Segurança

Tribunal de Justiça mostra o raio x da violência contra mulher em 2023

Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Cevid/TJSC), elaborou pela primeira vez uma radiografia dos índices de violência contra a mulher no Estado

14/06/2024

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Cevid/TJSC), elaborou pela primeira vez uma radiografia dos índices de violência contra a mulher no Estado. A região do Vale do Itajaí registrou o maior número de ocorrências e a Serra o pior índice. Das 120.611 ocorrências contra as mulheres registradas em 2023, 27% aconteceram na região do Vale do Itajaí, 21% no Oeste, 16% na Grande Florianópolis, 15% no Norte, 15% no Sul e 6% na Serra.

 

Com uma população estimada de 7.610.361 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, o índice médio no Estado foi de 15,84 crimes a cada mil pessoas. Apesar de a região Serrana ter registrado o menor número de crimes, ela teve o pior índice quando consideramos a quantidade de habitantes, de 18,59.

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“Esses dados apontam a necessidade urgente de medidas eficazes para combater e prevenir a violência de gênero contra as mulheres em todas as suas formas, por meio de ações integradas entre os órgãos que compõem a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres do nosso Estado”, anotou a coordenadora adjunta da Cevid, juíza de direito Naiara Brancher.

 

Para obter uma visão da totalidade em razão das diferenças entre as populações das 295 cidades catarinenses, que variam de 1.900 até 600 mil habitantes, o cálculo foi realizado ao considerar mil pessoas. Assim, a Cevid pegou o total de casos de um município, região ou comarca e dividiu pela população da área calculada. O resultado foi multiplicado por mil. Com isso, a radiografia identificou os municípios, as regiões e as comarcas com os piores e os melhores índices de violência contra a mulher.

 

A Cevid utilizou como base os registros de ocorrências fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/SC). O crime de ameaça apresentou o maior número absoluto, no total de 52.814 casos (43,79%). Em seguida, vieram os crimes de lesão corporal leve, com 24.934 ocorrências (20,67%); injúria, com 22.540 registros (18,69%); difamação, com 7.644 casos (6,34%); e vias de fato, com 7.303 boletins (6,06%). Foram 854 ocorrências de estupro (0,71%), 349 (0,29%) crimes de lesão corporal grave ou gravíssima e 56 feminicídios (0,05%).

 

 

Município do extremo-oeste registra o maior índice

 

A distribuição por regiões evidencia a persistência do problema da violência doméstica e familiar contra as mulheres em todo o estado, com as regiões Serrana e Oeste apresentando os maiores índices de número de casos a cada 1.000 habitantes, sendo 18,59 e 17,59, respectivamente, acima da média estadual, que é de 15,84 casos/1000 habitantes.

 

 

Esses dados apontam para a necessidade urgente de medidas eficazes para combater e prevenir a violência de gênero contra as mulheres em todas as suas formas, por meio de ações integradas entre os órgãos que compõem a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres do nosso Estado.

 

Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Cevid/TJSC), elaborou pela primeira vez uma radiografia dos índices de violência contra a mulher no Estado

 

A comarca de Penha registrou o pior índice de violência contra a mulher. Foram 925 registros de crimes para uma população estimada de 33.663 pessoas. Isso resultou no índice de 27,48. Já o município de Riqueza, na comarca de Mondaí (Extremo Oeste), teve o pior índice entre todas as cidades. Foram 175 ocorrências para 4.768 habitantes, com índice de 36,70. Por outro lado, o município de Lajeado Grande teve o melhor índice. Foram duas ocorrências entre os 1.702 moradores (1,18).

 

 

Microrregião do Vale do Itapocu não tem índices tão acentuados

 

 

O JDV, nas suas plataformas digital e impressa, fez o levantamento regional com base no estudo divulgado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde se observa que apesar do número de violência seja alto, comparativo a outras regiões, a maior parte das cidades estão na parte debaixo da tabela.

 

Barra Velha tem o registro de mais casos: 900, para uma população de 45.369 (Censo 2022), o que dá média de 19,84% por mil habitantes, acima da média catarinense que é de 15,84. Corupá registrou 241 ocorrências de violência doméstica e familiar em 2023 e para população e 15.267 moradores, a média fica 15,79 casos por mil, igual a média do Estado.

 

Guaramirim teve 584 casos, população de 46.711, dando índice de 12,59%. Jaraguá do Sul teve índice mais baixo: 10,85. Embora tenha registrado 1.982 ocorrências, a divisão por 182.660 residentes chegou ao percentual de violência.

 

Massaranduba com 189 ocorrências e 17.162 habitantes teve média de 11,01, Schroeder com 185 e 20.962 residentes de acordo com o IBGE, teve índice de 9,22 e S. João do Itaperiú, 38 casos, 4.463 habitantes e índice de 8,61, o mais baixo da microrregião.

 

COLOCAÇÃO – Barra Velha ficou na 49ª posição em termos de violência familiar e contra a mulher no ano passado, Corupá na posição 106, Guaramirim 175, Massaranduba 213, Jaraguá do Sul 215, Schroeder 243 e São João do Itaperiú na 253, entre as 295 cidades de SC.

 

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