Esportes

Paralimpíadas: Julio Cesar conquista ouro no atletismo e bate recorde mundial

Talisson Glock leva o bronze nos 200m medley dos Jogos de Paris, em 2024

30/08/2024

Paralimpíadas: Julio Cesar conquista ouro no atletismo e bate recorde mundial

Foto: Reuters/Stephanie Lecocq

 

Fonte: GE

O Brasil conquistou mais um ouro nas Paralimpíadas de Paris, em 2024, no segundo dia de competições. Justamente no esporte que tradicionalmente mais traz medalhas para o país em Jogos: o atletismo. Julio Cesar se manteve na liderança durante praticamente toda a prova e foi campeão dos 5000m da classe T11. Como se não bastasse o título, Julio ainda bateu o recorde mundial, somando incríveis 14min48s85. O Brasil também conseguiu uma dobradinha no pódio, com Yeltsin Jacques levando o bronze. Julio liderou praticamente toda a prova, mostrando uma preparação física impecável. O atleta começou com um ritmo mais contido, mas logo ganhou velocidade e assumiu a primeira colocação. Restando três voltas para o fim, a vantagem só aumentou. Mantendo esse controle na velocidade, Julio terminou com o tempo de 14min48s85, batendo o recorde mundial que pertencia ao brasileiro Yeltsin Jacques, que fechou a prova na terceira posição.

 

“Obrigado a todos pelo carinho, é uma emoção muito grande. Isso mostra o poder que a gente que saiu da periferia tem, quando comecei a correr, só tinha um campinho de futebol e a minha determinação. Com muita força de vontade cheguei aqui, não tive força nenhuma da minha cidade. Espero que agora eles arrumem aquele campinho, não quero repercussão para mim, e sim fazer a diferença para o meu bairro e para a sociedade. É muito importante ter o esporte na nossa cidade, no nosso bairro. Que essa medalha seja para aquelas crianças, é possível sofrer com tantas dificuldades na vida e ser campeão paralímpico. Isso mostra o quanto o periférico sabe que sua hora vai chegar”, falou o campeão olímpico e recordista mundial. Yeltsin é o atual campeão mundial e tinha um tempo de 14min53s97, mas, voltando de uma lesão, o brasileiro não conseguiu manter o ritmo que vinha apresentando nas últimas competições, alcançando a terceira colocação só nos últimos metros. Ainda assim, Yeltsin conseguiu uma boa marca de 14min52s61 e ficou com o bronze. O japonês Kenya Karasawa foi prata, somando 14min51s48.

 

“Obrigado a todo o Brasil que levantou de madrugada e torceu por mim e pelo Julio, muito feliz que o Julio bateu o recorde. Dentro do que eu passei, voltando de uma lesão grave, ainda peguei uma virose nos últimos dias, eu e minha família sabemos o quanto foi duro. Queríamos o ouro, mas a sensação é de missão cumprida. Fizemos do limão uma limonada e conseguimos uma marca excelente e uma medalha para o Brasil”, falou o medalhista de bronze após a prova. Julio Cesar Agripino nasceu em Diadema-SP e foi diagnosticado com ceratocone, uma doença degenerativa na córnea, aos sete anos, ele era atleta convencional do atletismo e migrou para a equipe paralímpica por meio dos treinadores do Centro Olímpico. Desde então, ele disputa na classe T11, categoria dos atletas com deficiência visual. Na lista de conquistas do brasileiro, também estão o ouro nos 1.500m e prata nos 5.000m no Mundial de Kobe, em 2024. Além do ouro nos 1.500m e bronze nos 5.000m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, em 2023.

 

Natação

Nas eliminatórias pela manhã, Talisson Glock foi desclassificado após fazer o terceiro melhor tempo por conta de um estilo ilegal de nado, entrou com recurso, venceu e pôde disputar a final horas depois. Na decisão dos 200m medley da classe SM6 ele garantiu a medalha de bronze com o tempo de 2min39s30. O ouro foi para o chinês Hong Yan com 2min37s31, batendo o recorde mundial, e a prata para o colombiano Nelson Corso Crispin com 2min38s04.

 

Paralimpíadas: Julio Cesar conquista ouro no atletismo e bate recorde mundial

Foto: Alessandra Cabral/CPB

 

“Fico muito feliz com a medalha, em Tóquio eu fui finalista, mas fiquei longe da medalha. Foi o melhor tempo da minha vida, depois de tantos anos de carreira nadar para o melhor tempo da vida. A medalha era o que precisava para o resto da competição”, afirmou o brasileiro, que nada outras três provas em Paris. O brasileiro passou os primeiros 50 metros, do nado borboleta, em sexto lugar, subiu para o quarto posto na metade da prova, após o nado costas. Já era sabido que o nado peito era o mais fraco do brasileiro, que voltou a cair para sexto lugar.

 

Nos últimos 50 metros, disparou, ultrapassou três adversários e levou o bronze. Talisson chegou, assim, ao sexto pódio na carreira. Ele foi campeão dos 400m livre nos Jogos de Tóquio, além de ter sido prata no 4x50m e nos 200m medley dos Jogos do Rio em 2016, e bronze no 4x50m e nos 100m livre de Tóquio. Talisson foi atropelado aos nove anos por um trem e perdeu o braço e a perna, anos depois, passou a se dedicar aos treinos de natação. Em 2008, competiu em alguns torneios e, desde 2010, com 15 anos, está na seleção.

 

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Foto: Corre Brasil/Divulgação

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Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.

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