Economia | 10/07/2025 | Atualizado em: 10/07/25 ás 15:51

Tarifa de 50% dos EUA ameaça exportações de SC, alerta Fiesc

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Tarifa de 50% dos EUA ameaça exportações de SC, alerta Fiesc

Santa Catarina exportou US$ 1,74 bilhão para os EUA em 2024 — tarifa de 50% compromete competitividade da indústria Foto: Divulgação/Fiesc

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada nesta quarta-feira (9) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu um alerta na indústria catarinense. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) avaliou que a medida terá impacto direto sobre a competitividade das exportações do estado, podendo gerar prejuízos severos aos embarques e até o cancelamento de investimentos no Brasil.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, defende que a diplomacia brasileira mantenha os canais de diálogo com o governo norte-americano, buscando soluções que evitem o agravamento do cenário comercial.

Setores catarinenses em risco com nova tarifa

Santa Catarina exportou no último ano US$ 1,74 bilhão em produtos para os EUA, consolidando o país como seu principal parceiro comercial. Os principais itens da pauta exportadora estadual incluem produtos de madeira, motores elétricos, partes de motor e cerâmica, todos eles pertencentes a setores que agora podem sofrer forte perda de competitividade frente a concorrentes internacionais que enfrentarão taxas menores.

“A implementação da tarifa compromete a competitividade dos produtos catarinenses, uma vez que países concorrentes podem ser submetidos a tarifas bem inferiores”, afirmou Aguiar.

Ele destaca que, sob o ponto de vista econômico, não há justificativa para a tarifa, considerando que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos. Apenas na última década, os norte-americanos acumularam um saldo positivo de US$ 91,6 bilhões no comércio de bens com o Brasil — valor que chega a US$ 256,9 bilhões se considerados os serviços.

Brasil cobra mais barato dos EUA do que recebe de volta

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a entrada de produtos norte-americanos no Brasil está sujeita a uma tarifa real de apenas 2,7%, valor quatro vezes menor do que a tarifa nominal de 11,2% prevista na OMC. Isso demonstra que o Brasil tem sido flexível no comércio bilateral, mesmo com o crescente déficit na balança comercial com os Estados Unidos.

A CNI estima que cerca de 10 mil empresas brasileiras exportam regularmente para o mercado norte-americano — muitas delas com atuação direta em Santa Catarina. A nova tarifa, caso seja aplicada de forma ampla, pode afetar empregos, investimentos e a balança de pagamentos em todo o país.

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Marcio Martins

Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão

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