Santa Catarina

Servidor relata motivo do incêndio em presídio

O fogo começou na cela 22, de acordo com a assessoria do governo

16/02/2023

Conversei ontem à noite com algumas fontes ligadas ao setor penitenciário de Santa Catarina. Segundo me relataram, o incêndio na penitenciária de Florianópolis ocorreu por falta de efetivo, situação que teria irritado alguns presos.

O fogo começou na cela 22, de acordo com a assessoria do governo. Um servidor relatou que alguns presos da galeria, pediram atendimento médico a um policial penal que estava sozinho na unidade. Como o servidor estava ocupado com outras funções, não conseguiu atender os apenados de imediato, ocasionando uma revolta. “O preso achou que o policial não estava nem aí para ele, entretanto, o mesmo estava ocupado fazendo outras funções e o preso não esperou e resolveu colocar fogo nos colchões para chamar atenção do policial na unidade”, relatou a fonte.

Uma outra fonte me disse que o fogo se alastrou rapidamente, o que provocou a morte ainda no local de três presos, sendo um da Bahia, outro do Ceará e um catarinense de Ponte Serrada. Também há a informação de uma quarta morte à noite no hospital, mas ainda sem uma confirmação oficial. Mesmo admitindo que uma revolta dos presos ocasionou o incêndio, a fonte nega que tenha havido rebelião e fuga, o que chegou a ser divulgado em grupos de WhatsApp durante a tarde de ontem. “Apenas um fato isolado devido uma solicitação de saúde que não foi atendido, devido ao baixo efetivo que o sistema enfrentando. No momento, apenas um policial dentro da unidade”, afirmou.

Para ter uma ideia. Segundo a Lei de Execução Penal, é preciso ter em uma unidade um policial penal para cada 5 presos. No momento do incêndio, haviam 46 presos na unidade, ou seja, deveriam ter pelo menos 9 policiais no local. A fonte disse ainda que devido à falta de efetivo, até três policiais seria o mínimo aceitável, porém, um policial apenas, não consegue dar conta e teria sido esse o motivo para o início da revolta de alguns presos, o que ocasionou o incêndio.

Para um servidor que conversei, o Estado está sendo omisso em relação ao número de efetivo. “Praticamente quase todas as unidades estão enfrentando esse problema. O Estado sabe e não toma uma atitude e vai ficar pior com a iminente saída dos ACTs em junho”, destacou.

Vale lembrar que, ao todo, são 539 ACTs que devem sair até junho. O Estado tem 458 aprovados no concurso que já fizeram todas as fases, apenas aguardando serem chamados. Sem falar nos remanescentes que também trabalham para serem nomeados. Desses, cerca de 4 mil aprovados que tiraram a nota mínima, aguardam para fazer as demais fases. Enquanto isso, unidades prontas, a exemplo de São Bento do Sul, não foram inauguradas por falta de efetivo.

 

Governo nega

Procurei a assessoria do Governo do Estado. A informação que recebi é que o efetivo de policiais penais estava dentro da normalidade. Seria importante a Secretaria de Administração Prisional apresentar a escala de ontem, para mostrar se realmente o efetivo era normal, pois o que contam alguns servidores é bem diferente da versão apresentada pelo governo.

 

Tokarski está bem

O vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski (UB), preso no início da semana, foi retirado da Penitenciária de Florianópolis junto com os apenados no momento do incêndio. Ele passa bem e não sofreu qualquer ferimento. O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (Progressistas), havia sido transferido um dia antes do incêndio para o presídio de Criciúma.

 

Conteúdo desenvolvido por Marcelo Lula,  postado no site   SC em Pauta

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