Educação

Pai que não pagou faculdade do filho é condenado após nome do jovem entrar no SPC em SC

Segundo o TJSC, o pai alegou que devido a problemas financeiros e ao total relaxamento do filho com os estudos, acabou por deixar de quitar as parcelas

30/08/2022

Um pai que deixou de pagar a faculdade do filho foi condenado a pagar R$ 3 mil em dados morais ao rapaz após o nome do jovem ter sido listado no SPC em 2019. A decisão é da juíza da 2ª Vara Cível da comarca de Joinville, Caroline Bundchen Felisbino Teixeira.

Conforme o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), o pai interrompeu o pagamento das mensalidades da faculdade, a despeito de acordo previamente firmado em juízo.

O jovem sustenta que teve seu crédito negativado porque o pai deixou de pagar as mensalidades de sua faculdade, encargo assumido em acordo judicial firmado perante juízo da família.

Segundo o pacto firmado entre eles, o réu se comprometeu a “efetuar o pagamento mensal da faculdade do requerido, enquanto este a estiver cursando, ou até sua conclusão. Para tanto, o genitor concorda em comparecer no estabelecimento de ensino a fim de assinar como responsável financeiro pelo curso de Engenharia Mecânica […] fornecer o vale-transporte que se fizer necessário para deslocamento do filho, quando o autor estará então, automaticamente, exonerado de referidos pagamentos”.

Já o genitor alegou que, devido a problemas financeiros e ao total relaxamento do filho com os estudos, acabou por deixar de quitar as parcelas.

“Não tendo o réu comprovado o regular cumprimento do seu encargo conforme acordo judicial, deve ser responsabilizado pela negativação do crédito do autor e condenado ao pagamento de R$ 3.000 a título de danos morais, valor que já se encontra atualizado, de modo que deve sofrer correção monetária pelo INPC a partir da data desta sentença”, registrou a magistrada.

No mesmo processo, o rapaz solicitava ainda indenização por abandono afetivo perpetuado, segundo ele, desde a infância. Tal pedido, porém, não foi acatado.

“Não se pode admitir que a pura e simples violação de afeto enseje uma indenização por dano moral. Somente quando uma determinada conduta caracterizar-se como ilícita é que será possível indenizar os danos morais e materiais dela decorrentes. Afeto, carinho, amor, atenção… são valores espirituais, dedicados a outrem por absoluta e exclusiva vontade pessoal, não por imposição jurídica. Logo, como dos relatos trazidos pelo autor na inicial e das provas colacionadas aos autos não há nenhuma conduta imputada ao réu que seja suficiente à configuração de abandono afetivo, o pleito indenizatório improcede”, ressaltou a juíza.

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