Economia

Santa Catarina tem aumento de 79% na safra de trigo

A safra catarinense de trigo deve sofrer uma elevação de 79%

19/08/2021

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A safra catarinense de trigo deve sofrer uma elevação de 79%, segundo perspectiva do Boletim Agropecuário de agosto da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Cataria (Epagri). O informativo ainda mostra o aumento no valor de exportação de soja e a diferença de preços pagos aos produtores de milho, em decorrência da perspectiva de queda na produção. O Boletim é emitido mensalmente e também revelou que as exportações de frango geraram receitas de US$1 bilhão para o Estado nos primeiros meses de 2021.

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Trigo

 

Se o clima ajudar, Santa Catarina deve produzir 79% a mais de trigo na safra 2021/22, na comparação com o ciclo agrícola anterior, alcançando uma produção superior a 307 mil toneladas. A área do Estado destinada ao cultivo do grão nesta safra já está semeada e é 60% maior do que no ano passado, passando de 58,4 mil para 93,2 mil hectares. A produtividade média também deve se elevar, com incremento estimado de 12%.

As baixas temperaturas e geadas não causaram prejuízos significativos nas lavouras. O problema, a partir de agora, é a falta de chuvas: o temor é que a estiagem se estenda por setembro e outubro e prejudique substancialmente a safra, como aconteceu no ano passado.

Desde o início de agosto, os preços do trigo voltaram a reagir, depois de uma variação negativa de 1,8% em julho. O aumento recente é alavancado pela elevação nas cotações do milho, que acabam puxando os preços do trigo para cima. Outro fator é a quebra da safra e safrinha de milho no Sul do país, que, aliado ao aumento nas exportações de carnes, tem pressionado para cima os preços do grão.

 

Soja

 

O ritmo de exportações de soja por Santa Catarina está relativamente atrasado na comparação com anos anteriores. Ao contrário, o valor de exportação do produto se elevou. Em 2020, o valor obtido foi de US$ 349,86 a tonelada, em 2021 está cerca de 22% superior, em US$ 447,19 a tonelada. A alta dos valores de exportação, a valorização cambial, os baixos estoques das indústrias brasileiras e a firme demanda doméstica elevaram os preços da soja em julho em cerca de 3% em relação a junho.

 

Milho

 

Depois de uma redução em junho, os preços pagos aos produtores catarinenses de milho voltaram a subir em julho, retornando ao patamar de R$90,00 a saca, em média. A elevação, que impacta o agronegócio em Santa Catarina, é forçada por problemas em série nas produções regional, nacional e mundial. Nos âmbitos nacional e regional, a seca vem reduzindo as estimativas de milho da segunda safra. No mercado internacional, a elevação do consumo, a pandemia e a preocupação com a segurança alimentar levaram a disputas internacionais e a um quadro de incerteza no preço dessa commodity.

 

Arroz

 

Os preços médios pagos ao produtor catarinense de arroz em julho recuaram na comparação com junho e fecharam o mês em R$ 71,90 a saca de 50kg. Prevendo margens apertadas para a próxima safra, os produtores estão cautelosos em disponibilizar para a venda o que resta de seus estoques. Os custos de produção são preocupação para a próxima safra.

No campo, os agricultores intensificam os trabalhos de preparo de solo para o plantio da safra 2021/22. No Litoral Norte, aguardam as temperaturas subirem para semear. No Sul do estado, apesar da falta de chuva, muitos produtores iniciaram a semeadura. A restrição hídrica tem trazido preocupação para técnicos e produtores e tem limitado o avanço das operações de plantio.

 

Feijão

 

Santa Catarina passa por um período de entressafra de feijão. No mercado atacadista, há pouca movimentação de compradores. Neste cenário, os preços pagos aos produtores catarinenses de feijão-preto recuaram 3,43% em julho e os do feijão-carioca permaneceram estáveis.

 

Frangos

 

Santa Catarina exportou 91,18 mil toneladas de carne de frango em julho (in natura e industrializada), alta de 9,2%na comparação com o mesmo mês de 2020 e queda de 1,6% em relação ao mês anterior. As receitas foram de US$ 172,66 milhões, alta de 40,9% na comparação com julho de 2020 e de 4,2% em relação ao mês anterior. O valor de julho representa o melhor resultado mensal desde julho de 2019.

De janeiro a julho, Santa Catarina exportou 583,78 mil toneladas, com receitas de US$ 1 bilhão, alta de 1% em quantidade e de 9,4% em valor na comparação com o mesmo período do ano passado. O estado foi responsável por 24,3% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango no ano.

Já com relação a carne suína, Santa Catarina exportou 53,17 mil toneladas (in natura, industrializada e miúdos) em julho, 3,5% acima do registrado no mesmo mês do ano passado e 4,3% menos do que em junho. As receitas foram de US$ 133,50 milhões, valor 29,1% maior na comparação com julho de 2020 e 7% menor do que no mês anterior.

De janeiro a julho, o Estado exportou 336,25 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$ 838,64 milhões, altas de 13,9% e 29,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2020. Santa Catarina respondeu por 53% das receitas e 51,3%do volume de carne suína exportada pelo Brasil.

 

Leite

 

Números do IBGE divulgados em agosto mostram um baixo desempenho da produção leiteira nacional. Isso reforça as evidências de que as elevações dos preços dos lácteos e dos preços recebidos pelos produtores nos últimos meses foram muito mais condicionadas por um baixo desempenho da produção brasileira, do que por qualquer reação da demanda nacional.

 

Alho

 

Santa Catarina deve colher uma boa safra de alho, cujo plantio está encerrado em todas as regiões. A área plantada é de 1.718 hectares, com produção total estimada de 17.541 toneladas e rendimento médio esperado de 10.210 kg/ha. O frio intenso das últimas semanas não afetou o desenvolvimento da cultura, que é própria do período de inverno. A fitossanidade e o desenvolvimento das lavouras são considerados de bom a ótimo, favorecidos pelo clima mais seco até o momento.

Em julho, foram importadas 11,49 mil toneladas de alho, o menor volume para o mês dos últimos cinco anos. De janeiro a julho deste ano, as importações somam 100,07 mil toneladas, redução de 11,86% em relação ao mesmo período do ano passado.

Santa Catarina já está com 78% da área a ser ocupada pela safra 2021/22 de cebola plantada. As lavouras se desenvolvem em boas condições fitossanitárias, até o momento.

O aumento na oferta da hortaliça no mercado nacional, puxado pela produção das regiões de São Paulo, Cerrado e Triângulo Mineiro, reduziu os preços. Esse cenário derrubou as importações em julho. Nos seis primeiros meses de 2021 o Brasil importou 114,68 mil toneladas de cebola, queda de 40,53% em relação ao mesmo período do ano passado.

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