Professor Pesquisador, Mestre em Educação, Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior, Historiador e Pedagogo. Entusiasta da Educação
Saúde mental dos Estudantes
“A escola não pode ter o papel de diagnosticar ou tratar seus alunos, mas um olhar cuidado é fundamental”
20/09/2023
A saúde mental dos estudantes não é assunto novo. Porém a pandemia de Covid-19 multiplicou os desafios. “As crianças foram afastadas das rotinas básicas de convivência, e, com isso, muitos alunos tiveram de reaprender a cumprir compromissos e combinados”, avalia o psiquiatra
Gustavo Estanislau, especialista em Psiquiatria da Infância e da Adolescência e organizador do livro Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber.
Segundo ele, as lacunas pedagógicas deixadas pelo ensino remoto também potencializaram em alguns alunos uma desmotivação com os estudos, sem contar a falta de convívio social ou o luto pela perda de familiares durante uma pandemia. “A escola não pode ter o papel de diagnosticar ou tratar seus alunos, mas um olhar cuidado é fundamental”, destaca o médico.
Um estudante extrovertido que passa a ficar mais calado, a falta de participação nas aulas e a tristeza ou irritabilidade constantes são pontos que devem chamar a atenção dos educadores, que têm um olhar privilegiado sobre os alunos. “Entre os sinais mais frequentes estão o estresse.
Um estado de alerta que deixa a pessoa à flor da pele, chorando com mais facilidade ou estourando com frequência. Assim, ela tem dificuldade de concentração e fica mais propensa a se machucar ou usar drogas, por exemplo. ”
A ansiedade também vem sendo muito observada, de acordo com Estanislau.
Nesses casos, o aluno tende a demonstrar muitas preocupações e insegurança, o que pode levar à queda do rendimento escolar e ao afastamento dos amigos, fazendo com que não se sinta prazer em estar na escola. “Existem diferentes realidades.
Mas o ideal é que o educador esteja próximo à família para, aos primeiros sinais de um problema, comunicar o que acontece.
O professor não deve tentar diagnosticar e nem julgar o que está fazendo, mas pode acolher. Porém a gente sabe que não é fácil e nem todas as famílias estão abertas a isso. ”
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