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POLITICA & POLITICOS – A promessa e a realidade

Celso Machado comenta os principais acontecimentos da política catarinense

14/02/2023

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“Estou estruturando um financiamento, um BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) ou algo parecido, para que a gente possa recuperar todas elas rapidamente”. O discurso é de Jorginho Mello, em encontro com empresários da Federação Catarinense das Associações Empresariais (Facisc), sobre projetos de recuperação das principais rodovias estaduais.  É promessa de campanha, para “ontem”, mas a depender de recursos vamos ter um bom tempo ainda com nada além de tapa-buracos.

 

Pacote prevê pedágios

São 25 rodovias incluídas em pacote de concessão integrada à iniciativa privada em estudo feito no governo de Jair Bolsonaro (PL) quando Tarcísio Freitas, hoje governador de São Paulo, era o ministro da Infraestrutura. Incluindo cobrança de pedágios na interseção com rodovias federais. Mas Mello jura não fazer. Esperidião Amin (PP), quando governador (1999/2003), rejeitou pedágios, Carlos Moisés (Republicanos) também.

 

Três são da região

Juntas, estas 25 rodovias estaduais somam 1,5 mil quilômetros. Mas, a proposta de concessão de forma integrada não deve ocorrer antes de 2025, segundo cronograma da União de 2022 ainda vigente. As BR- BR-153,158,163, 280, 282,470 e 480 sãos as federais mapeadas. Entre as estaduais da Região Norte/Nordeste, estão a SC-418 (Pirabeiraba/Serra Dona Francisca), 108 Rodovia do Arroz/Guaramirim/Massaranduba) e 110 (Jaraguá do Sul/Pomerode.

 

CURTAS

*Candidatíssimo a um sexto mandato na eleição de 2024 e na contramão de postura adotada pela Confederação Nacional dos Municípios, o prefeito de Corupá, Luiz Carlos Tamanini (MDB), com um orçamento projetado de R$ 92,7 milhões para 2023, mandou pagar o novo piso salarial nacional para os professores da rede municipal de ensino. E já confirmado pelo Ministério da Educação em portaria publicada no Diário Oficial da União no mês passado.

*“É importante, sim, o piso, mas sabemos que não é assim [que deve ser concedido]. Tem que ter o piso, tem que valorizar o magistério, mas não desse jeito. Se o município quiser cumprir, dar 80% de reajuste, ele pode. Agora, se isso vai acabar com a educação, com as contas públicas dele, é problema dele”. O discurso é do presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Roberto Ziulkoski, gaúcho do município de Guaíba.

*Em portaria de 16 de janeiro último o Ministério da Educação anunciou reajuste de quase 15% no piso nacional dos professores. Assim, o valor passou de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55. Esse reajuste já havia sido concedido nos últimos dias do governo Bolsonaro e foi confirmado pelo atual ministro da Educação, Camilo Santana.

*Senador Esperidião Amin (PP) sugere que a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência solicite ao Gabinete de Segurança Institucional, da Presidência da República informações detalhadas sobre o vandalismo de 8 de janeiro no Distrito Federal. Mas o GSI diz que são informações “reservadas”. E são mesmo porque vão revelar, de modo transparente, a participação da esquerda infiltrada naquele grande quebra-quebra.

*Em junho, mais exatamente no dia 12, acaba o contrato de 549 policiais penais temporários firmado com o governo do Estado na gestão de Carlos Moisés (Republicanos). A data foi determinada pelo Tribunal de Justiça a pedido do Ministério Público Federal depois de ação movida por concursados ainda não integrados.

*Outros 458 policiais penais aprovados em concurso público de 2019 aguardam ser chamados. Porém, é preciso que passem por obrigatório curso de formação, com 200 horas/aula. São três meses e meio para o governo descascar o pepino. Em Santa Catarina o salário inicial é de R$ 6.000,00 brutos (nível 1) para 40 horas semanais.

 

CÉSAR AUGUSTO LUNKES

 

Como será na prática?

O programa Faculdade Gratuita, talvez uma das promessas mais impactantes de Jorginho Mello (PL) na campanha eleitoral, começa a ser questionado pela Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior. Segundo o presidente da instituição, Cesar Augusto Lunkes, a metodologia e os critérios para a compra dessas vagas precisam ser claramente definidos e sem demora porque a proposta deve vigorar no segundo semestre.

E os outros?

Isso porque 70% dos demais estudantes não contemplados nessa proposta representam cerca de 300 mil alunos matriculados no ensino superior particular no Estado. Só as associadas à Ampesc são 70 faculdades, centros universitários e universidade em 89 municípios e com cerca de 150 mil alunos. Só nessa conta a projeção é de R$ 1,5 bilhão/ano.

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