano Educacional Individualizado; Sexualidade e Fases do Desenvolvimento. A atividade era voltada para profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social e demais pessoas ligadas à inclusão de pessoas com deficiência.

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Vicente Caropreso, destacou que o evento contribui para o combate ao capacitismo. “O capacitismo é achar que toda pessoa com Síndrome de Down não pode nada. Não pode namorar. Não pode trabalhar. Não pode fazer isso, não pode fazer aquilo”, explica. Ele ainda destacou que todas as pessoas têm “virtudes e dificuldades e a capacidade de absorver temas diferentes durante a vida”.

Além das palestras, classificadas por Caropreso como “informação de alta qualidade”, ocorreram outras atividades de combate ao capacitismo, como uma roda de conversa sobre empregabilidade e o painel: Autonomia e Inclusão de uma Forma Descontraída.

O seminário contou com apoio da Apae de Jaraguá do Sul, da UPDown, da Federação Catarinense das Apaes e da Fundação Catarinense de Educação Especial.

Combate ao capacitismo: empregabilidade

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que no Brasil a Síndrome de Down ocorra em 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas convivendo com a síndrome. Nesse contexto, a empregabilidade é um tema fundamental segundo Zilamar Santana, orientadora pedagógica da Apae de Jaraguá do Sul.

Ela trabalha há 13 anos no programa de educação e trabalho da instituição e explica: “Esse tão esperado primeiro emprego para pessoa com deficiência é algo de muito valor. Uma oportunidade que eles pegam, eles usam o crachá com gosto. É algo que nós nunca conseguiríamos mensurar”.

Ainda de acordo com Zilamar, o preconceito é o principal impeditivo para a inclusão no mercado de trabalho. “Tem toda uma questão de bullying já sofrido na adolescência, em uma rede regular que muitas vezes não está preparada para atender esse indivíduo. Então eles chegam na Apae muito tímidos e é preciso trabalhar muitas questões”.

Combate ao capacitismo – O Centro Empresarial de Jaraguá do Sul recebeu na quarta-feira (20) o Seminário Regional sobre Síndrome de Down

Nutrição do portador também foi assunto no Seminário

A Síndrome de Down é uma alteração genética em que os cromossomos 21, que deveriam ser um par, são três. A palestrante Cellen Giacomelli, abordou as especificidades que essa diferença genética gera na alimentação.

“A gente tem uma demanda maior de nutrientes porque tem mais estresse oxidativo. É como se gerasse uma maior poluição dentro da célula e a quantidade pequena de enzimas não fosse suficiente para eliminar essa poluição”.

Segundo Giacomelli, por essa condição, a alimentação das pessoas com Down deve ser mais rica em nutrientes “para eliminar o estresse oxidativo e para que a imunidade dessa criança não seja prejudicada”.

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