Jaraguá do Sul | 20/05/2025 | Atualizado em: 20/05/25 ás 11:20

Justiça proíbe uso de esporas pontiagudas em rodeio de Jaraguá do Sul após ação da Frada

Foto: Pixabay

A entidade Frente de Ação pelo Direito dos Animais (Frada), com sede em Joinville, obteve no último final de semana uma decisão judicial em caráter liminar que proíbe o uso de esporas em cavaleiros durante um rodeio em Jaraguá do Sul. O evento envolvia provas com cavalos, entre elas a gineteada — uma modalidade de montaria em que o participante tenta se manter sobre o animal pelo maior tempo possível.

Liminar impede uso de equipamentos que causem dor aos animais

A decisão foi assinada pela juíza de plantão Cândida Inês Zoellner Brugnoli, da Comarca de Jaraguá do Sul. Ela acolheu parcialmente o pedido da Ação Civil Pública nº 310076418073, movida contra o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Velha Querência, localizado no bairro Rio da Luz, e contra o próprio Município de Jaraguá do Sul.

Na liminar, a magistrada determinou:

“Diante do exposto, CONCEDO parcialmente a tutela provisória de urgência antecipada e, em consequência, determino que a ré proíba que os participantes do evento utilizem esporas com rosetas pontiagudas, nazarenas ou aparelhos que provoquem choques elétricos nos animais.”

Vereadora comemora decisão e critica gineteada

A ação foi movida pela vereadora e ativista Liliane Lovato, conhecida como Liliane da Frada. Em vídeo publicado no Instagram da entidade, ela celebrou o resultado:

“A decisão da juíza lá do rodeio de Jaraguá foi favorável à minha denúncia, principalmente porque tinha comprovação ali de que os participantes estavam usando aquelas esporas pontiagudas. Uma coisa que eu quero explicar para vocês que estão lá me xingando ali na minha publicação contra a gineteada: gineteada é maus-tratos, sim, e existe uma lei federal que proíbe maus-tratos aos animais.”

Exemplos de rodeios sem maus-tratos são citados

Liliane mencionou rodeios em outras cidades como exemplos positivos de adaptação às leis de proteção animal, preservando a tradição sem causar sofrimento:

“Eu fui fiscalizar o rodeio de Tijucas e aqui de Joinville, do CTG Chaparral. É outra coisa, é a prova do laço. Os bois que eles utilizam, super bem tratados.”

Ela ainda destacou que nos eventos onde há respeito aos animais, as provas acontecem com participação de famílias e sem registro de abusos:

“Fizeram ali um evento de três dias com pessoas, famílias acampadas e sem maus-tratos aos animais.”

Rodeio em Jaraguá do Sul teve gineteada

Segundo a ativista, o cenário em Jaraguá do Sul foi diferente:

“Mas lá em Jaraguá, tinha gineteada. O pessoal ali da prova do laço nem chegava perto da gineteada porque eles mesmos são contra a gineteada. Quem ama os animais sabe que a gineteada maltrata os animais.”

A decisão liminar, embora ainda sujeita a desdobramentos judiciais, reforça a crescente atenção do Poder Judiciário às questões envolvendo o bem-estar animal em eventos públicos. O caso também reacende o debate sobre os limites entre a preservação das tradições culturais e a garantia dos direitos dos animais, tema que vem ganhando relevância em diversas regiões do país.

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