Jorginho Mello e Antidio?
Em Santa Catarina o MDB não elege um governador há 11 anos, mas tem um longo histórico no cargo de vice, com Pinho Moreira (Criciúma)
Quem pode duvidar de uma chapa ao governo do Estado encabeçada pelo senador Jorginho Mello (PL) com o prefeito Antidio Lunelli (MDB) de vice? Ou vice-versa. Em Santa Catarina o MDB não elege um governador há 11 anos, mas tem um longo histórico no cargo de vice, com Pinho Moreira (Criciúma). E, registre-se, com notável discórdia interna quanto à escolha de candidatos majoritários depois da era Luiz Henrique da Silveira. Com a decisão da executiva em promover eleições prévias para indicar o candidato a governador a cizânia interna recrudesceu.
Articulação Sul e Oeste
Em uma outra ponta, Clésio Salvaro (PSDB), pela quinta vez prefeito de Criciúma, e João Rodrigues (PSD), no terceiro mandato como prefeito de Chapecó, começam a conversar sobre uma dobradinha em chapa majoritária à sucessão de Carlos Moisés (PSL). A estratégia é desmontar, desde já, a pré-candidatura do ex-deputado Gelson Merisio (PSDB) a governador, já que os tucanos não o apoiam de maneira consistente. O preferido, disparado, é Salvaro.
Sem acusações
Com relatórios contundentes das Polícia Civil e Federal, dos Ministérios Público Estadual e Federal, Tribunal de Contas do Estado e arquivamento do processo pelo Superior Tribunal de Justiça, o que resta para condenar o governador Carlos Moisés (PSL) por responsabilidade na compra fraudulenta de 200 respiradores pulmonares por R$ 33 milhões, pagos à vista e nunca entregues?
Moisés volta
Tal quadro indica a volta de Moisés ao governo em breve tempo. Exceto se, diga-se com todas as letras, se descambar para um julgamento meramente político, incluindo aí os votos dos cinco desembargadores que integram o Tribunal Especial de Julgamento. Com outros cinco deputados estaduais. A decisão deve sair entre 30 de abril e 7 de maio.
Em campanha
Enquanto isso a governadora interina, Daniela Reinehr (sem partido) age como se já tivesse assumido o cargo definitivamente. Em outras palavras, tenta passar uma imagem de competência para alavancar candidatura a deputada estadual. Como já o pretendia em 2018, convencida que foi a compor na chapa de Moisés.
Gastança sem controle
Entre janeiro de 2019 a dezembro de 2020, os 513 deputados federais gastaram, juntos, R$ 367.916.285,02. Só com combustíveis foram R$ 27 milhões. Lúcio Big, fundador do Observatório Político Socioambiental – premiado pela ONU em 2020, por ações de combate à corrupção – lidera um grupo com mais de 200 colaboradores de todos os estados do Brasil. O instituto denuncia às autoridades os gastos irregulares de dinheiro público. Desde 2013, já foram recuperados mais R$ 6 milhões para os cofres públicos.
É na cara dura
São eleitores acompanhando os eleitos para saber como eles usam o dinheiro do contribuinte. O alvo agora são as despesas dos 513 deputados federais com combustíveis, na chamada “Operação Tanque Furado”. O deputado Daniel Silveira (PSL/foto), em prisão domiciliar, é o campeão em abastecimentos únicos. Ele declarou à Câmara dos Deputados a compra de mais de mil litros de gasolina de uma única vez. Para isso, o tanque teria que ser maior do que uma caixa d’água, que é quase do tamanho de um carro popular.
E segue o baile
Luiz Henrique Fontão, até então lotado no gabinete da deputada Ana Paula da Silva (PDT) na Assembleia Legislativa, é o novo diretor de Patrimônio Cultural do Estado. Paulinha, como é conhecida, já foi líder do governo de Carlos Moisés (PSL) na Assembleia Legislativa à revelia do diretório estadual do PDT e está com um pé no MDB- atrelado ao governo de Daniela Reinehr (sem partido) – a convite do deputado federal Carlos Chiodini.
Celso Machado
Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)