Stalker de padre: polícia aborda mulher após mais de um ano de perseguição e ataques virtuais em SC
Mulher usava redes sociais e presença para constranger vítima Foto: IA JDV
Uma mulher virou alvo da Polícia Civil de Santa Catarina após passar mais de um ano perseguindo e difamando um padre da Diocese de Criciúma. A acusada, que buscou apoio espiritual no Santuário de Nova Veneza, teria desenvolvido uma obsessão pelo religioso ao ponto de se tornar uma stalker — prática criminosa caracterizada por perseguição insistente e invasiva.
Segundo investigações, ela não apenas tentou se envolver pessoalmente com o padre, como também passou a atacar sua imagem publicamente. Os ataques incluíam desde mensagens diretas e áudios, até prints manipulados, vazamentos maliciosos e denúncias falsas de condutas imorais, que circularam pelas redes sociais e aplicativos de mensagem. Outros padres e empresários ligados à Diocese de Criciúma também foram citados e envolvidos nas acusações da mulher.
A perseguição ganhou contornos digitais e religiosos
O comportamento da stalker não parou por aí. De acordo com a polícia, a mulher acompanhava de forma obsessiva as transmissões ao vivo de missas e terços, monitorando cada passo do sacerdote. O objetivo, segundo os investigadores, era claro: abalar emocionalmente o padre e manchar sua reputação diante da comunidade católica da região.
O caso chamou a atenção pela complexidade e duração. Foram mais de 12 meses de perseguições e ataques recorrentes, sempre com o mesmo alvo: o sacerdote, que vinha sofrendo em silêncio enquanto buscava apoio e provas para denunciar os crimes.
Polícia deflagra Operação Pax Mentis em Imbituba
Com base nas provas reunidas, a 2ª Delegacia de Polícia de Criciúma, em conjunto com autoridades de Nova Veneza, deflagrou nesta semana a Operação Pax Mentis. A ação foi realizada no município de Imbituba, onde a suspeita reside atualmente.
Durante o cumprimento do mandado, a polícia apreendeu três celulares novos, que eram usados pela investigada para promover os ataques. O material será analisado, e, em seguida, a mulher será interrogada formalmente. A Polícia Civil vai encaminhar o inquérito ao Ministério Público de Santa Catarina, que decidirá sobre a responsabilização da stalker.
Conteúdos em alta
O delegado Márcio Neves, responsável pelo caso, destacou a gravidade da situação e reforçou que ações como essa não serão toleradas, especialmente quando colocam em risco a integridade emocional e espiritual de líderes religiosos e fiéis.
Afinal, o que é um stalker?
O termo stalker se refere a uma pessoa que persegue outra de forma obsessiva, seja no mundo real ou no ambiente digital. Essa perseguição pode incluir monitoramento constante, mensagens repetidas, invasão de privacidade, difamação e até ameaças. No Brasil, o crime de stalking foi tipificado pela Lei nº 14.132/2021, com pena que pode chegar a dois anos de prisão, além de multa.
Na prática, stalkear deixou de ser apenas “fuçar redes sociais” e passou a representar um comportamento invasivo, perigoso e, muitas vezes, traumático para as vítimas. Casos como o do padre de Criciúma mostram como a linha entre admiração e obsessão pode ser ultrapassada com facilidade — e com sérias consequências.
Como isso impacta sua vida?
Se você mora em Criciúma, Nova Veneza, Imbituba ou qualquer cidade de Santa Catarina, este caso serve de alerta. A prática de stalking não acontece apenas entre figuras públicas e pode afetar qualquer cidadão. Reconhecer os sinais, buscar apoio e denunciar é essencial para proteger a própria saúde mental e evitar que comportamentos obsessivos virem crimes graves. Além disso, mostra que a fé e a vida religiosa também precisam de segurança e respeito, tanto no mundo físico quanto no digital.
Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão
