Saúde

Hospital e maternidade Jaraguá realiza cerca de 370 partos de prematuros por ano

No Brasil, de acordo com dados da Unicef e do Ministério da Saúde em 2019, cerca de 11,7% dos partos aconteceram antes do tempo

16/11/2021

Carinho, cuidado, proteção e dedicação não faltam em uma maternidade aos pequenos. Mas quando falamos dos prematuros, esses gestos são multiplicados e cada segundo de vida é uma vitória imensa.

No Brasil, de acordo com dados da Unicef e do Ministério da Saúde em 2019, cerca de 11,7% dos partos aconteceram antes do tempo, fazendo com que o país ocupe a 10ª colocação entre as nações onde são registrados mais casos de prematuridade.

Segundo a Fiocruz, são considerados prematuros aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação e são classificados de três formas: os prematuros extremos são aqueles que nascem antes de 28 semanas; já os prematuros intermediários, são aqueles que nascem entre 28 e 34 semanas e os prematuros tardios nascem entre 34 e 37 semanas. Na região, por exemplo, a referência é o Hospital e Maternidade Jaraguá que realiza, em média, 370 partos prematuros por ano.

De acordo com a enfermeira neonatologista e coordenadora da UTI Neonatal, UCINCo e UCINCa, Camila Martini, a unidade é planejada para que o bebê receba o melhor atendimento.

“A maternidade possui uma rede de apoio especializada para o atendimento dos prematuros. Há uma equipe multidisciplinar formada por profissionais e especialistas de áreas como medicina, enfermagem, fonoaudiologia, psicologia, nutricionista, serviço social, fisioterapia e até clínica pastoral.”

O cuidado se estende também aos pais desses bebês. E quem recebeu esse acolhimento durante os dias em que os filhos ficaram na incubadora, foi a professora de Educação Física, Lilian de Fátima Pavoski.

Lilian de Fátima Pavoski com os filhos de nove anos e o marido (Foto: Arquivo Pessoal)

De acordo com a mãe, os filhos Paulo Enrique Levandoski e José Eduardo Levandoski, nasceram de 26 semanas. Paulo ficou na incubadora por aproximadamente 60 dias e José 98 dias.

“Foi um período de muito medo, angústias, sofrimento por não poder levá-los para casa. Todos os dias, eu ia no hospital de manhã e ficava o dia todo com eles”, relata ela.

Camila comenta que os pais têm esse direito de ficar com os filhos na UTI. Apesar de não poder retirar o prematuro de dentro da incubadora, elas podem tocar o bebê através de uma passagem e conversar com ele.

Banco de leite 

Pelo fato dele ser tão pequeno e de não poder sair da incubadora, a alimentação se dá através de sonda e do leite materno. Esse leite pode ser da própria mãe ou do banco de leite que existe dentro do próprio hospital. Conforme a enfermeira intensivista Neonatal e Pediátrica, Laudineia Terres Lessa, o banco de leite não atende somente os prematuros.

“O vínculo entre o banco de leite e o prematuro é intenso. As ações são pensadas para atender esse público, mas atendemos também a comunidade em geral que precisa desse leite”, comenta.

Pequenas grandes vitórias

Como já mencionamos, cada segundo de vida de um prematuro é uma grande vitória. E quem sabe bem disso é a médica neonatologista e coordenadora da UTI Neonatal, Janaina Nei Campelo.

“Cada vez que um bebê sai daqui com vida a equipe comemora. E quando perdemos um bebê, sofremos junto com os pais e toda a equipe sofre. Mas a nossa UTI é diferenciada da UTI de adultos, pois temos mais vitórias do que perdas”, salienta.

Dra. Janaina Nei Campelo (Foto: Arquivo/HMJ)

Para ela, o novembro roxo que busca conscientizar sobre o prematuro e o Dia Mundial da Prematuridade comemorado nesta quarta-feira (17), são importantes para alertar sobre a prevenção da prematuridade.

“Devemos pensar no tratamento com a gestante, no cuidado com o pré-natal e no planejamento familiar para que a gestação ocorra da melhor forma possível.”

Dessa forma, é fundamental que todas as gestantes façam o pré-natal para que se possa identificar e tratar as doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão, tabagismo entre outros.

“Uma das características dos prematuros é a vontade de viver. Eles nos mostram todos os dias isso”, afirma Camila.

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