Imigrantes de língua e cultura itálica – Brasil celebra 150 anos da primeira leva

Em 2024, o Brasil comemora os 150 anos da imigração Italiana. Em 1874 o navio La Sofia atracou no porto de Vitoria, no Espirito Santo, com 388 camponeses de língua e cultura itálicas a bordo, este foi o início de uma grande onda de imigração Italiana no Brasil, que durou até a década de 1920.

Estima-se que algo em torno 1,6 milhão de italianos imigraram para o Brasil durante este período, eles se estabeleceram em diversas regiões, mas se concentraram principalmente no sul e sudeste. Os imigrantes Italianos tiveram um impacto profundo na sociedade Brasileira, eles ajudaram a desenvolver a agricultura, a indústria e a cultura do País.

Foto exclusiva ao JDV

Hoje, os descendentes de Italianos representam algo em torno de 30% da população Brasileira. Para comemorar o aniversário de 150 anos da imigração Italiana a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina vai realizar uma sessão solene na sua sede, em Florianópolis, no dia 26 de fevereiro, segunda-feira.

Na sessão solene, com a indicação de Márcio Fumagalli, conselheiro do Comitês PR/SC, será feita uma homenagem aos municípios de Santa Catarina que mantém a língua Italiana nos currículos da Rede Municipal de Ensino (Cocal do Sul, Siderópolis, Treviso, Nova Veneza, Urussanga, Massaranduba, Laurentino, Rodeio e Arroio Trinta).

É um número ainda pequeno de municípios visto que Santa Catarina tem um percentual estimado em 30% de sua população composta por descendentes de imigrantes Italianos.

O Município de Massaranduba tem uma grande parcela de seus habitantes composta por descendentes de Imigrantes Italianos, vindos do Norte da Itália, na sua maioria, vênetos de Belluno e lombardos de Bérgamo e Mantova, que chegaram na região no final do ano de 1877 para fundar uma colônia as margens do Rio Luiz Alves. Mais tarde, com a criação dos municípios de Luiz Alves e Massaranduba, a colônia ficou dividida entre estes dois Municípios.

No final do século passado começou uma grande reaproximação dos descendentes de imigrantes da região com as Comunes (municípios) da Itália onde partiram os Imigrantes na segunda metade do século dezenove com destino ao Brasil, um grande fluxo de visitantes de ambos os lados do oceano deu início a diversas atividades visando a manutenção da cultura e dos costumes Italianos em nossa região, foi criada a Famiglia Bellunesi nel Mondo e também foi celebrado o gemellaggio entre o município de Massaranduba e as comunes do Valle del BIois, ( Cencenighe, San Tomaso, Vallada Agordina , Canale D`Agordo e Falcade) pertencentes a província de Belluno.

Já houve muitos encontros festivos e de trabalho com os diversos grupos de italianos e nas viagens de ítalo-brasileiros, os descendentes foram recebidos nas Comunes de onde partiram os antepassados. Este intercambio trouxe a necessidade de reativar em nossas comunidades o ensino da língua Italiana, que havia sido interrompida por volta de 1930 com a criação do estado novo pelo governo brasileiro, ficou proibido ministrar aulas e até falar a língua Italiana.

Falta qualificação para “insegnantes della lingua italiana”

A reativação das aulas de Italiano em nossa região teve grandes dificuldades para ser implantada, em função da falta de professores qualificados para exercer a função, tivemos um grande empenho dos membros da comunidade que possuíam algum conhecimento da língua para dar início aos trabalhos, primeiramente com grupos de adultos e mais tarde com jovens e crianças em idade escolar.

Os cursos, em princípio, foram ministrados de forma particular sempre com o apoio das associações italianas e dos departamentos de cultura das prefeituras da região. Atualmente a prefeitura de Massaranduba incluiu a língua Italiana nas escolas em tempo integral, exemplo da Alto Luís Alves. (Com a colaboração de Ademir Ronchi)

Sessão especial lembra os 150 anos da imigração italiana na Alesc

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